Uma travessia...por vezes fácil, outras vezes difícil. Um deserto, onde se tenta desesperadamente encontrar um oásis para ai permanecer, pelo menos na triste ilusão de ser feliz.

março 12, 2005

Ontem questionei-me sobre o casamento...
...a vida em conjunto...
...os dois individuos, unidos por um contrato...
...todo o aparato que rodeia sempre um casamento...

Ainda não percebi, o que leva duas pessoas a quererem viver o resto da vida juntas.
Isto, claro está, quando se ainda tem o casamento como uma instituição para a eternidade.
Quando se aceita esse passo, quem nos dirá que não nos poderemos apaixonar por outrém, ou que não seremos respeitados, podendo levar, como se diz no bom português, "um bom par de chifres".
O meu grau de confiança nas pessoas em geral está tão abalado, que aceitar o casamento ainda como algo realmente importante no seu sentido "espiritual"...(será?)...é coisa que eu não me arrisco a tentar compreender.
Não tenho compromissos com ninguém, nunca assinei papel que me comprometesse a ter que levar a minha vida dividida para alguém; mas quando o nosso pequenino coração se aperta por causa de outra pessoa, fico a pensar e a sentir que viver com outro não é assim tão surreal.

Mas o medo da desilusão, o egoismo do desgosto, leva a ter medo de relações.

março 06, 2005

Olhar

Porque é que temos em consideração determinados sujeitos, diferenciando-os dos outros;
e quando esses tendem a realizar gestos que aceitamos aos “outros”, sentimos que perdemos alguma coisa naquele momento?
Às vezes, gostava que o ser humano não se regesse por critérios de avaliação de gestos, acções, palavras…que aceitássemos de forma natural, aquilo que aos (des)conhecidos não depreciamos.

Hoje, cheguei à conclusão que sou uma idealista.
Ando sempre com as pessoas em avaliação, imaginando onde elas irão ou não chegar, estabelecendo metas que elas não poderão, desde a partida, de maneira nenhuma alcançar.

E o mal desde pensamento sai desde logo, completamente embriagado pela desilusão, no olhar de quem o vive.

março 05, 2005


ááAo poeta perguntei como é que os versos assim aparecem.
Disse-me só: "Eu cá não sei, são coisas que me acontecem.
Sei que nos versos que fiz, vivem motivos dos mais diversos
E também sei que sendo feliz, não saberia fazer os versos.

Ó meu amigo, não penses que a poesia
É só a caligrafia num perfeito alinhamento,
As rimas são, assim como o coração
Em que cada pulsação nos recorda sofrimento.
E nos meus versos pode não haver medida
Mas o que há sempre, são coisas da própria vida.

Fiz versos como faz dia, a luz do sol sempre ao nascer.
Eu fiz os versos porque os fazia, sem me lembrar de os fazer.
Com a expressão e os jeitos que pra cantar se vão dando à voz
Todos os versos andam já feitos, de brincadeira, dentro de nós".

(Ana Moura, Aconteceu)
 Posted by Hello

março 02, 2005

Sempre nos perguntaremos o porquê da partida, da morte, do fim...
Haverá sempre um inicio saudoso e uma despedida indesejada.
Não podias ter ido embora. Não nos devias ter deixado.

Olhei para ti. Imóvel, fria e sem vida.
Não queria ter aquela visão, que a qual, eu não esperava.
Saber-te assim, depois de tudo aquilo que foste, da mãe, da avó, da mulher que representaste, era como uma barca à deriva. Não queria acreditar.
Depois do sofrimento, da luta que travaste, só queria perguntar se foste feliz, pois no teu sorriso, não encontrei nunca senão a dor.

Agora, longe de tudo, anjo serás.
Afinal, sorrias...