Sabem aquela frase de Sócrates que diz “Não sou ateniense nem grego mas sim um cidadão do mundo”? Se a quiserem ler, podem dirigir-se à estação de metro da Cidade Universitária, que lá está ela escrita em letras garrafais.
Hoje li uma outra frase que me fez pensar: “ Onde se nascia era um acidente; a verdadeira pátria era a que se escolhia, com o corpo e a alma”.
Vim duas horas no avião a pensar nisto, interessante, não?
Eu sinto-me assim. Não tenho terra, não tenho nada. Por vezes sinto-me como uma vagabunda a deambular por ai, sem poiso. Mas é a verdade. Já vivi em tanto sítio que não sei como me considerar. Não me sinto da terra de ninguém, mas sim de toda a terra.
Tenho a leve sensação que ainda não encontrei a minha terra. Talvez somente quando assentar de vez e constituir família consiga afeiçoar-me a algum sitio e ao qual eu tenha a felicidade de chamar “a minha terra”.
Passar 18 anos dividida, sempre a andar de um lado para o outro, tem as suas vantagens, mas garanto que tem imensas desvantagens. Talvez a minha necessidade de alcançar uma certa estabilidade emocional se deva a isso precisamente: a nunca ter tido estabilidade.
É engraçado que vamos crescendo e ganhamos máscaras que nos estereotipam para o resto da vida. A minha é a de uma teenager inconsciente que não sabe nada da vida e que só diz asneiras. Viva as máscaras!
Uma travessia...por vezes fácil, outras vezes difícil. Um deserto, onde se tenta desesperadamente encontrar um oásis para ai permanecer, pelo menos na triste ilusão de ser feliz.
fevereiro 20, 2004
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