Uma travessia...por vezes fácil, outras vezes difícil. Um deserto, onde se tenta desesperadamente encontrar um oásis para ai permanecer, pelo menos na triste ilusão de ser feliz.

maio 21, 2005

O drama do agarrado

"Francisco Maria Teixeira da Cunha e Albuquerque de Lencastre (nome fictício) é influenciodependente. É apenas uma das muitas vítimas do tráfico de influências no nosso País. Fomos encontrá-lo na Quinta da Marinha, um dos bairros problemáticos, para tentar conhecer um pouco melhor o dia-a-dia de um viciado em influências.

IP:Como é que apanhou o vício?
F: Oh, como toda a gente, por causa das más companhias...Comecei a dar-me com o meu pai, que é agarrado há muitos anos, e ele é que me meteu nisto. Meteu uma cunha para eu entrar para a universidade, outra para arranjar o primeiro emprego...influências leves, para começar.
IP: Mas nao ficou por aí...
F: Não. Às tantas, as leves deixaram de bater e tive de passar para as duras. Foi muito rápido. Quando dei por mim, já estava a assinar despachos.
IP:Em que é que esse vício mudou a sua vida?
F:Em tudo! Uma pessoa só pensa naquilo. Não consigo fazer nada sem ser influenciado. Coisas tão simples como escolher uma gravata, por exemplo. Só me decido se alguém me disser "se levares a laranja, passo-te um cheque". É uma trsiteza!
IP: É a favor da despenalização do tráfico de influências?
F: Sou. Pelo menos das influências leves. Pequenas trocas de favores e assim...A propósito, dava-me jeito que publicassem umas noticias sobre uns amigos meus lá no vosso jornal..."

In oInimigo Público 20Maio05

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