Olhaste os seus olhos. Piscavam encandeados pelo pôr do sol.
Tocavas-lhe a medo a mão.
E ele expressava aquilo que tu julgavas que não compreende.
A confusão era a silhueta do seu rosto, e a indignação fazia parte do teu.
Em silêncio despejaste palavras que nunca lhe dirias;
e calaste, como se pecar por desejar fosse um autêntico acto de clausura em que te encontraste perdida no momento que vivias de amor.
O estado de momentânea confusão, fez-te perder aquilo que julgavas ter obtido: a cumplicidade dos amantes.
A tua presença, a importância que querias ser tua, esfumou-se como se aquilo que viveste, pertencesse a uma boa história de um romance louco, onde as personagens se esbarram e amam sem pudores.
Correu uma lágrima.
Ele não viu. Ele não vê. Ele nunca te vê.