Uma travessia...por vezes fácil, outras vezes difícil. Um deserto, onde se tenta desesperadamente encontrar um oásis para ai permanecer, pelo menos na triste ilusão de ser feliz.
dezembro 25, 2005
dezembro 20, 2005
Busca
Depois de um longo período de silêncio, deixaste-me de olhar. Via o meu reflexo no teu rosto e a distância meteu-se entre nós, abalando o meu frágil equilibrio.
Perguntei-te se te sentias bem. Respondeste que "sim", como sempre dizes,quando eu te pergunto algo que não queres responder.
Estavas ali como um moribundo à espera de aconchego nos braços de alguém; alguém que não compreende do que precisas, quando olhas sem saber o que dizer.
E deixaste de sentir naquele momento. Deixaste de ver. De tocar. Chorar.A dificuldade de amar atravessa-se por entre sombras que nunca pensaste que te assombrassem. O carinho que julgas ser teu, desaparece esvanecendo-se em memórias que vives inumeras vezes, quando tentas desesperadamente ser feliz.
Se ao menos trocasses um momento da vida, na ilusão de um dia te encontrares...
outubro 21, 2005
"esquecimento"
"leva-me às areias quentes
que me instigam os sentimentos
que me deixam nua perante os elementos
ensina-me a escavar objectos sem estragar
para que sorrir seja sempre vulgar
dá-me de beber, finas gotas desse mel para que o meu saber não
esteja só no papel
incita-me a lembrar
o teu gosto pelo marpara que um dia fique pronta a zarpar
esperar que amanha tudo seja diferente...e tu possas estar presente..."
Mesa- Esquecimento
Digamos que este grupo foi a revelação em 2004, acho eu, mas como eu sou assim, um pouco atrasada, só o descobri agora.
O tempo é pouco.
A rotina recomeçou.
A faculdade, o trabalho, mil livros para ler.
que me instigam os sentimentos
que me deixam nua perante os elementos
ensina-me a escavar objectos sem estragar
para que sorrir seja sempre vulgar
dá-me de beber, finas gotas desse mel para que o meu saber não
esteja só no papel
incita-me a lembrar
o teu gosto pelo marpara que um dia fique pronta a zarpar
esperar que amanha tudo seja diferente...e tu possas estar presente..."
Mesa- Esquecimento
Digamos que este grupo foi a revelação em 2004, acho eu, mas como eu sou assim, um pouco atrasada, só o descobri agora.
O tempo é pouco.
A rotina recomeçou.
A faculdade, o trabalho, mil livros para ler.
outubro 05, 2005
Faz de conta...
Ela falou-lhe baixinho, a sua voz receava que fosse descoberta e murmurou uma verdade a fingir.
Ele escutou e acreditou, pois no seu mais íntimo infinito era aquilo que desejava.
Mentiras que não causam mal estar, que amenizam uma desilusão.
Verdades escondidas que se tornaram reais; deixa passar o tempo.
Pensaste assim;
ficaste escondida no meio de "inverdades" que não te deixam sonhar.
Ele escutou e acreditou, pois no seu mais íntimo infinito era aquilo que desejava.
Mentiras que não causam mal estar, que amenizam uma desilusão.
Verdades escondidas que se tornaram reais; deixa passar o tempo.
Pensaste assim;
ficaste escondida no meio de "inverdades" que não te deixam sonhar.
setembro 25, 2005
Vida Romantica
Foi o que me disseram ontem: "ainda estás idade para ver a vida de forma romantica".
Estou? Verei? Será verdade?
Pois bem... não sei o que é ver a vida de forma romantica.
Que tudo irá acabar bem? Que todos seremos felizes para sempre? Que os problemas se resolvem,basta um pouquinho de tempo?
Não sei.
Hoje, repensando sobre muita coisa, reflectindo sobre coisas que me atormentaram ultimamente, sei que cheguei a uma solução radical, um bocado extremista. Podia dar outra solução, procurar segundo caminhos, mas para quê, se as segundas oportunidades já foram dadas e a tua atitude não mudou?
Estou? Verei? Será verdade?
Pois bem... não sei o que é ver a vida de forma romantica.
Que tudo irá acabar bem? Que todos seremos felizes para sempre? Que os problemas se resolvem,basta um pouquinho de tempo?
Não sei.
Hoje, repensando sobre muita coisa, reflectindo sobre coisas que me atormentaram ultimamente, sei que cheguei a uma solução radical, um bocado extremista. Podia dar outra solução, procurar segundo caminhos, mas para quê, se as segundas oportunidades já foram dadas e a tua atitude não mudou?
setembro 19, 2005
setembro 08, 2005
Estou além
Não consigo dominar
Este estado de ansiedade
A pressa de chegar
P’ra não chegar tarde
Não sei de que é que eu fujo
Será desta solidão
Mas porque é que eu recuso
Quem quer dar-me a mão
Vou continuar a procurar a quem eu me quero dar
Porque até aqui eu só
Quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi
Esta insatisfação
Não consigo compreender
Sempre esta sensação
Que estou a perder
Tenho pressa de sair
Quero sentir ao chegar
Vontade de partir
P’ra outro lugar
Vou continuar a procurar o meu mundo, o meu lugar
Porque até aqui eu só
Estou bem
Aonde não estou
Porque eu só estou bem
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou
Porque eu só estou bem
Aonde não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou
Este estado de ansiedade
A pressa de chegar
P’ra não chegar tarde
Não sei de que é que eu fujo
Será desta solidão
Mas porque é que eu recuso
Quem quer dar-me a mão
Vou continuar a procurar a quem eu me quero dar
Porque até aqui eu só
Quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi
Esta insatisfação
Não consigo compreender
Sempre esta sensação
Que estou a perder
Tenho pressa de sair
Quero sentir ao chegar
Vontade de partir
P’ra outro lugar
Vou continuar a procurar o meu mundo, o meu lugar
Porque até aqui eu só
Estou bem
Aonde não estou
Porque eu só estou bem
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou
Porque eu só estou bem
Aonde não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou
António Variações
Desde que ouvi esta música, não me lembro há quanto tempo, nem onde, cantada talvez numa das suas inúmeras versões que saíram depois que Variações morreu; foi sempre esta música com a qual sempre me evidenciei. Não há música que me "toque" mais que esta. Seja ela cantada por milhares, bem ou mal.
É simples, é popular e é humana.
setembro 06, 2005
Afrodisíacos
"As sociedades patriarcais, isto é, quase todas, menos algumas de índios perdidos nas crónicas de esquecidos conquistadores, têm uma verdadeira obsessão pela virilidade e o seu símbolo: o falo. Trata-se de produzir filhos, homens, é claro, para garantir a sucessão e preservar o poder da família. Em todas as falocracias os afrodisíacos são muito importantes, dadas as limitações do caprichoso apêndice masculino, que costuma desmaiar não só por fraqueza do proprietário, como também por fastio. Desde que os homens tiveram a curiosa ideia de basear nesse órgão da sua anatomia a sua superioridade sobre as mulheres, começaram a ter problemas. Atribuem-lhes poderes desproporcionados; na realidade é até insignificante comparado com um braço ou uma perna. E quanto ao tamanho, francamente, não se justificam os nomes de armas ou instrumentos que costuma receber, dado que pode ser comodamente colocado numa lata de sardinhas, embora duvide que alguém o queira fazer. Basta olhar para abaixo do umbigo do homem para calcular quanta ajuda é precisa para manter o moral em cima, e daí provém o interesse pelos afrodisíacos."
Afrodite - Histórias, Receitas e Outros Afrodisíacos
Isabel Allende
agosto 08, 2005
Breve fim
Olhaste os seus olhos. Piscavam encandeados pelo pôr do sol.
Tocavas-lhe a medo a mão.
E ele expressava aquilo que tu julgavas que não compreende.
A confusão era a silhueta do seu rosto, e a indignação fazia parte do teu.
Em silêncio despejaste palavras que nunca lhe dirias;
e calaste, como se pecar por desejar fosse um autêntico acto de clausura em que te encontraste perdida no momento que vivias de amor.
O estado de momentânea confusão, fez-te perder aquilo que julgavas ter obtido: a cumplicidade dos amantes.
A tua presença, a importância que querias ser tua, esfumou-se como se aquilo que viveste, pertencesse a uma boa história de um romance louco, onde as personagens se esbarram e amam sem pudores.
Correu uma lágrima.
Ele não viu. Ele não vê. Ele nunca te vê.
Tocavas-lhe a medo a mão.
E ele expressava aquilo que tu julgavas que não compreende.
A confusão era a silhueta do seu rosto, e a indignação fazia parte do teu.
Em silêncio despejaste palavras que nunca lhe dirias;
e calaste, como se pecar por desejar fosse um autêntico acto de clausura em que te encontraste perdida no momento que vivias de amor.
O estado de momentânea confusão, fez-te perder aquilo que julgavas ter obtido: a cumplicidade dos amantes.
A tua presença, a importância que querias ser tua, esfumou-se como se aquilo que viveste, pertencesse a uma boa história de um romance louco, onde as personagens se esbarram e amam sem pudores.
Correu uma lágrima.
Ele não viu. Ele não vê. Ele nunca te vê.
julho 15, 2005
Estavas no teu canto.
Eu no meu.
Parecia que eu não estava ali, nem tinha que estar.
Olhavas o horizonte sem ver que eu o via também e chamavas-me sem eu reparar em ti.
Eu via o Sol tocar na àgua, deleitada pelo amor daquela tarde, quando tu me tocaste e eu a ti.
Eu no meu.
Parecia que eu não estava ali, nem tinha que estar.
Olhavas o horizonte sem ver que eu o via também e chamavas-me sem eu reparar em ti.
Eu via o Sol tocar na àgua, deleitada pelo amor daquela tarde, quando tu me tocaste e eu a ti.
Aconteceu...o que nunca devia ter acontecido: eu ver o mar, o sol e a ti.
Quando o que se sente altera a forma de pensar; quando o suor do teu corpo se conforta com o meu; quando tu me beijas no mais terno afecto que eu posso arrancar de ti; quando isto tudo acontece, fico sem saber o que fazer, o que dizer, ou mesmo definir.
Como uma doida, na sua loucura inconsciente, é como vivo este dia que se seguiu. Este e os outros.
Os minutos passam, os ponteiros giram...e eu fico a ver-te longe de mim, a olhar o mar, o sol e outras coisas mais.
Tu no teu canto.
E eu no meu.
Quando o que se sente altera a forma de pensar; quando o suor do teu corpo se conforta com o meu; quando tu me beijas no mais terno afecto que eu posso arrancar de ti; quando isto tudo acontece, fico sem saber o que fazer, o que dizer, ou mesmo definir.
Como uma doida, na sua loucura inconsciente, é como vivo este dia que se seguiu. Este e os outros.
Os minutos passam, os ponteiros giram...e eu fico a ver-te longe de mim, a olhar o mar, o sol e outras coisas mais.
Tu no teu canto.
E eu no meu.
maio 23, 2005
Bang ,Bang
I was five and he was six
We rode on horses made of sticks
He wore black and I wore white
He would always win the fight
Bang bang, he shot me down
Bang bang, I hit the ground
Bang bang, that awful sound
Bang bang, my baby shot me down.
Seasons came and changed the time
When I grew up, I called him mine~
He would always laugh and say
"Remember when we used to play?"
Bang bang, I shot you down
Bang bang, you hit the ground
Bang bang, that awful sound
Bang bang, I used to shoot you down.
Music played, and people sang
Just for me, the church bells rang.
Now he's gone, I don't know why
And till this day, sometimes I cry
He didn't even say goodbye
He didn't take the time to lie.
Bang bang, he shot me down
Bang bang, I hit the ground
Bang bang, that awful sound
Bang bang, my baby shot me down...
Nancy Sinatra
Bang,bang (my baby shot me down)
maio 22, 2005
PROTECÇÃO CIVIL - COMUNICADO
PROTECÇÃO CIVIL - COMUNICADO - benfica é... campeão os portugueses devem permanecer em casa pois o cheiro intenço a mofo poderá provocar nauseas e dificuldades na respiração além de poder provocar meningite devido aos bacilos acumulados nos cachecois desde 1994. Previne-te já!! Passa isto a todos os teus contactos!
Mas pronto...mais vale o título vir para Lisboa do que ficar no Porto.
Hoje sinto-me solidária com os amigos benfiquistas.
Bem haja!
Mas pronto...mais vale o título vir para Lisboa do que ficar no Porto.
Hoje sinto-me solidária com os amigos benfiquistas.
Bem haja!
maio 21, 2005
Regresso
Depois de um período de tempo em que não me apeteceu escrever, seja dita a verdade; e depois de algumas queixas por parte de quem ainda disponibiliza alguns segundos a vir-me ler, regresso, sem inovações, sem esperança, sem dinheiro!
Achei que de acordo com o momento em que vivemos, não podia deixar de avivar a memória para o nosso País das Cunhas. "Amigos" para emprego, para a politica, para a saúde, para isto e acolá...é triste, mas quem não tem "amigos" não tem nada!
O Sporting lá perdeu, e é bem feito. É triste ver equipas mal conduzidas por técnicos que se dizem "bons"...
Só espero que amanhã o FCP não estrague a festa aos ditos, 6 milhões de benfiquistas que andam desesperados por ai, quase em estado de depressão crónica.
Achei que de acordo com o momento em que vivemos, não podia deixar de avivar a memória para o nosso País das Cunhas. "Amigos" para emprego, para a politica, para a saúde, para isto e acolá...é triste, mas quem não tem "amigos" não tem nada!
O Sporting lá perdeu, e é bem feito. É triste ver equipas mal conduzidas por técnicos que se dizem "bons"...
Só espero que amanhã o FCP não estrague a festa aos ditos, 6 milhões de benfiquistas que andam desesperados por ai, quase em estado de depressão crónica.
O drama do agarrado
"Francisco Maria Teixeira da Cunha e Albuquerque de Lencastre (nome fictício) é influenciodependente. É apenas uma das muitas vítimas do tráfico de influências no nosso País. Fomos encontrá-lo na Quinta da Marinha, um dos bairros problemáticos, para tentar conhecer um pouco melhor o dia-a-dia de um viciado em influências.
IP:Como é que apanhou o vício?
F: Oh, como toda a gente, por causa das más companhias...Comecei a dar-me com o meu pai, que é agarrado há muitos anos, e ele é que me meteu nisto. Meteu uma cunha para eu entrar para a universidade, outra para arranjar o primeiro emprego...influências leves, para começar.
IP: Mas nao ficou por aí...
F: Não. Às tantas, as leves deixaram de bater e tive de passar para as duras. Foi muito rápido. Quando dei por mim, já estava a assinar despachos.
IP:Em que é que esse vício mudou a sua vida?
F:Em tudo! Uma pessoa só pensa naquilo. Não consigo fazer nada sem ser influenciado. Coisas tão simples como escolher uma gravata, por exemplo. Só me decido se alguém me disser "se levares a laranja, passo-te um cheque". É uma trsiteza!
IP: É a favor da despenalização do tráfico de influências?
F: Sou. Pelo menos das influências leves. Pequenas trocas de favores e assim...A propósito, dava-me jeito que publicassem umas noticias sobre uns amigos meus lá no vosso jornal..."
In oInimigo Público 20Maio05
IP:Como é que apanhou o vício?
F: Oh, como toda a gente, por causa das más companhias...Comecei a dar-me com o meu pai, que é agarrado há muitos anos, e ele é que me meteu nisto. Meteu uma cunha para eu entrar para a universidade, outra para arranjar o primeiro emprego...influências leves, para começar.
IP: Mas nao ficou por aí...
F: Não. Às tantas, as leves deixaram de bater e tive de passar para as duras. Foi muito rápido. Quando dei por mim, já estava a assinar despachos.
IP:Em que é que esse vício mudou a sua vida?
F:Em tudo! Uma pessoa só pensa naquilo. Não consigo fazer nada sem ser influenciado. Coisas tão simples como escolher uma gravata, por exemplo. Só me decido se alguém me disser "se levares a laranja, passo-te um cheque". É uma trsiteza!
IP: É a favor da despenalização do tráfico de influências?
F: Sou. Pelo menos das influências leves. Pequenas trocas de favores e assim...A propósito, dava-me jeito que publicassem umas noticias sobre uns amigos meus lá no vosso jornal..."
In oInimigo Público 20Maio05
março 12, 2005
Ontem questionei-me sobre o casamento...
...a vida em conjunto...
...os dois individuos, unidos por um contrato...
...todo o aparato que rodeia sempre um casamento...
Ainda não percebi, o que leva duas pessoas a quererem viver o resto da vida juntas.
Isto, claro está, quando se ainda tem o casamento como uma instituição para a eternidade.
Quando se aceita esse passo, quem nos dirá que não nos poderemos apaixonar por outrém, ou que não seremos respeitados, podendo levar, como se diz no bom português, "um bom par de chifres".
O meu grau de confiança nas pessoas em geral está tão abalado, que aceitar o casamento ainda como algo realmente importante no seu sentido "espiritual"...(será?)...é coisa que eu não me arrisco a tentar compreender.
Não tenho compromissos com ninguém, nunca assinei papel que me comprometesse a ter que levar a minha vida dividida para alguém; mas quando o nosso pequenino coração se aperta por causa de outra pessoa, fico a pensar e a sentir que viver com outro não é assim tão surreal.
Mas o medo da desilusão, o egoismo do desgosto, leva a ter medo de relações.
...a vida em conjunto...
...os dois individuos, unidos por um contrato...
...todo o aparato que rodeia sempre um casamento...
Ainda não percebi, o que leva duas pessoas a quererem viver o resto da vida juntas.
Isto, claro está, quando se ainda tem o casamento como uma instituição para a eternidade.
Quando se aceita esse passo, quem nos dirá que não nos poderemos apaixonar por outrém, ou que não seremos respeitados, podendo levar, como se diz no bom português, "um bom par de chifres".
O meu grau de confiança nas pessoas em geral está tão abalado, que aceitar o casamento ainda como algo realmente importante no seu sentido "espiritual"...(será?)...é coisa que eu não me arrisco a tentar compreender.
Não tenho compromissos com ninguém, nunca assinei papel que me comprometesse a ter que levar a minha vida dividida para alguém; mas quando o nosso pequenino coração se aperta por causa de outra pessoa, fico a pensar e a sentir que viver com outro não é assim tão surreal.
Mas o medo da desilusão, o egoismo do desgosto, leva a ter medo de relações.
março 06, 2005
Olhar
Porque é que temos em consideração determinados sujeitos, diferenciando-os dos outros;
e quando esses tendem a realizar gestos que aceitamos aos “outros”, sentimos que perdemos alguma coisa naquele momento?
Às vezes, gostava que o ser humano não se regesse por critérios de avaliação de gestos, acções, palavras…que aceitássemos de forma natural, aquilo que aos (des)conhecidos não depreciamos.
Hoje, cheguei à conclusão que sou uma idealista.
Ando sempre com as pessoas em avaliação, imaginando onde elas irão ou não chegar, estabelecendo metas que elas não poderão, desde a partida, de maneira nenhuma alcançar.
E o mal desde pensamento sai desde logo, completamente embriagado pela desilusão, no olhar de quem o vive.
e quando esses tendem a realizar gestos que aceitamos aos “outros”, sentimos que perdemos alguma coisa naquele momento?
Às vezes, gostava que o ser humano não se regesse por critérios de avaliação de gestos, acções, palavras…que aceitássemos de forma natural, aquilo que aos (des)conhecidos não depreciamos.
Hoje, cheguei à conclusão que sou uma idealista.
Ando sempre com as pessoas em avaliação, imaginando onde elas irão ou não chegar, estabelecendo metas que elas não poderão, desde a partida, de maneira nenhuma alcançar.
E o mal desde pensamento sai desde logo, completamente embriagado pela desilusão, no olhar de quem o vive.
março 05, 2005
ááAo poeta perguntei como é que os versos assim aparecem.
Disse-me só: "Eu cá não sei, são coisas que me acontecem.
Sei que nos versos que fiz, vivem motivos dos mais diversos
E também sei que sendo feliz, não saberia fazer os versos.
Ó meu amigo, não penses que a poesia
É só a caligrafia num perfeito alinhamento,
As rimas são, assim como o coração
Em que cada pulsação nos recorda sofrimento.
E nos meus versos pode não haver medida
Mas o que há sempre, são coisas da própria vida.
Fiz versos como faz dia, a luz do sol sempre ao nascer.
Eu fiz os versos porque os fazia, sem me lembrar de os fazer.
Com a expressão e os jeitos que pra cantar se vão dando à voz
Todos os versos andam já feitos, de brincadeira, dentro de nós".
(Ana Moura, Aconteceu)
março 02, 2005
Sempre nos perguntaremos o porquê da partida, da morte, do fim...
Haverá sempre um inicio saudoso e uma despedida indesejada.
Não podias ter ido embora. Não nos devias ter deixado.
Olhei para ti. Imóvel, fria e sem vida.
Não queria ter aquela visão, que a qual, eu não esperava.
Saber-te assim, depois de tudo aquilo que foste, da mãe, da avó, da mulher que representaste, era como uma barca à deriva. Não queria acreditar.
Depois do sofrimento, da luta que travaste, só queria perguntar se foste feliz, pois no teu sorriso, não encontrei nunca senão a dor.
Agora, longe de tudo, anjo serás.
Afinal, sorrias...
Haverá sempre um inicio saudoso e uma despedida indesejada.
Não podias ter ido embora. Não nos devias ter deixado.
Olhei para ti. Imóvel, fria e sem vida.
Não queria ter aquela visão, que a qual, eu não esperava.
Saber-te assim, depois de tudo aquilo que foste, da mãe, da avó, da mulher que representaste, era como uma barca à deriva. Não queria acreditar.
Depois do sofrimento, da luta que travaste, só queria perguntar se foste feliz, pois no teu sorriso, não encontrei nunca senão a dor.
Agora, longe de tudo, anjo serás.
Afinal, sorrias...
fevereiro 23, 2005
A minha terra
"A riqueza de um povo é tudo o que faz parte da tua vida.
É tudo o que te cerca.
É a paisagem que vês da tua janela.
É a casa pequenina da tua aldeia.
É o Museu da cidade.
É a cantiga que ouves ao trabalhador, é aquela que a tua mãe cantava para te embalar.
É a filarmónica da tua terra nas tardes quentes de verão.
São os trajos coloridos das mulheres do campo e do mar.
É o rancho que dança nos caminhos poeirentos da aldeia.
É a capelinha solitária do alto do monte. É a catedral da grande cidade.
É o barro moldado pela mão do oleiro, a rede feita pela mão do pescador.
É o pregão da varina que percorre as ruas da cidade, ou a voz serena do pastor chamando as ovelhas...
São as histórias contadas, aos serões de Inverno, junto à lareira.
É o jogo da malha no largo da aldeia.
É o desenrolar da meada, é a força da vida."
Encontrei este texto numa página sobre a minha terra. Terra de trabalho sofredor e de pessoas calorosamente distantes.
Gosto dele. É simples e é real.
É tudo o que te cerca.
É a paisagem que vês da tua janela.
É a casa pequenina da tua aldeia.
É o Museu da cidade.
É a cantiga que ouves ao trabalhador, é aquela que a tua mãe cantava para te embalar.
É a filarmónica da tua terra nas tardes quentes de verão.
São os trajos coloridos das mulheres do campo e do mar.
É o rancho que dança nos caminhos poeirentos da aldeia.
É a capelinha solitária do alto do monte. É a catedral da grande cidade.
É o barro moldado pela mão do oleiro, a rede feita pela mão do pescador.
É o pregão da varina que percorre as ruas da cidade, ou a voz serena do pastor chamando as ovelhas...
São as histórias contadas, aos serões de Inverno, junto à lareira.
É o jogo da malha no largo da aldeia.
É o desenrolar da meada, é a força da vida."
Encontrei este texto numa página sobre a minha terra. Terra de trabalho sofredor e de pessoas calorosamente distantes.
Gosto dele. É simples e é real.
fevereiro 06, 2005
regressar
Depois do horrível último post, cá venho desejar brevemente um alegre Carnaval e dizer que a paciência para escrever é pouca.
Os meus dias têm sido passados a tentar cobrir as saudades de uma família que vive longe de mim e regressar por uns breves momentos a uma infância há muito perdida.
Viver é estar louco!
Os meus dias têm sido passados a tentar cobrir as saudades de uma família que vive longe de mim e regressar por uns breves momentos a uma infância há muito perdida.
Viver é estar louco!
janeiro 29, 2005
Magia
"Buscando sem saber bem o quê
Perdido como quem não vê
Calado como quem não tem resposta para quem o chama
Desesperado, como quem por ter medo da desilusão não ama"
Yogi Pijama - Jorge Palma
Gosto muito desta música.
Gosto muito de Jorge Palma.
Gosto de abrir as portas ao mundo e pensar que é uma coisa obscena!
Gosto de pensar que vou chegar ao fim inteira.
E gosto de ver-te sorrir. "Sorrir torna a pena mais leve". A minha, a tua, a de todos nós.
Gosto disto, daquilo, de qualquer coisa...de muita coisa.
Mas não gosto de não gostar.
Não gosto de ter frio.
Não gosto de sentir ódio.
Não gosto de sentir nojo.
Não gosto de repugnância.
Não gosto disto, daquilo, do outro...
Se pudesse agora queria frio.
Queria ódio.
Queria nojo.
Queria repugnância.
Queria qualquer coisa: não sentir isto que sinto.
Mas o que sinto foi o que disse; e se não dissesse não sentia.
Sinto raiva.
Sinto lágrimas.
Sinto mágoa.
Mas sinto magia...de ir embora!
Perdido como quem não vê
Calado como quem não tem resposta para quem o chama
Desesperado, como quem por ter medo da desilusão não ama"
Yogi Pijama - Jorge Palma
Gosto muito desta música.
Gosto muito de Jorge Palma.
Gosto de abrir as portas ao mundo e pensar que é uma coisa obscena!
Gosto de pensar que vou chegar ao fim inteira.
E gosto de ver-te sorrir. "Sorrir torna a pena mais leve". A minha, a tua, a de todos nós.
Gosto disto, daquilo, de qualquer coisa...de muita coisa.
Mas não gosto de não gostar.
Não gosto de ter frio.
Não gosto de sentir ódio.
Não gosto de sentir nojo.
Não gosto de repugnância.
Não gosto disto, daquilo, do outro...
Se pudesse agora queria frio.
Queria ódio.
Queria nojo.
Queria repugnância.
Queria qualquer coisa: não sentir isto que sinto.
Mas o que sinto foi o que disse; e se não dissesse não sentia.
Sinto raiva.
Sinto lágrimas.
Sinto mágoa.
Mas sinto magia...de ir embora!
100 páginas
Hoje a remexer no armário perguntei-me:
"Como é possível ter dois anos da minha vida, resumida em cem páginas num dossie?"
- Ainda não consegui responder...
"Como é possível ter dois anos da minha vida, resumida em cem páginas num dossie?"
- Ainda não consegui responder...
janeiro 28, 2005
um ano
"O inferno já não aguenta tantos demónios. Estamos a receber os excedentes aqui na Terra. Um género de deslocados do Inferno. E nós, os antigos revolucionários, fazemos parte desses excedentes. Fomos socialistas aldrabões, somos capitalistas albradados"
(Mia Couto)
Como sei que não vou ter tempo para escrever, no dia em que este meu cantinho fizer um ano de existência, decidi antecipar-me e tentar fazer uma pequena análise deste tempo decorrido.
Por isso, achei por bem, transcrever algo deste escritor, que penso que é apropriado para comemorar este pequeno aniversário.
É o que me vai na alma. Sinto-me desmoralizada com todo o mundo em meu redor. Parece-me que nada se alterou num ano. Pelo contrário. Houve alterações para pior.
Há uns tempos atrás, sentia-me defraudada pelo mundo. Sentia-me roubada. Todas as expectativas que tinha, de tudo o que ele me podia dar, ensinar, tinham deixado de existir. De um momento para o outro, senti-me abandonada, como que a vaguear pelas ruas sem destino.
Vaguei muito. Andei em muitas ruas, fiz escolhas em muitos cruzamentos, ao sol e à chuva. Conheci, aprendi, cai, magoei-me e sofri.
Hoje, sinto-me diferente.
Não é o mundo que tem que nos dar o que queremos. Somos nós que temos que saber o que pretendemos e trabalhar por isso. Nada nos é oferecido.
Mas isso, podem dizer alguns, é algo que já deviamos saber, não? Claro que sim... É algo intrínseco no ser. Nas mentes que deambulam nesse corredor de vida.
Porém, cheguei a um percurso, nesta correria desenfreada, onde quis descansar. Descansar de mim, de ti, de todos, da vida... Não me foi permitido. Não me deixaram. E eu chorei...
Chorei ao olhar para mim, para ti, para o meu lado, para o céu. Chorei porque não queria viver assim: sem querer viver.
Mas as lágrimas secaram. Alguém ajudou-me a limpá-las. Levantei-me e vi que ainda havia esperança.
Porém, a Esperança... oh, palavra tão bonita, que desperta tantas paixões...parecia que tinha fugido. Não sei para onde nem com quem.Tinha deixado de acreditar. Tinha saído de mim, libertou-se desta minha forma de viver tristonha e enfadonha.
Há uns tempos encontrei-a. Não me lembro onde. Perguntei-lhe se queria voltar para junto de mim. Ela respondeu que sim. Mas com uma condição: não a podia prender. Tinha que ser ela a abraçar-me com os seus longos braços e fazer-me voltar a acreditar na Vida e nos Homens.
Ultimamente têm-me ensinado muito. Aos poucos mostra-me um mundo onde ainda é possível olhar um sorriso e ver crianças a nascer. Mas ela sabe, todos os dias, que há sempre coisas ruins que nos entristecem, que nos causam desilusão. Ela tenta desviar-me a atenção do mal, e observar o bom da humanidade.
Árdua tarefa a dela. Tem tido coragem e paciência para moldar esta minha figura casmurra. Não sei quando se sentirá satisfeita, nem quando acabará o seu trabalho.
Só sei que por enquanto eu vou tentando voltar a acreditar. A sonhar...
(Mia Couto)
Como sei que não vou ter tempo para escrever, no dia em que este meu cantinho fizer um ano de existência, decidi antecipar-me e tentar fazer uma pequena análise deste tempo decorrido.
Por isso, achei por bem, transcrever algo deste escritor, que penso que é apropriado para comemorar este pequeno aniversário.
É o que me vai na alma. Sinto-me desmoralizada com todo o mundo em meu redor. Parece-me que nada se alterou num ano. Pelo contrário. Houve alterações para pior.
Há uns tempos atrás, sentia-me defraudada pelo mundo. Sentia-me roubada. Todas as expectativas que tinha, de tudo o que ele me podia dar, ensinar, tinham deixado de existir. De um momento para o outro, senti-me abandonada, como que a vaguear pelas ruas sem destino.
Vaguei muito. Andei em muitas ruas, fiz escolhas em muitos cruzamentos, ao sol e à chuva. Conheci, aprendi, cai, magoei-me e sofri.
Hoje, sinto-me diferente.
Não é o mundo que tem que nos dar o que queremos. Somos nós que temos que saber o que pretendemos e trabalhar por isso. Nada nos é oferecido.
Mas isso, podem dizer alguns, é algo que já deviamos saber, não? Claro que sim... É algo intrínseco no ser. Nas mentes que deambulam nesse corredor de vida.
Porém, cheguei a um percurso, nesta correria desenfreada, onde quis descansar. Descansar de mim, de ti, de todos, da vida... Não me foi permitido. Não me deixaram. E eu chorei...
Chorei ao olhar para mim, para ti, para o meu lado, para o céu. Chorei porque não queria viver assim: sem querer viver.
Mas as lágrimas secaram. Alguém ajudou-me a limpá-las. Levantei-me e vi que ainda havia esperança.
Porém, a Esperança... oh, palavra tão bonita, que desperta tantas paixões...parecia que tinha fugido. Não sei para onde nem com quem.Tinha deixado de acreditar. Tinha saído de mim, libertou-se desta minha forma de viver tristonha e enfadonha.
Há uns tempos encontrei-a. Não me lembro onde. Perguntei-lhe se queria voltar para junto de mim. Ela respondeu que sim. Mas com uma condição: não a podia prender. Tinha que ser ela a abraçar-me com os seus longos braços e fazer-me voltar a acreditar na Vida e nos Homens.
Ultimamente têm-me ensinado muito. Aos poucos mostra-me um mundo onde ainda é possível olhar um sorriso e ver crianças a nascer. Mas ela sabe, todos os dias, que há sempre coisas ruins que nos entristecem, que nos causam desilusão. Ela tenta desviar-me a atenção do mal, e observar o bom da humanidade.
Árdua tarefa a dela. Tem tido coragem e paciência para moldar esta minha figura casmurra. Não sei quando se sentirá satisfeita, nem quando acabará o seu trabalho.
Só sei que por enquanto eu vou tentando voltar a acreditar. A sonhar...
janeiro 20, 2005
A culpa é da vontade
A culpa não, não é do Sol
Se o meu corpo se queimar
A culpa não, não é do Sol
Se o meu corpo se queimar
A culpa é da vontade
Que eu tenho de te abraçar.
A culpa não, não é da praia
Se o meu corpo se ferir
A culpa não, não é da praia
Se o meu corpo se ferir
A culpa é da vontade
Que tenho de te sentir.
A culpa é da vontade
Que vive dentro de mim
E só morre com a idade
Com a idade do meu fim
A culpa é da vontade
A culpa não, não é do mar
Se o meu olhar se perder
A culpa não, não é do mar
Se o meu olhar se perder
A culpa é da vontade
Que eu tenho de te ver
A culpa não, não é do vento
Se a minha voz se calar
A culpa não, não é do vento
Se a minha voz se calar
A culpa é do lamento
Que sufoca o meu cantar
A culpa é da vontade
Que vive dentro de mim
E só morre com a idade
Com a idade do meu fim
A culpa é da vontade
Humanos
janeiro 18, 2005
"Desocupado leitor, (...)
Num lugar da Mancha, de cujo nome não quero lembrar-me, vivia, não há muito, um fidalgo, dos de lança em cabido, adarga antiga , rocim fraco e galgo corredor"...
É assim que começa uns dos mais célebres romances de toda a história da literatura mundial.Este ano que se comemora os 400 anos da 1ª publicação, nunca é demais lembrar este nosso compincha espanhol, Miguel de Cervantes.
Bem haja a sua memória!
janeiro 13, 2005
Finalmente...fotos! Yupi!
Depois de um longo tempo de ignorância de não saber como adicionar fotos, numa noite de inspirada inteligência e alguma sorte, lá consegui atravessar esses caminhos de árdua tarefa!
Digamos que a primeira foto não será "inspiradora"...mas num deserto...um incêndio pode sempre acontecer e nada melhor que ter à mão, algo que apague algum possível fogo!
Digamos que a primeira foto não será "inspiradora"...mas num deserto...um incêndio pode sempre acontecer e nada melhor que ter à mão, algo que apague algum possível fogo!
janeiro 07, 2005
Era noite...
Saiu de casa saltando pela janela, porque sabia que a única porta que dava para a rua, rangia e seria logo descoberto. Olhou para o céu. Estava uma noite fria de Inverno, mas o seu objectivo não seria abalado pela temperatura baixa.
Correu. Ia descalço. Andava sempre descalço. Gostava de pisar o chão, senti-lo...Há muito que as feridas sararam. Já nada o magoava. Só o frio...
A praia lá estava, abandonada pela noite. Sentiu-se feliz. Encontrara o seu pequeno mundo naquela praia.
O silêncio encantara-o. Só o barulho grandioso do mar destruia esse silêncio completo por falta de vida. Só a água ganhava vida naquele mundo.
Molhou os pés. Correu para a água. Gelava. Mas ele gostava dessa sensação. Sentir o corpo arrepiado. Pequenas pontadas, como mini-agulhas a enfiarem-se lentamente pela pele. Mergulhou. A cabeça como que adormeceu. Mas ele foi forte e conseguiu vir à tona. Adorava sentir o fio que separa a vida e a morte. Certa vez, pensou que não regressaria.
Saiu da água. Deitou-se na areia a contemplar o céu e a ouvir o mar. Só naqueles momentos sentia-se feliz. O que o separava do mundo sendo humano, deixava de o fazer. Sentia-se do mundo. Sentia-se do mar. Era mais um grão de areia na praia.
Adormeceu. Nú. Ao frio, mas feliz. A morte para ele deixou de ser apenas uma barreira. Morreu onde mais gostava, fugindo a um mundo que o fazia prisioneiro. Morreu de frio mas quente pela vida do último banho de mar.
Saiu de casa saltando pela janela, porque sabia que a única porta que dava para a rua, rangia e seria logo descoberto. Olhou para o céu. Estava uma noite fria de Inverno, mas o seu objectivo não seria abalado pela temperatura baixa.
Correu. Ia descalço. Andava sempre descalço. Gostava de pisar o chão, senti-lo...Há muito que as feridas sararam. Já nada o magoava. Só o frio...
A praia lá estava, abandonada pela noite. Sentiu-se feliz. Encontrara o seu pequeno mundo naquela praia.
O silêncio encantara-o. Só o barulho grandioso do mar destruia esse silêncio completo por falta de vida. Só a água ganhava vida naquele mundo.
Molhou os pés. Correu para a água. Gelava. Mas ele gostava dessa sensação. Sentir o corpo arrepiado. Pequenas pontadas, como mini-agulhas a enfiarem-se lentamente pela pele. Mergulhou. A cabeça como que adormeceu. Mas ele foi forte e conseguiu vir à tona. Adorava sentir o fio que separa a vida e a morte. Certa vez, pensou que não regressaria.
Saiu da água. Deitou-se na areia a contemplar o céu e a ouvir o mar. Só naqueles momentos sentia-se feliz. O que o separava do mundo sendo humano, deixava de o fazer. Sentia-se do mundo. Sentia-se do mar. Era mais um grão de areia na praia.
Adormeceu. Nú. Ao frio, mas feliz. A morte para ele deixou de ser apenas uma barreira. Morreu onde mais gostava, fugindo a um mundo que o fazia prisioneiro. Morreu de frio mas quente pela vida do último banho de mar.
janeiro 03, 2005
2005
Um novo ano começou!
Como é natural neste primeiros dias, deseja-se um feliz ano a todos aqueles que fazem parte das nossas vidas e de quem gostamos. Assim...Um Feliz Ano para todos aqueles que ainda possam passar por aqui.
O ano começou mal em muitas paragens. Estou, obviamente, a falar dos paises asiáticos e alguns africanos, que sofreram e estão a sofrer com as consequências de um grande abalo sismico e tsnunami. De tão longe que estou não sei nunca se poderei fazer alguma coisa, mas aqui fica expressa a minha solidariedade com todos aqueles povos devastados por tamanha tormenta.
Desejo que os governos e instituições internacionais reagam depressa, porque tudo depende do tempo que eles possam demorar. A vida de inúmeras pessoas que sobreviveram depende deles e expresso que apesar da minha impotência, faço figas e rezo para que dentro de toda a miséria, alguma luz se acenda.
Em Lisboa o ano começou bem. Com bom tempo e com um grande encontro de jovens, vindos de toda a Europa, organizado pela comunidade de Taizé.
Como a minha paróquia participou no Encontro, eu também participei com a minha presença e com a minha casa à disposição. Acolhi dois jovens, a Miki e o Lucas, ambos polacos e muito simpáticos e fixes. Foi uma experiência que jamais esquecerei.
Ainda dizem que os jovens já não são movidos por nada, mas nestes dias viu-se que há muitas coisas que ainda saltam fronteiras, e uma dela é a Fé. 40 mil jovens, reunidos, juntos com um objectivo: rezar.
Foi sublime aquilo que vivi durante 4 dias. Espero que esta experiência feita na terra patria traga mais alguma coisa e que não fique apenas como mais uma coisa feita.
Como é natural neste primeiros dias, deseja-se um feliz ano a todos aqueles que fazem parte das nossas vidas e de quem gostamos. Assim...Um Feliz Ano para todos aqueles que ainda possam passar por aqui.
O ano começou mal em muitas paragens. Estou, obviamente, a falar dos paises asiáticos e alguns africanos, que sofreram e estão a sofrer com as consequências de um grande abalo sismico e tsnunami. De tão longe que estou não sei nunca se poderei fazer alguma coisa, mas aqui fica expressa a minha solidariedade com todos aqueles povos devastados por tamanha tormenta.
Desejo que os governos e instituições internacionais reagam depressa, porque tudo depende do tempo que eles possam demorar. A vida de inúmeras pessoas que sobreviveram depende deles e expresso que apesar da minha impotência, faço figas e rezo para que dentro de toda a miséria, alguma luz se acenda.
Em Lisboa o ano começou bem. Com bom tempo e com um grande encontro de jovens, vindos de toda a Europa, organizado pela comunidade de Taizé.
Como a minha paróquia participou no Encontro, eu também participei com a minha presença e com a minha casa à disposição. Acolhi dois jovens, a Miki e o Lucas, ambos polacos e muito simpáticos e fixes. Foi uma experiência que jamais esquecerei.
Ainda dizem que os jovens já não são movidos por nada, mas nestes dias viu-se que há muitas coisas que ainda saltam fronteiras, e uma dela é a Fé. 40 mil jovens, reunidos, juntos com um objectivo: rezar.
Foi sublime aquilo que vivi durante 4 dias. Espero que esta experiência feita na terra patria traga mais alguma coisa e que não fique apenas como mais uma coisa feita.
Subscrever:
Mensagens (Atom)