Uma travessia...por vezes fácil, outras vezes difícil. Um deserto, onde se tenta desesperadamente encontrar um oásis para ai permanecer, pelo menos na triste ilusão de ser feliz.

maio 01, 2008

A casa

A linha ténue que separa o infinito do eterno, resume-se ao despertar de um curto momento, no espaço da mais reservada criatura conhecida.

Resta apenas a sombra do instante mágico em que descansámos nesse minuto, em que trocámos o mundo que fomos e a verdade que queríamos construir.
Já não te vejo deste lugar onde te esperei. Revejo as memórias do que conhecemos, e desespero pelo intervalo de vida em que não ansiarei mais a tua chegada.

A janela da pequena casa de paredes retocadas pelo que sonhámos erguer um dia, deixa passar a brisa que o vento transporta, sempre preso no mesmo sentido de quem não quer esquecer.
Mas eu deixo passar o vento. Abro as portas dessa casa. A minha casa. Não me perco nas divisões que pintei com o brilho do teu olhar. Decorei os cantos vazios com doces lembranças dos projectos refinados que sonhámos, e guardo a loucura da luta pela terra, como um objectivo não cumprido, jamais alcançado, mas confortavelmente recompensado pelo sossego de abrir a porta da casa e não ter medo de sair à rua.

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