Se há dias que gostávamos que pudessem ser apagados, hoje era um bom dia para fazer "delete".
Não que me tenha acontecido nada de extravagante ou mau. Não me zanguei com ninguém nem chorei.
Mas hoje não me senti amada.
E não gosto disso.
E estava um bocado de birra e queria carinhos e mimos e não passear às compras e ouvir sempre aquelas coisinhas que não matam mas moem.
E queria ser mais velha e ter a minha casa, as minhas coisas e chegar e sentir sossego.
Não ver ninguém.
Só o cão que vem a abanar o rabo e a pular por me ver.
E dar-lhe comida, água fresca, beber um copo de leite, ligar a tv, fazer chichi, lavar os dentes, as mãos e a cara, vestir o pijama e enfiar-me sozinha numa cama só minha, que por vezes é ocupada por mais alguém do que eu.
Era isso que eu queria.
E fazia um preview e carregava na tecla enter e encontrava-me exactamente onde me tinha imaginado!
Uma travessia...por vezes fácil, outras vezes difícil. Um deserto, onde se tenta desesperadamente encontrar um oásis para ai permanecer, pelo menos na triste ilusão de ser feliz.
março 31, 2009
março 29, 2009
Porque afinal eu não vou mandar convites a ninguém
Desde pequena que acho que vou morrer nova.
Não sei o porquê desse pensamento, mas sempre soube que a minha vida iria ser demasiado fugaz.
Aquela coisa de pensar em mim velhinha e rodeada de netos, nunca fez muito sentido e eu até gosto muito de miúdos, e gostava de ter uma grande ninhada de crianças traquinas daquelas que dão com os pais em malucos.
Mas não me vejo grávida, nem mãe, nem a casar-me.
Queria um casamento simples, mas com toda a gente de quem eu gosto presente. Mas quando quero imaginar algo assim, as ideias não saem porque para mim isso nunca vai acontecer. Ou pelo menos, eu acho que não vai acontecer e deixo nas mãos do futuro.
E quando me olho ao espelho não me imagino com um bebé dentro de mim.Tenho uma amiga que vai ser mãe em breve e parece-me uma ideia totalmente descabida. No meu intimo, ainda nos vejo crianças e filhas de alguém. Mas nunca mães de ninguém.
Não sei. Nunca fui como as minhas amigas que têm um vestido de noiva "modelo", sabem a Igreja que querem e o cântico da entrada. Se algum dia eu puder dispensar a organização do meu casamento, passo o testemunho a quem goste mais disso do que eu. Porque eu afinal vou aos outros casamentos, mas acho que nunca irei ao meu.
Sim, porque afinal, como eu sei que vou morrer nova, não preciso de escolher um vestido nem o sítio do banquete, e muito menos os nomes dos filhos, apesar de gostar muito de Maria Inês.
Não sei o porquê desse pensamento, mas sempre soube que a minha vida iria ser demasiado fugaz.
Aquela coisa de pensar em mim velhinha e rodeada de netos, nunca fez muito sentido e eu até gosto muito de miúdos, e gostava de ter uma grande ninhada de crianças traquinas daquelas que dão com os pais em malucos.
Mas não me vejo grávida, nem mãe, nem a casar-me.
Queria um casamento simples, mas com toda a gente de quem eu gosto presente. Mas quando quero imaginar algo assim, as ideias não saem porque para mim isso nunca vai acontecer. Ou pelo menos, eu acho que não vai acontecer e deixo nas mãos do futuro.
E quando me olho ao espelho não me imagino com um bebé dentro de mim.Tenho uma amiga que vai ser mãe em breve e parece-me uma ideia totalmente descabida. No meu intimo, ainda nos vejo crianças e filhas de alguém. Mas nunca mães de ninguém.
Não sei. Nunca fui como as minhas amigas que têm um vestido de noiva "modelo", sabem a Igreja que querem e o cântico da entrada. Se algum dia eu puder dispensar a organização do meu casamento, passo o testemunho a quem goste mais disso do que eu. Porque eu afinal vou aos outros casamentos, mas acho que nunca irei ao meu.
Sim, porque afinal, como eu sei que vou morrer nova, não preciso de escolher um vestido nem o sítio do banquete, e muito menos os nomes dos filhos, apesar de gostar muito de Maria Inês.
março 25, 2009
Lisboa não é a cidade perfeita
Ainda bem que o tempo passou
e o amor que acabou não saiu.
Ainda bem que há um fado qualquer
que diz tudo o que a vida não diz.
Ainda bem que Lisboa não é
a cidade perfeita p'ra nós.
Ainda bem que há um beco qualquer
que dá eco a quem nunca tem voz.
Ainda agora vi a louca sozinha a cantar,
do alto daquela janela.
Há noites em que a saudade me deixa a pensar:
Um dia juntar-me a ela.
Um dia cantar…
como ela.
Ainda bem que eu nunca fui capaz
de encontrar a viela a seguir.
Ainda bem que o Tejo é lilás
e os peixes não param de rir.
Ainda bem que o teu corpo não quer
embarcar na tormenta do réu.
Ainda bem se o destino quiser
esta trágica historia, sou eu.
Ainda agora vi a louca sozinha a cantar,
do alto daquela janela.
Há noites em que a saudade me deixa a pensar:
Um dia juntar-me a ela.
Um dia cantar…
como ela.
Deolinda
e o amor que acabou não saiu.
Ainda bem que há um fado qualquer
que diz tudo o que a vida não diz.
Ainda bem que Lisboa não é
a cidade perfeita p'ra nós.
Ainda bem que há um beco qualquer
que dá eco a quem nunca tem voz.
Ainda agora vi a louca sozinha a cantar,
do alto daquela janela.
Há noites em que a saudade me deixa a pensar:
Um dia juntar-me a ela.
Um dia cantar…
como ela.
Ainda bem que eu nunca fui capaz
de encontrar a viela a seguir.
Ainda bem que o Tejo é lilás
e os peixes não param de rir.
Ainda bem que o teu corpo não quer
embarcar na tormenta do réu.
Ainda bem se o destino quiser
esta trágica historia, sou eu.
Ainda agora vi a louca sozinha a cantar,
do alto daquela janela.
Há noites em que a saudade me deixa a pensar:
Um dia juntar-me a ela.
Um dia cantar…
como ela.
Deolinda
março 23, 2009
A bela adormecida foi acordada pelo homem-aranha
Se o tempo voltasse para trás queria dar-te um beijo na boca, depois um estalo e virar-te as costas. Seguir o meu caminho e gritar-te que fiz tudo para que me amasses e tu só soubeste ficar nessa tua figura de rei no trono, inabalável e indestrutível.
Os homens na minha vida sempre foram assim: pessoas demasiado distantes por quem eu pedinchei um pouco de atenção.
Aquilo que eu gostava mesmo era de relações difíceis, romances platónicos, onde eu andei sempre feita tonta atrás de quem não gostava de mim.
E o que eu queria agora, era que tu me viesses dizer que me desejavas: e eu beijava-te, batia-te e dizia-te ao ouvido que tinhas tido todas as oportunidades para me amares e nunca as quisseste.
E eu voltava para a minha vida.
Voltava para a minha vida, porque estou feliz.
Os homens estão sempre a desiludir-me, mas enquanto me enganam eu sou feliz e quero sê-lo.
Os meus super-heróis já foram derrotados pelos vilões e por enquanto ainda só me restam os meus contos de fadas.
Os homens na minha vida sempre foram assim: pessoas demasiado distantes por quem eu pedinchei um pouco de atenção.
Aquilo que eu gostava mesmo era de relações difíceis, romances platónicos, onde eu andei sempre feita tonta atrás de quem não gostava de mim.
E o que eu queria agora, era que tu me viesses dizer que me desejavas: e eu beijava-te, batia-te e dizia-te ao ouvido que tinhas tido todas as oportunidades para me amares e nunca as quisseste.
E eu voltava para a minha vida.
Voltava para a minha vida, porque estou feliz.
Os homens estão sempre a desiludir-me, mas enquanto me enganam eu sou feliz e quero sê-lo.
Os meus super-heróis já foram derrotados pelos vilões e por enquanto ainda só me restam os meus contos de fadas.
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