"Ó corpo feito à imagem
do meu desejo e meu amor
que vais comigo de viagem
pra onde eu for,
que mar é este em que andamos
há três noites bem contadas
e não tem ventos nem escolhos
nem ondas alevantadas?
que sol é este, que aquece,
mas sereno, tão sereno,
que não te põe menos branca
nem a mim põe mais moreno?
que paz é esta, nas horas
mais violentas e bravas?
(Sorrias: ias falar.
Sorrias e não falavas.)
que porto é este? esta ilha?
que terra é esta em que estamos?
(Era uma nuvem, de longe...
Deixou de o ser, mal chegámos.)
E este caminho, onde leva?
e onde acaba este jardim
que é tão em mim que é em ti?
que é tão em ti que é em mim?
Ó alma feita à imagem
do sonho que me desmede
- que sede é esta que temos
que é mais água do que sede?"
Sebastião da Gama
Não há por isso explicações a dar.
O que não se disse, já não se dirá. O que não se fez, nunca se fará.
E o que eu senti, ficou comigo e se sentiste, isso ficou contigo.
Não há mais voltas a dar nem mais desejos a reclamar. Há só a recordação de um tempo que já foi, de um momento partilhado em ti e tu em mim e uma vontade de te viver como nunca nos vivemos, nem vamos saber porque me abandonaste, porque eu te deixei, porque quiseste e porque eu o permiti.
Foram sonhos, ficaram memórias.
Ouviste-me a rir e eu escondi o meu choro. Mostrei-te o meu sorriso e não viste as minhas lágrimas.
Uma travessia...por vezes fácil, outras vezes difícil. Um deserto, onde se tenta desesperadamente encontrar um oásis para ai permanecer, pelo menos na triste ilusão de ser feliz.
dezembro 27, 2007
dezembro 26, 2007
O muro
Conversas no frio de uma noite de inverno. Uma chuva miudinha a chatear os trausentes que passam e quem fala, agarrada a um cigarro para esconder um nervoso miudinho que é voltar a estar ali. Não com ele, mas sem ninguém.
Falas num burburinho, com medo de palavras fortes que possam ferir ideias ou mentalidades diferentes da tua. Mas agradeces a quem te ouve, escutar-te como se fosses uma sábia, cujas palavras são absorvidas como se uma verdade absoluta fossem.
Não são a verdade, mas são verdadeiras. No sentir, no seu som, no seu significado, na forma que lhe dás no teu dizer.
Resmungas e sofres a tapar a revolta que tens em abalar o mundo. Vives em pleno turbilhão desesperante que é lidar com situações com as quais não sabes conviver e as tuas capacidades estão muito além da realidade que te apresentam. Não queres ser arrogante mas, à tua volta só vês experiências demasiado banais para o teu ser e de tão inúteis que são, dar-lhe valor é diminuir o teu ser e enfrentar um lugar que não é o teu.
Largas um sorriso e enfrentas a razão...
Ouves música de Natal num outro dia em que marchas nessa tua busca incansável de ti.
Sentes algo que não consegues explicar e que exalta pelos teus sentidos uma impotência doce e calmante. Deixas de lutar pelo teu lugar. Não é ali, nunca foi, nem será. Imaginaste em tempos ocupar esse espaço, espaço que é demasiado pequeno para caberes lá.
O lugar nesse coração não existe e a tua dúvida permanece: será que houve um dia em que conseguiste entrar e apoderar-te do teu espaço ou foste sempre fustigada à entrada e tinhas apenas visões do que se passava lá dentro, como uma princesa com um muro muito alto à frente de onde ela consegue ver as torres do castelo, mas não consegue trepar o muro nem tem ajuda para chamar ninguém e dizer que está ali à tua espera!
Falas num burburinho, com medo de palavras fortes que possam ferir ideias ou mentalidades diferentes da tua. Mas agradeces a quem te ouve, escutar-te como se fosses uma sábia, cujas palavras são absorvidas como se uma verdade absoluta fossem.
Não são a verdade, mas são verdadeiras. No sentir, no seu som, no seu significado, na forma que lhe dás no teu dizer.
Resmungas e sofres a tapar a revolta que tens em abalar o mundo. Vives em pleno turbilhão desesperante que é lidar com situações com as quais não sabes conviver e as tuas capacidades estão muito além da realidade que te apresentam. Não queres ser arrogante mas, à tua volta só vês experiências demasiado banais para o teu ser e de tão inúteis que são, dar-lhe valor é diminuir o teu ser e enfrentar um lugar que não é o teu.
Largas um sorriso e enfrentas a razão...
Ouves música de Natal num outro dia em que marchas nessa tua busca incansável de ti.
Sentes algo que não consegues explicar e que exalta pelos teus sentidos uma impotência doce e calmante. Deixas de lutar pelo teu lugar. Não é ali, nunca foi, nem será. Imaginaste em tempos ocupar esse espaço, espaço que é demasiado pequeno para caberes lá.
O lugar nesse coração não existe e a tua dúvida permanece: será que houve um dia em que conseguiste entrar e apoderar-te do teu espaço ou foste sempre fustigada à entrada e tinhas apenas visões do que se passava lá dentro, como uma princesa com um muro muito alto à frente de onde ela consegue ver as torres do castelo, mas não consegue trepar o muro nem tem ajuda para chamar ninguém e dizer que está ali à tua espera!
dezembro 18, 2007
5 anos... Dói que se farta!
Conheço-te desde que nasci. Partilhei contigo momentos da minha curta vida que hoje guardo para recordar com o sabor do amor e de carinho que se tem por quem se quer bem.
Em mais um dia triste que te recordo de te ver pela última vez, naquela cama, naquele quarto, sei que sinto a tua falta e que a vida mudou sem eu mudar.
Olho-me ao espelho e vejo o teu reflexo. Acordo a sonhar contigo.
Pegas-me ao colo como tantas vezes fizeste e resmungas como eu tanto não gostei.
Tenho saudades de chegar a casa e de te dizer "olá". Partilhar histórias de outros dias e esconder-te o momento que era só meu.
Recuso-me a passar por aquela porta e não te ver naquela mesa. Sei o teu nome porque faz parte do meu e choro a falta que me fazes.
Gostava de ter mais tempo contigo e viver mais do que eu sou. Porque sou o que sou porque tu me fizeste assim e o que gosto, aprendi contigo.
Lembraste de tantas vezes me sentares ao calo e comeres comigo?
De jogarmos às cartas até nos mandarem para a cama...
De me pedires coisas que só eu te ia dar... às escondidas na cozinha a procurar os teus pedidos de última hora com os quais todos se zangavam contigo.
Lembro-me de me dares a mão e irmos ver o comboio chegar.
De te desarrumar a secretária e de ralhares comigo.
Lembro-me do último beijo que te dei e da nossa despedida.
Das lágrimas que me escorrem quando soube que tinhas partido.
Do telefone. Da dor de mexer na roupa. De te saber num sítio longe e tão presente em mim.
De já não recordar a tua voz porque não a ouvi mais.
Saber a sonoridade. Querer-te ouvir mais do que em sonhos. De te abraçar e dizer que sinto muito a tua falta, Meu Avô.
Em mais um dia triste que te recordo de te ver pela última vez, naquela cama, naquele quarto, sei que sinto a tua falta e que a vida mudou sem eu mudar.
Olho-me ao espelho e vejo o teu reflexo. Acordo a sonhar contigo.
Pegas-me ao colo como tantas vezes fizeste e resmungas como eu tanto não gostei.
Tenho saudades de chegar a casa e de te dizer "olá". Partilhar histórias de outros dias e esconder-te o momento que era só meu.
Recuso-me a passar por aquela porta e não te ver naquela mesa. Sei o teu nome porque faz parte do meu e choro a falta que me fazes.
Gostava de ter mais tempo contigo e viver mais do que eu sou. Porque sou o que sou porque tu me fizeste assim e o que gosto, aprendi contigo.
Lembraste de tantas vezes me sentares ao calo e comeres comigo?
De jogarmos às cartas até nos mandarem para a cama...
De me pedires coisas que só eu te ia dar... às escondidas na cozinha a procurar os teus pedidos de última hora com os quais todos se zangavam contigo.
Lembro-me de me dares a mão e irmos ver o comboio chegar.
De te desarrumar a secretária e de ralhares comigo.
Lembro-me do último beijo que te dei e da nossa despedida.
Das lágrimas que me escorrem quando soube que tinhas partido.
Do telefone. Da dor de mexer na roupa. De te saber num sítio longe e tão presente em mim.
De já não recordar a tua voz porque não a ouvi mais.
Saber a sonoridade. Querer-te ouvir mais do que em sonhos. De te abraçar e dizer que sinto muito a tua falta, Meu Avô.
dezembro 15, 2007
A Grande Mentira
Não é algo que sonhe.
Tive-te quando mais queria
Ficaste enquanto quisemos
E partiste quando quiseste
Não era fundamental
Partilhar mais do que nós
Quando te tive temi que me quisesses
E quis-te muito forte quando partiste
Talvez volte a ter-te
Alterarei o que escrevi
Não que a história mude,
Essa repetir-se-á
Sinto que só assim
Com mais uma vez
Terei um ponto final
Não, não pensei que tinhas algo a esconder
Pareceu-me tão claro o que nos estava a acontecer
Se o que trocámos não conta, eu não quero viver
Construí uma mentira que me está a corromper.
Em escuta: Balla: A grande mentira
letra: Armando Teixeira
(não podia encontrar melhor música para resumir o sentido deste último tempo da minha vida)
Tive-te quando mais queria
Ficaste enquanto quisemos
E partiste quando quiseste
Não era fundamental
Partilhar mais do que nós
Quando te tive temi que me quisesses
E quis-te muito forte quando partiste
Talvez volte a ter-te
Alterarei o que escrevi
Não que a história mude,
Essa repetir-se-á
Sinto que só assim
Com mais uma vez
Terei um ponto final
Não, não pensei que tinhas algo a esconder
Pareceu-me tão claro o que nos estava a acontecer
Se o que trocámos não conta, eu não quero viver
Construí uma mentira que me está a corromper.
Em escuta: Balla: A grande mentira
letra: Armando Teixeira
(não podia encontrar melhor música para resumir o sentido deste último tempo da minha vida)
dezembro 13, 2007
A princesa que não quis ser salva
"não saio daqui não posso,
não falo pra ti nem ouço,
se desço arrefeço num caldo arrepio
estou quase a cair em mim.
só saio daqui no osso sem ponta por onde agarrar,
mas se tudo o que eu digo parece castigo,
podes arriscar e não tenhas medo de caras feias.
a princesa que não quis ser salva
pelo príncipe que lhe calhou subiu as tranças,
mas o bom rapaz escalou a torre com garras afiadas
e disse: "não tenho medo de caras feias". "
Paulo Praça
Esta é para ti. E tu sabes quem!
(eu não tenho medo de descer da torre, se me vieres salvar)
não falo pra ti nem ouço,
se desço arrefeço num caldo arrepio
estou quase a cair em mim.
só saio daqui no osso sem ponta por onde agarrar,
mas se tudo o que eu digo parece castigo,
podes arriscar e não tenhas medo de caras feias.
a princesa que não quis ser salva
pelo príncipe que lhe calhou subiu as tranças,
mas o bom rapaz escalou a torre com garras afiadas
e disse: "não tenho medo de caras feias". "
Paulo Praça
Esta é para ti. E tu sabes quem!
(eu não tenho medo de descer da torre, se me vieres salvar)
Deves estar a chegar - Oioai
Outro dia ouvi esta música. Tem uma letra simples e uma música alegre mas nostálgica que entra no ouvido e damos por nós a trautear e cantarolar sem dar conta!
"Nas noticias da manhã,
falavam de um furacão no México.
A imagem dos viajantes decepcionados,
foi o fundo do aeroporto,
onde podes estar a chegar.
Deves estar a chegar, estiveste tão longe,
agora deves estar a chegar.
Deves estar a chegar,
deves estar a chegar,
deves estar a chegar.
Deves estar a chegar,
deves estar a chegar,
deves estar a chegar.
Não te vi e tentei voltar a dormir
sabendo que a Ásia ainda estava longe.
Mas como não chegaste fiquei preocupado,
nada nas notícias porque é que não estou
a receber uma chamada tua.
Devias estar a chegar, estiveste tão longe,
agora deves estar a chegar.
Sim.
Deves estar a chegar,
deves estar a chegar,
deves estar a chegar.
Deves estar a chegar,
deves estar a chegar,
deves estar a chegar.
Devias estar a chegar, estiveste tão longe,
agora deves estar a chegar.
Deves estar a chegar,
deves estar a chegar,
deves estar a chegar."
"Nas noticias da manhã,
falavam de um furacão no México.
A imagem dos viajantes decepcionados,
foi o fundo do aeroporto,
onde podes estar a chegar.
Deves estar a chegar, estiveste tão longe,
agora deves estar a chegar.
Deves estar a chegar,
deves estar a chegar,
deves estar a chegar.
Deves estar a chegar,
deves estar a chegar,
deves estar a chegar.
Não te vi e tentei voltar a dormir
sabendo que a Ásia ainda estava longe.
Mas como não chegaste fiquei preocupado,
nada nas notícias porque é que não estou
a receber uma chamada tua.
Devias estar a chegar, estiveste tão longe,
agora deves estar a chegar.
Sim.
Deves estar a chegar,
deves estar a chegar,
deves estar a chegar.
Deves estar a chegar,
deves estar a chegar,
deves estar a chegar.
Devias estar a chegar, estiveste tão longe,
agora deves estar a chegar.
Deves estar a chegar,
deves estar a chegar,
deves estar a chegar."
O pássaro
Entras num voo que não sabes que final terá. Bates essas asas precoses que são frágeis demais para uma viagem demasiado grande. Sentes o vento frio no corpo morno que cedo arrefece e te torna o sangue em gelo.
Partes num percurso não desenhado em qualquer mapa nem te conduzes pelos teus iguais. Vais sozinho nessa descoberta tardia desse céu que só tu queres conhecer.
Embarcas em silêncio sem olhar para trás e logo te apercebes do duro que será.
Mas ser pássaro é assim.
PODES VOAR!
Sentes a liberdade de sair do ninho e quebras as amarras que te ligam ao lar. Perguntas-te porque mais ninguém te segue. É hora de fugir dali. De aventura. Mas ninguém olha para ti. Desprezam-te por quereres desistir de uma vida cómoda e igual à deles. Olham-te como se não pertencesses ali, àquele ninho, à tal família a quem dizes pertencer.
E tu não queres saber.
SALTAS
... e VOAS!
Leve como uma pluma. Livre como o ar.
Aquele segundo tornou-se a tua vida. Nada mais esperas do que simplesmente voar. Voar para sempre. Navegar pelo céu. Ir até às estrelas, e não te importas de não voltar, porque já viveste aquilo para que nasceste.
Voas até ao sol. Até à tua última força para bater as asas.
Voas até ao teu último suspiro.
Voas até ao teu último olhar a contemplar a visão de uma vida em que não tiveste medo de te libertar, porque o teu sangue gelou e morres ali sem nada que te atormente, nesse teu voar de pássaro livre.
Partes num percurso não desenhado em qualquer mapa nem te conduzes pelos teus iguais. Vais sozinho nessa descoberta tardia desse céu que só tu queres conhecer.
Embarcas em silêncio sem olhar para trás e logo te apercebes do duro que será.
Mas ser pássaro é assim.
PODES VOAR!
Sentes a liberdade de sair do ninho e quebras as amarras que te ligam ao lar. Perguntas-te porque mais ninguém te segue. É hora de fugir dali. De aventura. Mas ninguém olha para ti. Desprezam-te por quereres desistir de uma vida cómoda e igual à deles. Olham-te como se não pertencesses ali, àquele ninho, à tal família a quem dizes pertencer.
E tu não queres saber.
SALTAS
... e VOAS!
Leve como uma pluma. Livre como o ar.
Aquele segundo tornou-se a tua vida. Nada mais esperas do que simplesmente voar. Voar para sempre. Navegar pelo céu. Ir até às estrelas, e não te importas de não voltar, porque já viveste aquilo para que nasceste.
Voas até ao sol. Até à tua última força para bater as asas.
Voas até ao teu último suspiro.
Voas até ao teu último olhar a contemplar a visão de uma vida em que não tiveste medo de te libertar, porque o teu sangue gelou e morres ali sem nada que te atormente, nesse teu voar de pássaro livre.
dezembro 12, 2007
Como?
Choro em silêncio a dor gritante que trago dentro de mim. Rezo para que voltes com esse teu ar nostalgicamente lancinante a chamar por mim. Peço para que fiques...
Viras-me as costas. Partes em busca de verdades que não têm resposta e embarcas em viagens sem regresso.
O sabor salgado de uma lágrima escorre-me pelos lábios e fico a conhecer o sabor da dor. É um sabor amargo com uma pitada de sal que me pesa no peito e que me dá um brilho triste ao olhar.
Olho para trás e vejo-me a mim e a ti. Não conheço já esse reflexo de um tempo que já lá foi. Questiono-me sobre quem são essas imagens semelhantes a ti e a mim. Alguém que num tempo que passou fui eu e foste tu. Pareço-me com essa representação feminina a contemplar algo parecido com amor.
Onde ficou essa mulher?
Como a perdi?
Como me perdeste?
Como te perdi?
Viras-me as costas. Partes em busca de verdades que não têm resposta e embarcas em viagens sem regresso.
O sabor salgado de uma lágrima escorre-me pelos lábios e fico a conhecer o sabor da dor. É um sabor amargo com uma pitada de sal que me pesa no peito e que me dá um brilho triste ao olhar.
Olho para trás e vejo-me a mim e a ti. Não conheço já esse reflexo de um tempo que já lá foi. Questiono-me sobre quem são essas imagens semelhantes a ti e a mim. Alguém que num tempo que passou fui eu e foste tu. Pareço-me com essa representação feminina a contemplar algo parecido com amor.
Onde ficou essa mulher?
Como a perdi?
Como me perdeste?
Como te perdi?
dezembro 11, 2007
trinta dias
O tempo passa e nada muda.
Um mês decorrido e ando eu a ouvir Balla novamente até à exaustão.
Sinto-me estranha, fora de mim, como se algo tivesse apoderado do meu corpo e fosse esse o guia que o levanta e conduz em mais um dia da minha vida.
Queria ficar impecavelmente deitada a dormir sem sonhos que me assustem, nem pesadelos que me acordem.
Quero dormir num sono profundo sem imagens que me despertem para ti.
Quero isolar-me deste meu mundo e nunca mais olhar-te com estes meus olhos que te desejam olhar eternamente.
Desejo-te com todo o meu corpo e sinto a alma suja de tanto rancor que sinto por te ter amado. Amor proibido e desobediente que me fez reconhecer que seres diferentes se podem gostar.
Quero-te bater. Quero-te gritar. Quero ver-te chorar. Chorar por mim o mesmo que eu já chorei por ti.
Quero que o tempo passe...
Quero que passe um século neste minuto que passa.
Quero abraçar-te. Trocar de lugar contigo. Deixar a indecisão. Quero a tua pele morena.
Quero que fiques como eu estou.
Mas quero que fiques. Quero que queiras. E quero não querer.
Porquê?
Porque sim. Porque te quero com todo o meu ser.
Um mês decorrido e ando eu a ouvir Balla novamente até à exaustão.
Sinto-me estranha, fora de mim, como se algo tivesse apoderado do meu corpo e fosse esse o guia que o levanta e conduz em mais um dia da minha vida.
Queria ficar impecavelmente deitada a dormir sem sonhos que me assustem, nem pesadelos que me acordem.
Quero dormir num sono profundo sem imagens que me despertem para ti.
Quero isolar-me deste meu mundo e nunca mais olhar-te com estes meus olhos que te desejam olhar eternamente.
Desejo-te com todo o meu corpo e sinto a alma suja de tanto rancor que sinto por te ter amado. Amor proibido e desobediente que me fez reconhecer que seres diferentes se podem gostar.
Quero-te bater. Quero-te gritar. Quero ver-te chorar. Chorar por mim o mesmo que eu já chorei por ti.
Quero que o tempo passe...
Quero que passe um século neste minuto que passa.
Quero abraçar-te. Trocar de lugar contigo. Deixar a indecisão. Quero a tua pele morena.
Quero que fiques como eu estou.
Mas quero que fiques. Quero que queiras. E quero não querer.
Porquê?
Porque sim. Porque te quero com todo o meu ser.
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