"Francisco Maria Teixeira da Cunha e Albuquerque de Lencastre (nome fictício) é influenciodependente. É apenas uma das muitas vítimas do tráfico de influências no nosso País. Fomos encontrá-lo na Quinta da Marinha, um dos bairros problemáticos, para tentar conhecer um pouco melhor o dia-a-dia de um viciado em influências.
IP:Como é que apanhou o vício?
F: Oh, como toda a gente, por causa das más companhias...Comecei a dar-me com o meu pai, que é agarrado há muitos anos, e ele é que me meteu nisto. Meteu uma cunha para eu entrar para a universidade, outra para arranjar o primeiro emprego...influências leves, para começar.
IP: Mas nao ficou por aí...
F: Não. Às tantas, as leves deixaram de bater e tive de passar para as duras. Foi muito rápido. Quando dei por mim, já estava a assinar despachos.
IP:Em que é que esse vício mudou a sua vida?
F:Em tudo! Uma pessoa só pensa naquilo. Não consigo fazer nada sem ser influenciado. Coisas tão simples como escolher uma gravata, por exemplo. Só me decido se alguém me disser "se levares a laranja, passo-te um cheque". É uma trsiteza!
IP: É a favor da despenalização do tráfico de influências?
F: Sou. Pelo menos das influências leves. Pequenas trocas de favores e assim...A propósito, dava-me jeito que publicassem umas noticias sobre uns amigos meus lá no vosso jornal..."
In oInimigo Público 20Maio05
Uma travessia...por vezes fácil, outras vezes difícil. Um deserto, onde se tenta desesperadamente encontrar um oásis para ai permanecer, pelo menos na triste ilusão de ser feliz.
maio 21, 2005
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