Finalmente já percebi o porque do “contigente”. Não estou a baixar a imagem a ninguém, muito menos aos açorianos que como toda a gente, também têm direito à vida e coisas boas, mas a realidade não pode ser desmentida. Ainda não consigo ter conversa nenhuma interessante com ninguém.
A boa conversa de café é estar uma hora sem dizer nada e quando se abre a boca ou é para beber ou dizer asneiras. Será que, algum dia, conseguirei fazer parte destas conversas? Ou sou assim tão básica que não consigo estar com um copo na boca, ou que me calhe ter que começar a divertir-me com uma palhinha, a queimá-la na vela redondinha que ardia estupidamente em cima da mesa?
E depois admiro-me que me olhem com cara de enjoada dramática. Não se faz nada.
Ao menos é Carnaval. Alguém tem que fazer de palhaço. Desta vez calhou-me a mim.
Moda
Em Outubro abriu cá na ilha o 1º grande centro comercial dos Açores: Parque Atlântico. Mais um tentáculo do grupo Sonae que já cá se fazia representar com hipermercados Modelo.
Mas o que é engraçado e não pondo de parte o valor das peças e a sua beleza, principalmente, porque tendo em conta as minhas poucas ou nenhumas capacidades económicas, é o que uso no meu “corpinho”, as micaelenses agora andam todas muito jeitosas a passear as suas novas peças de Zaras, Breskas, Mangos, Stradivarius, etc, etc. Os meninos por incrível que possa parecer, gostam agora de se armar em betinhos e diga-se, que lhes fica muito melhor do que com os trajes antigos que fardavam.
Ou seja, os espanhóis vieram para ficar e qualquer dia começam a aleanar estes nossos compatriotas. A língua não é impedimento, já que a diferença entre perceber espanhol e micaelense é mínima. Venha o diabo e escolha!
Uma travessia...por vezes fácil, outras vezes difícil. Um deserto, onde se tenta desesperadamente encontrar um oásis para ai permanecer, pelo menos na triste ilusão de ser feliz.
fevereiro 20, 2004
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