Um dia...talvez.
Sol...
Raio de luz que me invade
sofrega e repentinamente.
Explicar não sei
mas sinto que estás perto.
Não te vejo!
Volto a olhar.
Sento-me.
Não vens tal como esperava.
Fico assim várias horas
e sei sinceramente que não virás
porque não sabes que te espero.
Lua...
Anoitece e continuas sem vir
as horas passam lentamente.
Atribuo a cada estrela um simples sonho
A cada maré um sentido.
Continuas sem aparecer mas eu espero
paciente e esperançosamente.
Penso na invisibilidade dos sentimentos...
Não os podemos esconder eternamente,
Mas ás vezes mostrá-los não resulta.
Mesmo que to diga, não entendes...
Não queres entender...
Amanhece...
A noite não te trouxe
Desejo,então, que este dia o faça.
O meu coração fechou-se
Em lágrimas que não conheces.
Enquanto isso tu continuas
vivendo na desesperante solidão...
Saio á rua!
Costumas estar naquela praça
Mas logo hoje não estás.
Queria dizer-te algo
Queria guardar na memória
A profundidade da tua vontade
Que guardas com ansiedade
E que estando no teu olhar
Tu não sabes e pensas não mostrar.
Pôr do sol...
E passou-se mais um dia
E sem te ter visto
Continuas em mim prisioneiro.
Cativo dono dos meus sonhos.
Talvez um dia vejas
Que não és para mim uma recordação
Mas sim, o desejo da realização da mortífera ilusão
que permanece comigo
Pois tenho medo que diluas toda a ilusão que criei.
Um dia...
Sim, talvez um dia me vejas
Ou quem sabe...talvez um dia te encontre.
Talvez um dia te diga.
Talvez um dia entendas.
Talvez um dia queiras entender...
Mas até esse dia espero
sem qualquer sinal de fadiga.
Talvez um dia me encontres.
Talvez um dia me digas.
Espero não tarde demais...
Talvez um dia!
(Cláudia)
Uma travessia...por vezes fácil, outras vezes difícil. Um deserto, onde se tenta desesperadamente encontrar um oásis para ai permanecer, pelo menos na triste ilusão de ser feliz.
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