Doce e triste, amarga e gritante, sufocando de angústia o meu olhar de te ver longe do meu rosto, e tão perto da distância que te leva sempre que eu te quero.
Não me vejas assim quando me tocas ao de leve para que os outros não reparem nem eu note essa tua indiferença que te amarra.
Ignora-me de vez para eu saber o que é a dor de perder o que me une a ti.
Ausenta-te de mim sempre que partes por momentos e que eu desespero para que voltes rezando para que fiques por lá.
Saber-me sem ti alivia as lágrimas que escorrem suaves e sem cor, de cada vez que te vejo naquele banco, naquele lugar em que eu olho e tu lá estás, de vermelho a olhar para mim. Quero-te naquele banco sem dor, para sempre a ouvir palavras que não oiço porque os meus pensamentos se invadem para o teu banco, e eu me sento ao teu lado e estendo a minha mão.
Aperto-a com força e peço-te para que fiques.
Entrego-te quem eu sou enroscando-me no banco de ti.
Grito-te para que vejas o meu pânico ao deixar de saber de ti.
E choro por ti sem medo e por saber que nada vai mudar no peso da minha garganta quando sei que vais partir.
Deixei de ter receio do que eu penso por pensar em ti: quero-me bem mal por te querer demasiado bem.
Sei que vou continuar no meu banco.
Porque tu vais embora do teu.
Olharei pelo ombro e não te encontrarei nem esperarei por ti nesse lugar.
Porque ansiarei para que não ocupem o teu lugar marcado nesse dia.
Eu não sai do meu banco. Tu foges do teu. E eu não te encontro nem sinto a tua mão.
Uma travessia...por vezes fácil, outras vezes difícil. Um deserto, onde se tenta desesperadamente encontrar um oásis para ai permanecer, pelo menos na triste ilusão de ser feliz.
janeiro 21, 2008
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