Ás vezes já não sei o que é o Natal...
Sinto-me triste quando assim penso, e tento encontrar o significado de tudo isto. De todo este fulgor que numa determinada altura do ano, acontece. Quando toda a gente tenta ser simpática, quando tentamos nós próprios encontrarmo-nos.
O Natal não me diz muito. Tenho uma família pequena, completamente dividida, e sempre foi dificil encontrar um sitio onde passar esta época. Altura que devia ser de paz, para mim sempre foi um tormento. Saber quem vou magoar por não estar com eles, saber quem vou agradar, aquilo que perco e o que ganho. É triste. Mas sempre foi assim. Lembro-me de um único Natal em que fui feliz, um único ano em que tive todos aqueles que mais gostava ao meu lado. Tinha 4 anos. Estavamos nós em 1989. Há muito que passou...mas ainda tenho memórias. Lembro-me da azáfama que reinava em casa dos meus avós do alentejo, dos outros que chegavam com prendas, do cheiro a comida, dos bolos...
O Natal continuou. Voltou-se a repetir. Mas diferente. Os avós deixaram de vir. As prendas continuaram a existir mas com outro significado. Já não era fazer alguém feliz, mas comprar sentimentos. Quando recuo no tempo, sempre me lembro de um Natal que eu não queria que chegasse. Ia ser mais um dia de decisões.
Agora, hoje, próximo de mais um desses dias, já fiz as minhas escolhas. Vou passar o Natal com quem realmente eu gosto e sei que gostam de mim. Com aqueles que eu amo e que sei que não haverá muitos mais natais para passar...porque a vida é assim...acaba.
Vou passar o Natal à frente da lareira, a comer bolos, a ver filmes, a olhar para a lenha que arde, mas com duas pessoas que vivem sempre a pensar em mim. Vamos passar os três, sozinhos, divididos, mas será mais um Natal.
Uma travessia...por vezes fácil, outras vezes difícil. Um deserto, onde se tenta desesperadamente encontrar um oásis para ai permanecer, pelo menos na triste ilusão de ser feliz.
dezembro 23, 2004
dezembro 21, 2004
Father and Son
It’s not time to make a change,
Just relax, take it easy.
You’re still young, that’s your fault,
There’s so much you have to know.
Find a girl, settle down, If you want you can marry.
Look at me, I am old, but I’m happy.
I was once like you are now, and I know that it’s not easy,
To be calm when you’ve found something going on.
But take your time, think a lot,
Why, think of everything you’ve got.
For you will still be here tomorrow, but your dreams may not.
Son: How can I try to explain, when I do he turns away again.
It’s always been the same, same old story.
From the moment I could talk I was ordered to listen.
Now there’s a way and I know that I have to go away.
I know I have to go.
Father: It’s not time to make a change,
Just sit down, take it slowly.
You’re still young, that’s your fault,
There’s so much you have to go through.
Find a girl, settle down, If you want you can marry.
Look at me, I am old, but I’m happy.
Son: All the times that I cried, keeping all the things I knew inside,
It’s hard, but it’s harder to ignore it.
If they were right, I’d agree, but it’s them you know not me.
Now there’s a way and I know that I have to go away.
I know I have to go.
Just relax, take it easy.
You’re still young, that’s your fault,
There’s so much you have to know.
Find a girl, settle down, If you want you can marry.
Look at me, I am old, but I’m happy.
I was once like you are now, and I know that it’s not easy,
To be calm when you’ve found something going on.
But take your time, think a lot,
Why, think of everything you’ve got.
For you will still be here tomorrow, but your dreams may not.
Son: How can I try to explain, when I do he turns away again.
It’s always been the same, same old story.
From the moment I could talk I was ordered to listen.
Now there’s a way and I know that I have to go away.
I know I have to go.
Father: It’s not time to make a change,
Just sit down, take it slowly.
You’re still young, that’s your fault,
There’s so much you have to go through.
Find a girl, settle down, If you want you can marry.
Look at me, I am old, but I’m happy.
Son: All the times that I cried, keeping all the things I knew inside,
It’s hard, but it’s harder to ignore it.
If they were right, I’d agree, but it’s them you know not me.
Now there’s a way and I know that I have to go away.
I know I have to go.
novembro 25, 2004
"Se nao perceber a pergunta, vota não"
"O PS, o PSD e o PP, após muitas deliberações e consultas mútuas, concordaram em apresentar aos eleitores portugueses a seguinte pergunta para o referendo sobre a Constituição europeia:
Concorda com a Carta de Direitos Fundamentais, a regra da maioria qualificada e o novo quadro institucional da União Europeia, nos termos constantes da Constituição para a Europa?
Se leu a pergunta e não acredita no que leu, ou se leu a pergunta e não percebe o que leu, ou se leu a pergunta e percebe o truque, ou se leu a pergunta e lhe apetece mandar às malvas o seu voto no referendo, mais a Europa, mais a Constituição, ou se leu a pergunta e decide emigrar para os EUA ou o Japão, onde é suposto que não o tratem de atrasado mental, as suas reacções são de uma exemplar humanidade sadia. Esta pergunta é a exacta medida do menosprezo que existe nos partidos politicos pelos cidadãos, um insulto à sua inteligência e à sua identidade, um retrato de quem a faz. "
José Pacheco Pereira in Público
25 de Novembro de 2004
Ratifico abaixo a opinião deste senhor, e eu que já não contava votar no referendo, se a pergunta se mantiver, o nível de abstencionistas irá crescer...a começar por mim!
Concorda com a Carta de Direitos Fundamentais, a regra da maioria qualificada e o novo quadro institucional da União Europeia, nos termos constantes da Constituição para a Europa?
Se leu a pergunta e não acredita no que leu, ou se leu a pergunta e não percebe o que leu, ou se leu a pergunta e percebe o truque, ou se leu a pergunta e lhe apetece mandar às malvas o seu voto no referendo, mais a Europa, mais a Constituição, ou se leu a pergunta e decide emigrar para os EUA ou o Japão, onde é suposto que não o tratem de atrasado mental, as suas reacções são de uma exemplar humanidade sadia. Esta pergunta é a exacta medida do menosprezo que existe nos partidos politicos pelos cidadãos, um insulto à sua inteligência e à sua identidade, um retrato de quem a faz. "
José Pacheco Pereira in Público
25 de Novembro de 2004
Ratifico abaixo a opinião deste senhor, e eu que já não contava votar no referendo, se a pergunta se mantiver, o nível de abstencionistas irá crescer...a começar por mim!
novembro 14, 2004
Feeling Alive
I’m living a lie, I’m getting you down, feeling the same,
I wanna get ‘round,
to loving again, seeing a light, stoking a flame
I wanna go down
I wish I could fly, I wish I could die, for a moment in time
I wanna go back,
I’m loving again, I’m feeling so high, I want the same
I wanna go back
Hey I’m feeling alive, I was loaded as dice,
sweet and sticky inside, I’m feeling love
split the night long the seam, break the day with a scream
pouring gas on a fire, inside of me
‘cause I know, I´ve been bad
and I’m slow and I’m beating my head on the floor, now I know
I wanna let you go, again (2X), come on
wanna dive in the ocean when I`m feeling impure
wanna get it with you, just once more
split the night long the seam, break the day with a scream
pouring gas on a fire, inside of me
-----------REFRAO------------
And you give me so much, that I dont’t have to search
I’m feeling so fine, because I love you
we lay down on the floor and you beg me for more
so I scream that I love you, ‘cause I really do
----------REFRAO------------
I kown what I want, I know what I need, I know that I need,
everything you can give and you give me so much,
that I don’t have to search
I’m feeling so fine, because I love you
Neste momento não há música que melhor consiga descrever o que me passa pela cabeça.
Apetece-me pular, gritar, rebentar com tudo e ao mesmo tempo uma paz e calma interior preenche-me.
A vida é feita de paradoxos. Essa é a verdade!
I wanna get ‘round,
to loving again, seeing a light, stoking a flame
I wanna go down
I wish I could fly, I wish I could die, for a moment in time
I wanna go back,
I’m loving again, I’m feeling so high, I want the same
I wanna go back
Hey I’m feeling alive, I was loaded as dice,
sweet and sticky inside, I’m feeling love
split the night long the seam, break the day with a scream
pouring gas on a fire, inside of me
‘cause I know, I´ve been bad
and I’m slow and I’m beating my head on the floor, now I know
I wanna let you go, again (2X), come on
wanna dive in the ocean when I`m feeling impure
wanna get it with you, just once more
split the night long the seam, break the day with a scream
pouring gas on a fire, inside of me
-----------REFRAO------------
And you give me so much, that I dont’t have to search
I’m feeling so fine, because I love you
we lay down on the floor and you beg me for more
so I scream that I love you, ‘cause I really do
----------REFRAO------------
I kown what I want, I know what I need, I know that I need,
everything you can give and you give me so much,
that I don’t have to search
I’m feeling so fine, because I love you
Neste momento não há música que melhor consiga descrever o que me passa pela cabeça.
Apetece-me pular, gritar, rebentar com tudo e ao mesmo tempo uma paz e calma interior preenche-me.
A vida é feita de paradoxos. Essa é a verdade!
novembro 09, 2004
Reciclagem
"Tu pertences a um tipo de mulheres que só vivem a plenitude do amor na distância ou na impossibilidade. És aquilo a que eu chamo "mulher impossivel", porque amas com todas as tuas forças os homens que por uma razão ou outra não podes ter. Para ti, o amor, é a própria luta pelo amor. Não é uma construção nem uma edificação"
Margarida Rebelo Pinto
Bem...nunca pensei transcrever este excerto para aqui...porque sinceramente, nao aprecio muito a escritora em questão...mas há algum tempo atrás, uma amiguinha caracterizou-me assim.
Na altura eu encaixei. Ficava-me bem a moldura, mas de há uns tempos para cá, troquei de fotografia. Meti no lixo, aquilo que eu pensava que podia ser.
Estou à espera que me apanhem e me moldem, realmente, como eu quero ser.
Que me apanhem antes de fugir. Fico à espera. Mas acho que já me apanhaste. Agora aguenta-me!
Margarida Rebelo Pinto
Bem...nunca pensei transcrever este excerto para aqui...porque sinceramente, nao aprecio muito a escritora em questão...mas há algum tempo atrás, uma amiguinha caracterizou-me assim.
Na altura eu encaixei. Ficava-me bem a moldura, mas de há uns tempos para cá, troquei de fotografia. Meti no lixo, aquilo que eu pensava que podia ser.
Estou à espera que me apanhem e me moldem, realmente, como eu quero ser.
Que me apanhem antes de fugir. Fico à espera. Mas acho que já me apanhaste. Agora aguenta-me!
outubro 23, 2004
Renúncia
"Os desejos dos sentidos levam-nos a isto ou àquilo, mas passado esse momento o que sentimos?
Certos remorsos de consciência e dissipação do espiríto. Perdemos a alegria e muitas vezes mergulhamos na tristeza, e os prazeres da noite entristecem a manhã.
Por isso, a alegria dos sentidos é antes de mais lisonjeira, mas depois fere e mata"
Imitação de Jesus Cristo
"Cura-se como se consola; no coração nem sempre há de que chorar e de que amar"
La Bruyere
Nada melhor que estas duas citações para caracterizar o que me vai na Alma.
Hoje a minha manhã acordou cinzenta. Estava o céu azul lá fora e fazia calor. Mas eu sentia frio. Não sentia remorsos, mas algo de estranho se passava. E continua...remoendo a cada minuto que passa.
Mas nem sempre temos que amar; nem ser consolados. Temos, simplesmente, que fazer escolhas, procurar caminhos, por mais tortos e dificeis que possam parecer. Precisamos crescer.
Sempre. A cada minuto que passa. A cada segundo. Tentarmos ter paciência connosco próprios é já em si, um grande passo. Mas falta muito. Falta ter consideração pelos outros. Respeito. Carinho.
E desejar algo que podemos ter, mas saber o mal que nos provoca, sabendo bem... é precisamente não ter bom senso. E ele diz-me que esta é a altura certa para parar. Para pensar e reflectir. Sobre tudo.
Desculpa.
Certos remorsos de consciência e dissipação do espiríto. Perdemos a alegria e muitas vezes mergulhamos na tristeza, e os prazeres da noite entristecem a manhã.
Por isso, a alegria dos sentidos é antes de mais lisonjeira, mas depois fere e mata"
Imitação de Jesus Cristo
"Cura-se como se consola; no coração nem sempre há de que chorar e de que amar"
La Bruyere
Nada melhor que estas duas citações para caracterizar o que me vai na Alma.
Hoje a minha manhã acordou cinzenta. Estava o céu azul lá fora e fazia calor. Mas eu sentia frio. Não sentia remorsos, mas algo de estranho se passava. E continua...remoendo a cada minuto que passa.
Mas nem sempre temos que amar; nem ser consolados. Temos, simplesmente, que fazer escolhas, procurar caminhos, por mais tortos e dificeis que possam parecer. Precisamos crescer.
Sempre. A cada minuto que passa. A cada segundo. Tentarmos ter paciência connosco próprios é já em si, um grande passo. Mas falta muito. Falta ter consideração pelos outros. Respeito. Carinho.
E desejar algo que podemos ter, mas saber o mal que nos provoca, sabendo bem... é precisamente não ter bom senso. E ele diz-me que esta é a altura certa para parar. Para pensar e reflectir. Sobre tudo.
Desculpa.
outubro 17, 2004
Açores
Quando estamos sozinhos durante um espaço de tempo maior do que o dito “normal”, começamos a pensar mais do que o que deviamos. Eu pelo menos sou assim. Gosto da solidão, gosto de pensar, de reflectir, mais do que o “normal”. Sou atingida por vezes com paranóias que me põem depressiva e melancólica. Mas também, é durante esse breves períodos de tempo, que são escassos mas decisivos, que acabo por tomar as decisões da minha curtíssima vida. Coisas banais, para muitos, mas importantes para mim.
Tenho pensado muito naquilo que quero realmente. No meu instinto, nos meus sonhos, naquilo em que me transformo a cada minuto. Sinto-me uma pessoa muito melhor e mais ponderada que há 1 ano atrás. Certas coisas que me afligiam nesse tempo, para mim agora não passam de futilidades e coisas que detestava, agora admiro-as. É incrível como nos transformamos, como alteramos a nossa maneira de viver, de encarar a vida, esta tarefa tão difícil que é resistir a isto com dignidade.
Cada vez mais, os erros que faço têm em mim uma maior importância e tenho reflectido muito neles. Ás vezes magoamos pessoas das quais gostamos muito e nem damos conta que o fazemos. Mas esses erros ou essas acções irracionais, moldam-nos. Como o barro que nas mãos do oleiro inexperiente tem que ser trabalhado, nós também temos que o ser. Não sei se algum dia, seremos uma peça perfeita, a perfeição não existe, penso eu; mas tentamos sempre de algum modo, alcança-la. Tentamos satisfazermo-nos a cada dia, numa busca incansável. Busca essa que não sei se nos levará a algum lado, mas enquanto nos empreendemos nela, temos um objectivo, um percurso, um fim. É muito triste viver à deriva, sem objectivos. Mas cada dia que acordo, pergunto-me para quê, esta luta diária, se cada vez mais, nós temos um modo de estar com os outros tão frio e impessoal.
Não me canso de pensar em dar uma segunda oportunidade à humanidade, mas não sei se ela me dá a mim. Quando não somos recompensados, ficamos sem esperança de haver mais alguma coisa. A vida torna-se desoladora. Um deserto, onde se tenta desesperadamente encontrar um oásis para ai permanecer, pelo menos na triste ilusão de ser feliz, já que a felicidade nunca será plena. Mas ai, interrogo-me de quem será mais feliz: aqueles que levam uma vida pacata, ou aqueles que têm tudo e ambicionam tudo? Não sei escolher. Não sei a resposta. Há tantos exemplos, tantas diferenças e tanta miséria.
É-me pouco reconfortante pensar na vida de pessoas que agem como animais. Vivem como animais. Onde está a humanidade dessa gente? Onde entra aqui a educação? Será que haverá algum dia uma mudança? Ou não é preciso haver, porque no fundo se calhar essas pessoas são mais felizes do que eu?Ainda acredito que alguma coisa vai mudar. Acredito nos Homens. Tenho fé neles. Ainda confio nas pessoas, por mais que elas me magoem. Não passo de uma criança que ao ver uma praia, constrói um castelo de areia, esquecendo-se que na maré alta ele será levado pelo mar. Mas mesmo assim, continuo a construir esse castelo todos os dias. Não precisa de muralhas. Já as tem. Só precisa de janelas para ver a vida sempre diferente, e de onde possa ver um por do sol sobre o mar, cada dia alterado pela rotação da vida, da minha, da tua, da de cada um de nós.
(este texto foi escrito nos Açores, daí o título, mas só o encontrei agora)
Tenho pensado muito naquilo que quero realmente. No meu instinto, nos meus sonhos, naquilo em que me transformo a cada minuto. Sinto-me uma pessoa muito melhor e mais ponderada que há 1 ano atrás. Certas coisas que me afligiam nesse tempo, para mim agora não passam de futilidades e coisas que detestava, agora admiro-as. É incrível como nos transformamos, como alteramos a nossa maneira de viver, de encarar a vida, esta tarefa tão difícil que é resistir a isto com dignidade.
Cada vez mais, os erros que faço têm em mim uma maior importância e tenho reflectido muito neles. Ás vezes magoamos pessoas das quais gostamos muito e nem damos conta que o fazemos. Mas esses erros ou essas acções irracionais, moldam-nos. Como o barro que nas mãos do oleiro inexperiente tem que ser trabalhado, nós também temos que o ser. Não sei se algum dia, seremos uma peça perfeita, a perfeição não existe, penso eu; mas tentamos sempre de algum modo, alcança-la. Tentamos satisfazermo-nos a cada dia, numa busca incansável. Busca essa que não sei se nos levará a algum lado, mas enquanto nos empreendemos nela, temos um objectivo, um percurso, um fim. É muito triste viver à deriva, sem objectivos. Mas cada dia que acordo, pergunto-me para quê, esta luta diária, se cada vez mais, nós temos um modo de estar com os outros tão frio e impessoal.
Não me canso de pensar em dar uma segunda oportunidade à humanidade, mas não sei se ela me dá a mim. Quando não somos recompensados, ficamos sem esperança de haver mais alguma coisa. A vida torna-se desoladora. Um deserto, onde se tenta desesperadamente encontrar um oásis para ai permanecer, pelo menos na triste ilusão de ser feliz, já que a felicidade nunca será plena. Mas ai, interrogo-me de quem será mais feliz: aqueles que levam uma vida pacata, ou aqueles que têm tudo e ambicionam tudo? Não sei escolher. Não sei a resposta. Há tantos exemplos, tantas diferenças e tanta miséria.
É-me pouco reconfortante pensar na vida de pessoas que agem como animais. Vivem como animais. Onde está a humanidade dessa gente? Onde entra aqui a educação? Será que haverá algum dia uma mudança? Ou não é preciso haver, porque no fundo se calhar essas pessoas são mais felizes do que eu?Ainda acredito que alguma coisa vai mudar. Acredito nos Homens. Tenho fé neles. Ainda confio nas pessoas, por mais que elas me magoem. Não passo de uma criança que ao ver uma praia, constrói um castelo de areia, esquecendo-se que na maré alta ele será levado pelo mar. Mas mesmo assim, continuo a construir esse castelo todos os dias. Não precisa de muralhas. Já as tem. Só precisa de janelas para ver a vida sempre diferente, e de onde possa ver um por do sol sobre o mar, cada dia alterado pela rotação da vida, da minha, da tua, da de cada um de nós.
(este texto foi escrito nos Açores, daí o título, mas só o encontrei agora)
outubro 11, 2004
A ti...entre o sonho e a verdade
Terror de te amar num sítio tão frágil como o mundo...
Mal de te amar neste lugar de imperfeição...
Onde tudo nos quebra e emudece
Onde tudo nos mente e nos separa.
Sophia de Mello Bryner Andresen
Mal de te amar neste lugar de imperfeição...
Onde tudo nos quebra e emudece
Onde tudo nos mente e nos separa.
Sophia de Mello Bryner Andresen
setembro 26, 2004
Mar Morto
"Os homens da beira do cais só têm uma estrada na sua vida: a estrada do mar. Por ela entram, que seu destino é esse. O mar é dono de todos eles. Do mar vem toda a alegria e toda a tristeza porque o mar é mistério que nem os marinheiros mais velhos entendem, que nem entendem aqueles antigos mestres de saveiro que não viajam mais, e, apenas remendam as velas e contam histórias. Do mar vem a música, vem o amor e vem a morte"
Jorge Amado
(Devido às novas tecnologias informáticas e à evolução deste mundo e do outro, este post foi publicado num portátil, numa festa de seca, às 3:20 e com aquela cena do mobile connect card...o que uma pessoa faz pa tar acordada e não secar....)
Jorge Amado
(Devido às novas tecnologias informáticas e à evolução deste mundo e do outro, este post foi publicado num portátil, numa festa de seca, às 3:20 e com aquela cena do mobile connect card...o que uma pessoa faz pa tar acordada e não secar....)
setembro 23, 2004
Crime e Castigo
"tudo está nas mãos do homem, e o homem deixa que tudo lhe fuja à frente do nariz, só por cobardia...é um axioma. Não era curioso saber de que têm medo as pessoas? De um passo novo, de uma palavra nova própria, é esse o maior medo delas..."
setembro 22, 2004
"O poder - tal como o Amor - tem dois gumes: exerce-se e sofre-se. Ao mesmo tempo que gera um estado de levitação pura, gera também o seu contrário: a procura de uma felicidade irresístivel e fugidia, só comparável à procura de um amor idealizado, que se anseia, mas que se teme, persegue-se mas nunca se alcança. D...sofria-o com uma voracidade insaciável de saber tudo, de estar em tudo, de descobrir o porquê e o como das coisas, e a razão da sua vida. Alguns que trataram e gostaram dela de perto, perceberam isso nas incertezas do seu coração, e pensam que muito poucas vezes foi feliz"
setembro 03, 2004
pára-raios
Sinto-me molhada.
Sinto-me encharcada.
Sinto-me desconfortável.
Estou contente e descontente.
Setembro encheu-me por completo com a sua chuva e as suas tempestades mundanas.
Estou contente pelo Inverno estar quase a chegar e triste por recomeçar a vida invernal ou diria "infernal"?
Exames em Setembro...estudar todos os dias...tem sido o meu pensamento durante estes dias.
Agora que toda a gente voltou para os seus blogs, eu faço férias no meu.
Acho que preciso. Sei que sim.
Sinto-me encharcada.
Sinto-me desconfortável.
Estou contente e descontente.
Setembro encheu-me por completo com a sua chuva e as suas tempestades mundanas.
Estou contente pelo Inverno estar quase a chegar e triste por recomeçar a vida invernal ou diria "infernal"?
Exames em Setembro...estudar todos os dias...tem sido o meu pensamento durante estes dias.
Agora que toda a gente voltou para os seus blogs, eu faço férias no meu.
Acho que preciso. Sei que sim.
agosto 28, 2004
Histórias e Contos: Texto de Gabriel Garcia Marquez
Trata-se de um texto do escritor Gabriel Garcia Marquez que vive lúcido e consciente, os últimos dias da sua vida, vítima de um cancro linfático. Sem dúvida um instante inesquecível da sensibilidade humana:
"Se, por um instante, Deus se esquecesse de que sou uma marionete de trapo e me presenteasse com um pedaço de vida, possivelmente não diria tudo o que penso, mas, certamente, pensaria tudo o que digo. Daria valor às coisas, não pelo que valem, mas pelo que significam.
Dormiria pouco, sonharia mais, pois sei que a cada minuto que fechamos os olhos, perdemos sessenta segundos de luz. Andaria quando os demais parassem, acordaria quando os outros dormem. Escutaria quando os outros falassem e gozaria um bom sorvete de chocolate.
Se Deus me presenteasse com um pedaço de vida, vestir-me-ia com simplicidade, deitar-me-ia de bruços no solo, deixando a descoberto não apenas meu corpo, como minha alma. Deus meu, se eu tivesse um coração, escreveria o meu ódio sobre o gelo e esperaria que o sol saísse. Pintaria, com um sonho de An Gogo, sobre estrelas, um poema de Mário Benedetti e uma canção de Serrat seria a serenata que ofereceria à Lua.
Regaria as rosas com as minhas lágrimas para sentir a dor dos espinhos e o encarnado beijo de suas pétalas. Deus meu, se eu tivesse um pedaço de vida, não deixaria passar um só dia sem dizer às gentes - amo- vos, amo-vos.
Convenceria cada mulher e cada homem que são os meus favoritos e viveria apaixonado pelo amor. Aos homens, provar-lhes-ia como estão enganados ao pensarem que deixam de apaixonar-se quando envelhecem, sem saber que envelhecem quando deixam de apaixonar- se.
A uma criança, dar-lhe-ia asas, mas deixaria que aprendesse a voar sozinha. Aos velhos, ensinaria que a morte não chega com a velhice, mas com o esquecimento. Tantas coisas aprendi com vocês, os homens... Aprendi que toda a gente quer viver no cimo da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a escarpa.
Aprendi que, quando um recém-nascido aperta, com a sua pequena mão, pela primeira vez, o dedo de seu pai, o torna prisioneiro para sempre. Aprendi que um homem só tem o direito de olhar um outro de cima para baixo para ajudá-lo a levantar. São tantas as coisas que pude aprender com vocês, mas, finalmente, não poderão servir muito porque quando me olharem dentro dessa maleta, infelizmente estarei morrendo."
Gabriel Garcia Marquez
Trata-se de um texto do escritor Gabriel Garcia Marquez que vive lúcido e consciente, os últimos dias da sua vida, vítima de um cancro linfático. Sem dúvida um instante inesquecível da sensibilidade humana:
"Se, por um instante, Deus se esquecesse de que sou uma marionete de trapo e me presenteasse com um pedaço de vida, possivelmente não diria tudo o que penso, mas, certamente, pensaria tudo o que digo. Daria valor às coisas, não pelo que valem, mas pelo que significam.
Dormiria pouco, sonharia mais, pois sei que a cada minuto que fechamos os olhos, perdemos sessenta segundos de luz. Andaria quando os demais parassem, acordaria quando os outros dormem. Escutaria quando os outros falassem e gozaria um bom sorvete de chocolate.
Se Deus me presenteasse com um pedaço de vida, vestir-me-ia com simplicidade, deitar-me-ia de bruços no solo, deixando a descoberto não apenas meu corpo, como minha alma. Deus meu, se eu tivesse um coração, escreveria o meu ódio sobre o gelo e esperaria que o sol saísse. Pintaria, com um sonho de An Gogo, sobre estrelas, um poema de Mário Benedetti e uma canção de Serrat seria a serenata que ofereceria à Lua.
Regaria as rosas com as minhas lágrimas para sentir a dor dos espinhos e o encarnado beijo de suas pétalas. Deus meu, se eu tivesse um pedaço de vida, não deixaria passar um só dia sem dizer às gentes - amo- vos, amo-vos.
Convenceria cada mulher e cada homem que são os meus favoritos e viveria apaixonado pelo amor. Aos homens, provar-lhes-ia como estão enganados ao pensarem que deixam de apaixonar-se quando envelhecem, sem saber que envelhecem quando deixam de apaixonar- se.
A uma criança, dar-lhe-ia asas, mas deixaria que aprendesse a voar sozinha. Aos velhos, ensinaria que a morte não chega com a velhice, mas com o esquecimento. Tantas coisas aprendi com vocês, os homens... Aprendi que toda a gente quer viver no cimo da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a escarpa.
Aprendi que, quando um recém-nascido aperta, com a sua pequena mão, pela primeira vez, o dedo de seu pai, o torna prisioneiro para sempre. Aprendi que um homem só tem o direito de olhar um outro de cima para baixo para ajudá-lo a levantar. São tantas as coisas que pude aprender com vocês, mas, finalmente, não poderão servir muito porque quando me olharem dentro dessa maleta, infelizmente estarei morrendo."
Gabriel Garcia Marquez
agosto 26, 2004
Não fui amado pela única razão grande razão- porque não tinha que ser
Se eu morrer novo,
sem poder publicar livro nenhum
Sem ver a cara que têm os meus versos em letra impressa,
Peço que,se se quiserem ralar por minha causa,
Que não se ralem.
Se assim aconteceu, assim está certo.
Mesmo que os meus versos nunca sejam impressos,
Eles lá terão a sua beleza, se forem belos.
Mas eles não podem ser belos e ficar por imprimir,
Porque as raízes podem estar debaixo da terra
Mas as flores florescem ao ar livre e à vista.
Tem que ser assim por força.Nada o pode impedir.
Se eu morrer muito novo,oiçam isto:
Nunca fui senão uma criança que brincava.
Fui gentio como o sol e a água,
De uma religião universal que só os homens não têm.
Fui feliz porque não pedi cousa nenhuma,
Nem procurei achar nada,
Nem achei que houvesse mais explicação
Que a palavra explicação não ter sentido nenhum.
Não desejei senão estar ao sol ou à chuva
-Ao sol quando havia sol
E à chuva quando estava chovendo
(E nunca a outra cousa),
Sentir calor e frio e vento,
E não ir mais longe.
Uma vez amei,julguei que me amariam,
Mas não fui amado.
Não fui amado pela unica grande razão
-Porque não tinha que ser.
Consolei-me voltando ao sol e a chuva,
E sentando-me outra vez a porta de casa.
Os campos, afinal,
não são tão verdes para os que são amados
Como para os que o não são.
Sentir é estar distraido.
Alberto Caeiro, 7-11-1915
sem poder publicar livro nenhum
Sem ver a cara que têm os meus versos em letra impressa,
Peço que,se se quiserem ralar por minha causa,
Que não se ralem.
Se assim aconteceu, assim está certo.
Mesmo que os meus versos nunca sejam impressos,
Eles lá terão a sua beleza, se forem belos.
Mas eles não podem ser belos e ficar por imprimir,
Porque as raízes podem estar debaixo da terra
Mas as flores florescem ao ar livre e à vista.
Tem que ser assim por força.Nada o pode impedir.
Se eu morrer muito novo,oiçam isto:
Nunca fui senão uma criança que brincava.
Fui gentio como o sol e a água,
De uma religião universal que só os homens não têm.
Fui feliz porque não pedi cousa nenhuma,
Nem procurei achar nada,
Nem achei que houvesse mais explicação
Que a palavra explicação não ter sentido nenhum.
Não desejei senão estar ao sol ou à chuva
-Ao sol quando havia sol
E à chuva quando estava chovendo
(E nunca a outra cousa),
Sentir calor e frio e vento,
E não ir mais longe.
Uma vez amei,julguei que me amariam,
Mas não fui amado.
Não fui amado pela unica grande razão
-Porque não tinha que ser.
Consolei-me voltando ao sol e a chuva,
E sentando-me outra vez a porta de casa.
Os campos, afinal,
não são tão verdes para os que são amados
Como para os que o não são.
Sentir é estar distraido.
Alberto Caeiro, 7-11-1915
agosto 25, 2004
A gente vai continuar...
Tira a mão do queixo, não penses mais nisso
O que lá vai já deu o que tinha a dar
Quem ganhou, ganhou e usou-se disso
Quem perdeu há-de ter mais cartas para dar
E enquanto alguns fazem figura
Outros sucumbem à batota
Chega aonde tu quiseres
Mas goza bem a tua rota
Enquanto houver estrada para andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada para andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar
Todos nós pagamos por tudo o que usamos
O sistema é antigo e não poupa ninguém, não
Somos todos escravos do que precisamos
Reduz as necessidades se queres passar bem
Que a dependência é uma besta
Que dá cabo do desejo
E a liberdade é uma maluca
Que sabe quanto vale um beijo
(E mais um letra de (in)conformismo)
O que lá vai já deu o que tinha a dar
Quem ganhou, ganhou e usou-se disso
Quem perdeu há-de ter mais cartas para dar
E enquanto alguns fazem figura
Outros sucumbem à batota
Chega aonde tu quiseres
Mas goza bem a tua rota
Enquanto houver estrada para andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada para andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar
Todos nós pagamos por tudo o que usamos
O sistema é antigo e não poupa ninguém, não
Somos todos escravos do que precisamos
Reduz as necessidades se queres passar bem
Que a dependência é uma besta
Que dá cabo do desejo
E a liberdade é uma maluca
Que sabe quanto vale um beijo
(E mais um letra de (in)conformismo)
Sossego...escravidão
Finalmente, em paz.
Escrava de avaliações para o resto da vida.
Notas para o futuro, do qual depende o presente.
Tou farta!
Mas tem que ser...frase tão banal esta, mas a vida é um "tem que ser"!
Sempre...todos os dias...mal nos levantamos, mal abrimos os olhos, mal temos consciencia de que o sonho acabou. Vida de (in)conformismo esta...
Há uns dias pus aqui no blog a "grandiosa" música de Jorge Palma, "Na Terra dos Sonhos". Encontrei a minha. Encontrei um enorme número de "terras dos Sonhos", mas esta está guardada no cantinho mais escondido e mais querido do meu coração! (Que frase tão lamechas! Blah!!! )
Na minha terra dos sonhos posso ser quem eu quiser. Posso andar com quem eu quiser. Posso falar quando quero e gritar sem incomodar ninguém. Posso ter o mundo inteiro à minha volta e sentir-me sozinha sem sentir solidão. Na minha terra dos sonhos não preciso enganar ninguém nem refugiar-me em pensamentos vãos. Posso sentir-me EU...sem nada que me esconda, sem nada que me faça sentir falta de forças para continar. Olho para dentro e vejo o mundo como sempre o quis ver...mas só na minha terra dos sonhos!
Escrava de avaliações para o resto da vida.
Notas para o futuro, do qual depende o presente.
Tou farta!
Mas tem que ser...frase tão banal esta, mas a vida é um "tem que ser"!
Sempre...todos os dias...mal nos levantamos, mal abrimos os olhos, mal temos consciencia de que o sonho acabou. Vida de (in)conformismo esta...
Há uns dias pus aqui no blog a "grandiosa" música de Jorge Palma, "Na Terra dos Sonhos". Encontrei a minha. Encontrei um enorme número de "terras dos Sonhos", mas esta está guardada no cantinho mais escondido e mais querido do meu coração! (Que frase tão lamechas! Blah!!! )
Na minha terra dos sonhos posso ser quem eu quiser. Posso andar com quem eu quiser. Posso falar quando quero e gritar sem incomodar ninguém. Posso ter o mundo inteiro à minha volta e sentir-me sozinha sem sentir solidão. Na minha terra dos sonhos não preciso enganar ninguém nem refugiar-me em pensamentos vãos. Posso sentir-me EU...sem nada que me esconda, sem nada que me faça sentir falta de forças para continar. Olho para dentro e vejo o mundo como sempre o quis ver...mas só na minha terra dos sonhos!
agosto 19, 2004
Quarto...amargo quarto!
De regresso à base...de regresso ao amargo quarto da solidão sem descanso...mas com a alma zen demais para me preocupar com aquilo completamente externo àquela míuda que partiu daqui com um ódio a uma vidinha hipocrita.
Estou de regresso a uma terra, a um chão, onde me afundo, mas desta vez trouxe o mapa e as cordas para não me deixar ir.Trouxe paz, sossego e um pouco de alegria.
Deixei de pensar demais estas férias. Só o essencial para não me perder. O que resumindo, é óptimo!
E assim, com este espirito um pouco mais leve, retomarei aquilo que deixei à algum tempo. Aquilo do qual dependo para poder um dia ser o mais independente que puder dos outros.
Isto de se viver em busca da auto-suficiencia é uma luta temerária e insaciável. Mas hei-de talvez conseguir...Nunca ninguém se há-de saciar completamente, mas todos caminhamos para um destino, onde tentamos alcançar a tão esperada Felicidade. Busca utopica a minha, mas que se lixe!
E viva o "saloio" Algarve! Ele espera-me este fim de semaninha, num parque de campismo proximo de você!
E depois...a terra do sossego!
Estou de regresso a uma terra, a um chão, onde me afundo, mas desta vez trouxe o mapa e as cordas para não me deixar ir.Trouxe paz, sossego e um pouco de alegria.
Deixei de pensar demais estas férias. Só o essencial para não me perder. O que resumindo, é óptimo!
E assim, com este espirito um pouco mais leve, retomarei aquilo que deixei à algum tempo. Aquilo do qual dependo para poder um dia ser o mais independente que puder dos outros.
Isto de se viver em busca da auto-suficiencia é uma luta temerária e insaciável. Mas hei-de talvez conseguir...Nunca ninguém se há-de saciar completamente, mas todos caminhamos para um destino, onde tentamos alcançar a tão esperada Felicidade. Busca utopica a minha, mas que se lixe!
E viva o "saloio" Algarve! Ele espera-me este fim de semaninha, num parque de campismo proximo de você!
E depois...a terra do sossego!
agosto 09, 2004
Hoje tenho uma história gira para contar.
Por estas bandas no meio do Atlantico quando não há mais nada para fazer, inventam-se festas e festas e mais festas.
Durante a semana que terminou, foi a "Semana da Juventude". Uma semana em que supostamente, o que acontece em termos de actividades lúdicas é destinado aos jovens e companhia lda. Assim, há mini festivais por todo o lado, coisas que a malta "pequena" gosta. Apresentam-se novas bandas ao mundo em sitios que o mundo nunca ouviu falar. Mas é sempre uma experiencia inesquecivel!!!
Entao, lá foi a Laura atrás dos amigos que têm uma dessas bandas. Foi montar a tenda para o parque de campismo da Vila do Nordeste, um parque de campismo que é mais campismo selvagem do que outra coisa, mas isso são outras historias...
Os amigos tocaram e encantaram 300 pessoas e endoideceram outras 600...mas foi bonito. Eu gostei, pena que publico tenha sido bebados e malucos. Acabou o espectaculo e a Laura fugiu para o bar mais proximo...sim, porque no Nordeste HÁ bares! E por acaso agradaveis. E um deles é explorado sabem por quem? Por PAQUISTANESES!!!! Sim...nos Açores há paquistaneses!!!! Esses gajos estão infiltrados em todo o lado! Como é possível??!!?!?
É a Al-Qaeda! É o Bin Laden! É o Saddam!
Final da história...são muito simpaticos e porreirinhos! E sabem o que eles cozinham? Comida ITALIANA! Pois é...pois é...
Com isto tudo, eu tive que cuscuvilhar a vida dessa gente e fiquei a saber muitas coisas! Pois foi...mas isso são segredos e nem vou contar mais nada.
NOTA:Quem vier aos Açores, e quiser ver o nascer do sol, Ponta da Madrugada! Mas convém falar com um meteorologista antes para não apanhar uma hora de seca e só ver nuvens!
Por estas bandas no meio do Atlantico quando não há mais nada para fazer, inventam-se festas e festas e mais festas.
Durante a semana que terminou, foi a "Semana da Juventude". Uma semana em que supostamente, o que acontece em termos de actividades lúdicas é destinado aos jovens e companhia lda. Assim, há mini festivais por todo o lado, coisas que a malta "pequena" gosta. Apresentam-se novas bandas ao mundo em sitios que o mundo nunca ouviu falar. Mas é sempre uma experiencia inesquecivel!!!
Entao, lá foi a Laura atrás dos amigos que têm uma dessas bandas. Foi montar a tenda para o parque de campismo da Vila do Nordeste, um parque de campismo que é mais campismo selvagem do que outra coisa, mas isso são outras historias...
Os amigos tocaram e encantaram 300 pessoas e endoideceram outras 600...mas foi bonito. Eu gostei, pena que publico tenha sido bebados e malucos. Acabou o espectaculo e a Laura fugiu para o bar mais proximo...sim, porque no Nordeste HÁ bares! E por acaso agradaveis. E um deles é explorado sabem por quem? Por PAQUISTANESES!!!! Sim...nos Açores há paquistaneses!!!! Esses gajos estão infiltrados em todo o lado! Como é possível??!!?!?
É a Al-Qaeda! É o Bin Laden! É o Saddam!
Final da história...são muito simpaticos e porreirinhos! E sabem o que eles cozinham? Comida ITALIANA! Pois é...pois é...
Com isto tudo, eu tive que cuscuvilhar a vida dessa gente e fiquei a saber muitas coisas! Pois foi...mas isso são segredos e nem vou contar mais nada.
NOTA:Quem vier aos Açores, e quiser ver o nascer do sol, Ponta da Madrugada! Mas convém falar com um meteorologista antes para não apanhar uma hora de seca e só ver nuvens!
julho 28, 2004
Incendios
No ano passado vi a Tapada de Mafra arder e as terras perto da Malveira, sitio onde vivo à 7 aninhos.
Este ano, vejo as terras da minha avó, sitio onde passei parte da minha infancia e sitio que amo mais que outro local, arder, ser destruido sem qualquer sentimento a mais sem ser frustação e muito ódio a um "alguém" que não se sabe quem.
Andava eu mais despreocupada da vida, a tentar relaxar, aqui nos Açores, quando fui completamente assombranda pelas imagens da tv. Sitios onde passei uns dias antes de vir para Ponta Delgada, estão completamente negros das cinzas.
A realidade dos fogos, devia ser algo que despertasse a atenção de todos e não apenas ver na tv o que acontece aos outros.
A unica questão que coloco e gostava realmente de tentar perceber é o porquê?
Aquelas terras, Serra Algarvia, são compostas de sobreiros, coração da cortiça portuguesa, já que é aqui que se encontra a de melhor qualidade de Portugal. As pessoas têm muito cuidado, pois é de exploração dificil e demorada, pois um sobreiro para dar a 1ª vez cortiça demora 20 anos e por sua vez, todas as extracções só podem ser efectuadas de 9 em 9 anos. Assim, só daqui a 30 anos é que aquela região poderá ficar parecida com o que era. Sim...parecida, porque havia arvores que eram centenarias e que geravam uma cortiça de primazia.
Agora resta esperar e fazer figas para que muitas familias tenham apoio, pois para muitas delas era a sua base de sustento, para não falar de muitas casas que têm ardido.
Para terminar ?Qual é o papel activo do governo? Ah?
Ora aqui está uma boa altura para demonstrar alguma competencia face ao outro. Não sei é se lhes apetece. Não estou a ver o Santanazinho a sujar os "vela" para ir para o meio do mato ver os sobreiros a arder. Ele que tenha cuidado que ainda lhe vai uma faulha para o cabelo e o gel arde facilmente.
Este ano, vejo as terras da minha avó, sitio onde passei parte da minha infancia e sitio que amo mais que outro local, arder, ser destruido sem qualquer sentimento a mais sem ser frustação e muito ódio a um "alguém" que não se sabe quem.
Andava eu mais despreocupada da vida, a tentar relaxar, aqui nos Açores, quando fui completamente assombranda pelas imagens da tv. Sitios onde passei uns dias antes de vir para Ponta Delgada, estão completamente negros das cinzas.
A realidade dos fogos, devia ser algo que despertasse a atenção de todos e não apenas ver na tv o que acontece aos outros.
A unica questão que coloco e gostava realmente de tentar perceber é o porquê?
Aquelas terras, Serra Algarvia, são compostas de sobreiros, coração da cortiça portuguesa, já que é aqui que se encontra a de melhor qualidade de Portugal. As pessoas têm muito cuidado, pois é de exploração dificil e demorada, pois um sobreiro para dar a 1ª vez cortiça demora 20 anos e por sua vez, todas as extracções só podem ser efectuadas de 9 em 9 anos. Assim, só daqui a 30 anos é que aquela região poderá ficar parecida com o que era. Sim...parecida, porque havia arvores que eram centenarias e que geravam uma cortiça de primazia.
Agora resta esperar e fazer figas para que muitas familias tenham apoio, pois para muitas delas era a sua base de sustento, para não falar de muitas casas que têm ardido.
Para terminar ?Qual é o papel activo do governo? Ah?
Ora aqui está uma boa altura para demonstrar alguma competencia face ao outro. Não sei é se lhes apetece. Não estou a ver o Santanazinho a sujar os "vela" para ir para o meio do mato ver os sobreiros a arder. Ele que tenha cuidado que ainda lhe vai uma faulha para o cabelo e o gel arde facilmente.
julho 24, 2004
Na terra dos Sonhos
Andava eu sem ter onde cair vivo
Fui procurar abrigo nas frases estudadas do senhor doutor
Ai de mim não era nada daquilo que eu queria
Ninguém se compreendia e eu vi que a coisa ia de mal a pior
Na terra dos sonhos, podes ser quem tu és, ninguém te leva a mal
Na terra dos sonhos toda a gente trata a gente toda por igual
Na terra dos sonhos não há pó nas entrelinhas, ninguém se pode enganar
Abre bem os olhos, escuta bem o coração, se é que queres ir para lá morar
Andava eu sózinho a tremer de frio
Fui procurar calor e ternura nos braços de uma mulher
Mas esqueci-me de lhe dar também um pouco de atenção
E a minha solidão não me largou da mão nem um minuto sequer
Na terra dos sonhos, podes ser quem tu és, ninguém te leva a mal
Na terra dos sonhos toda a gente trata a gente toda por igual
Na terra dos sonhos não há pó nas entrelinhas, ninguém se pode enganar
Abre bem os olhos, escuta bem o coração, se é que queres ir para lá morar
Se queres ver o Mundo inteiro à tua altura
Tens de olhar para fora, sem esqueceres que dentro é que é o teu lugar
E se às duas por três vires que perdeste o balanço
Não penses em descanso, está ao teu alcance, tens de o reencontrar
Na terra dos sonhos, podes ser quem tu és, ninguém te leva a mal
Na terra dos sonhos toda a gente trata a gente toda por igual
Na terra dos sonhos não há pó nas entrelinhas, ninguém se pode enganar
Abre bem os olhos, escuta bem o coração, se é que queres ir para lá morar
(E mais uma vez...encontrei na musica o meu estado de espirito...)
Fui procurar abrigo nas frases estudadas do senhor doutor
Ai de mim não era nada daquilo que eu queria
Ninguém se compreendia e eu vi que a coisa ia de mal a pior
Na terra dos sonhos, podes ser quem tu és, ninguém te leva a mal
Na terra dos sonhos toda a gente trata a gente toda por igual
Na terra dos sonhos não há pó nas entrelinhas, ninguém se pode enganar
Abre bem os olhos, escuta bem o coração, se é que queres ir para lá morar
Andava eu sózinho a tremer de frio
Fui procurar calor e ternura nos braços de uma mulher
Mas esqueci-me de lhe dar também um pouco de atenção
E a minha solidão não me largou da mão nem um minuto sequer
Na terra dos sonhos, podes ser quem tu és, ninguém te leva a mal
Na terra dos sonhos toda a gente trata a gente toda por igual
Na terra dos sonhos não há pó nas entrelinhas, ninguém se pode enganar
Abre bem os olhos, escuta bem o coração, se é que queres ir para lá morar
Se queres ver o Mundo inteiro à tua altura
Tens de olhar para fora, sem esqueceres que dentro é que é o teu lugar
E se às duas por três vires que perdeste o balanço
Não penses em descanso, está ao teu alcance, tens de o reencontrar
Na terra dos sonhos, podes ser quem tu és, ninguém te leva a mal
Na terra dos sonhos toda a gente trata a gente toda por igual
Na terra dos sonhos não há pó nas entrelinhas, ninguém se pode enganar
Abre bem os olhos, escuta bem o coração, se é que queres ir para lá morar
(E mais uma vez...encontrei na musica o meu estado de espirito...)
E as férias continuam...
E as all night long...
E as passeatas...
E a diversão...
E os banhos de piscina às 00h00...
E os churrascos...
E as caipirinhas...
Mas sempre com juizo...he he he!!!
Pois é...isto aqui tem sido divertido.Amigos novos, gente porreira, mas há sempre a "diferença". Não interessa,as férias não são feitas para pensar, mas para descansar e não há melhor sitio para se descansar, onde não pensa ninguém.Estou a ser demasiado radical...mas não quero saber. Nada melhor que as conversas de circunstância para acabar com o silêncio de uma música de fundo, que não têm nexo, mas que ficam "bem".
E não façam como eu... Red Bull dá-te asas...se beberes UM....e não TRÊS..............é só um pequeno conselho...sim, porque eu agora sou uma moça cheia de responsabilidade...e quem conduz não bebe! Há pois é! As cairipinhas e o resto é pos amigos e pa ficar a ver!
E as all night long...
E as passeatas...
E a diversão...
E os banhos de piscina às 00h00...
E os churrascos...
E as caipirinhas...
Mas sempre com juizo...he he he!!!
Pois é...isto aqui tem sido divertido.Amigos novos, gente porreira, mas há sempre a "diferença". Não interessa,as férias não são feitas para pensar, mas para descansar e não há melhor sitio para se descansar, onde não pensa ninguém.Estou a ser demasiado radical...mas não quero saber. Nada melhor que as conversas de circunstância para acabar com o silêncio de uma música de fundo, que não têm nexo, mas que ficam "bem".
E não façam como eu... Red Bull dá-te asas...se beberes UM....e não TRÊS..............é só um pequeno conselho...sim, porque eu agora sou uma moça cheia de responsabilidade...e quem conduz não bebe! Há pois é! As cairipinhas e o resto é pos amigos e pa ficar a ver!
julho 12, 2004
Férias
Cá estou eu numas possíveis férias...sim "possíveis", porque tenho que estudar e dar um bocadinho "ao braço" em tarefas filiais de ajuda com os meus ascendentes.
Há pois é... isto de ser filha tem muito que se lhe diga. Não aconselho a ninguém a sê-lo, mas quem o é não tem outro remédio sê-lo!
E assim...me despeço, durante uns tempos em que não vou escrever, com o desejo de umas boas férias e também com o conselho de dois livrinhos para ler: "Wether" de Goethe; "D.Quixote de La Mancha" do Miguel Cervantes.
E prontos...como diz o povinho...Divirtam-se muito e lembrem-se...de qualquer coisa!
Há pois é... isto de ser filha tem muito que se lhe diga. Não aconselho a ninguém a sê-lo, mas quem o é não tem outro remédio sê-lo!
E assim...me despeço, durante uns tempos em que não vou escrever, com o desejo de umas boas férias e também com o conselho de dois livrinhos para ler: "Wether" de Goethe; "D.Quixote de La Mancha" do Miguel Cervantes.
E prontos...como diz o povinho...Divirtam-se muito e lembrem-se...de qualquer coisa!
julho 09, 2004
Cavalos
Pois é...só quero dizer que andar a cavalo é uma arte. Arte essa que tinha muito gosto em ser mestre, mas somente não passo de uma aprendiz, que depois de levar um susto pelo cavalo desatar a andar a galope sem mais nem menos, ainda se deixa ir contra umas árvores que lá estavam sossegadas e fica com os braços em ferida.
Mas depois da tempestade vem a bonança e lá mantive a ordem e o cavalinho obedeceu-me.
Como em tudo na vida, a primeira vez, doi sempre!
Mas depois da tempestade vem a bonança e lá mantive a ordem e o cavalinho obedeceu-me.
Como em tudo na vida, a primeira vez, doi sempre!
Livro
Aqui vai um livro que li esta semana. Gostei muito, mesmo bastante, dai que o recomende plenamente: Deste mundo e do outro de José Saramago.
São crónicas pequeninas, que se lêem muito bem, mas que têm muito significado e reflexão.
(Des)Encantei-o durante as mudanças e pu-lo na lista de livros para ler quando tivesse tempo. E assim foi. E agora espero que alguém também se encante com ele.
São crónicas pequeninas, que se lêem muito bem, mas que têm muito significado e reflexão.
(Des)Encantei-o durante as mudanças e pu-lo na lista de livros para ler quando tivesse tempo. E assim foi. E agora espero que alguém também se encante com ele.
ViVa os Tuneis....
Que desastre!
Este pais está doido! Os deuses, neste caso, o presidente deve estar doido! Mas coitado...o Santanazinho já se apoderou do poder...mas ele não queria ser antes presidente da républica? "Tirar" o lugar ao Sampaio e concorrer contra o Cavaco?
Já não percebo nada disto!
E quem vai acabar o tunel?
E o Parque Mayer?
E a Feira Popular em Monsanto? Será que a vai inaugurar?
Cada vez estou mais confusa...
Será que a nova moda vai pegar?
Cabelo escorrido cheio de gel desde as sobrancelhas aos calcanhares?
Estou de acordo em não haver eleições...mas bolas! O Santana ser PRIMEIRO-MINISTRO é o descalabro total! É surrealista!
Quanto ao Ferro, acho que ele faz muito bem em bazar.Já tava ña altura. Ainda não tinha percebido que ninguém gosta dele? Ufa! Até que enfim!
Este pais está doido! Os deuses, neste caso, o presidente deve estar doido! Mas coitado...o Santanazinho já se apoderou do poder...mas ele não queria ser antes presidente da républica? "Tirar" o lugar ao Sampaio e concorrer contra o Cavaco?
Já não percebo nada disto!
E quem vai acabar o tunel?
E o Parque Mayer?
E a Feira Popular em Monsanto? Será que a vai inaugurar?
Cada vez estou mais confusa...
Será que a nova moda vai pegar?
Cabelo escorrido cheio de gel desde as sobrancelhas aos calcanhares?
Estou de acordo em não haver eleições...mas bolas! O Santana ser PRIMEIRO-MINISTRO é o descalabro total! É surrealista!
Quanto ao Ferro, acho que ele faz muito bem em bazar.Já tava ña altura. Ainda não tinha percebido que ninguém gosta dele? Ufa! Até que enfim!
junho 29, 2004
Adormeci com a sensação que tinhamos mudado o mundo...
Sim, foi assim que a minha mão
Surgiu de entre o silêncio obscuro
E com cuidado, guardou lugar
À flor da Primavera e a tudo
Manhã de Abril
E um gesto puro
Coincidiu com a multidão
Que tudo esperava e descobriu
Que a razão de um povo inteiro
Leva tempo a construir
Ficámos nós
Só a pensar
Se o gesto fora bem seguro
Ficámos nós
A hesitar
Por entre as brumas do futuro
A outra acção prudente
Que termo dava
À solidão da gente
Que deseperava
Na calada e fria noite
De uma terra inconsolável
Adormeci
Com a sensação
Que tinhamos mudado o mundo
Na madrugada
A multidão
Gritava os sonhos mais profundos
Mas além disso
Um outro breve início
Deixou palavras de ordem
Nos muros da cidade
Quebrando as leis do medo
Foi mostrando os caminhos
E a cada um a voz
Que a voz de cada era
A sua voz
A sua voz
Madredeus Brumas do Futuro
Surgiu de entre o silêncio obscuro
E com cuidado, guardou lugar
À flor da Primavera e a tudo
Manhã de Abril
E um gesto puro
Coincidiu com a multidão
Que tudo esperava e descobriu
Que a razão de um povo inteiro
Leva tempo a construir
Ficámos nós
Só a pensar
Se o gesto fora bem seguro
Ficámos nós
A hesitar
Por entre as brumas do futuro
A outra acção prudente
Que termo dava
À solidão da gente
Que deseperava
Na calada e fria noite
De uma terra inconsolável
Adormeci
Com a sensação
Que tinhamos mudado o mundo
Na madrugada
A multidão
Gritava os sonhos mais profundos
Mas além disso
Um outro breve início
Deixou palavras de ordem
Nos muros da cidade
Quebrando as leis do medo
Foi mostrando os caminhos
E a cada um a voz
Que a voz de cada era
A sua voz
A sua voz
Madredeus Brumas do Futuro
junho 28, 2004
De novo no activo
Depois de formatar o pc, depois de ser "apanhada" pelo worm blaster, depois do jogo estafante com a Inglaterra e já no estágio para o Portugal&Holanda...cá estou eu de novo.
junho 21, 2004
Aljubarrota SEMPRE!!!!
Não acreditava que fosse possível. Era daquelas mais cépticas que disse que iamos levar na corneta! Mas não!
Conseguimos vencer os Espanhois depois de termos ficado "gregos". Nesta altura os nossos vizinhos devem andar por ai a dizer "oh si carinho, me gusta!"
Agora 5ª-feira é o próximo jogo. Mesmo que não ganhemos nada já fiz a festa.Andei de cachecol e a buzinar! Só espero não ter cantado vitória antes do tempo...mas é o mais certo!
A vida é cruel!
Conseguimos vencer os Espanhois depois de termos ficado "gregos". Nesta altura os nossos vizinhos devem andar por ai a dizer "oh si carinho, me gusta!"
Agora 5ª-feira é o próximo jogo. Mesmo que não ganhemos nada já fiz a festa.Andei de cachecol e a buzinar! Só espero não ter cantado vitória antes do tempo...mas é o mais certo!
A vida é cruel!
junho 14, 2004
Actualidades
Sinceramente, não queria escrever sobre os últimos acontecimentos nacionais.Mas não me contive.
No sábado, lá me juntei com o grupinho de sempre, para ver a selecção.Selecção mal escolhida, logo à partida, mas como não sou eu que mando, não vou comentar nem dizer mais mal do que já foi dito.A esperança era muita. Mas os deuses gregos, lá fizeram das suas e o velho do Restelo, desta vez (só desta?) teve razão.
Fiquei chateada.Tinha investido muito: uma t-shirt de 7.50 e um cachecol do Portugal-Brasil em Alvalade que me custou 5.00, para além do meu Sábado numa possível festa. Tinha tirado o dia para não estudar (tenho andado a tirar os dias todos, como é possível?) e não fui recompensada.Que chatice. Mas é verdade. Fiquei mesmo furibunda.A sorte foi que ninguém se meteu comigo, porque se alguém tivesse tido a sorte (ou o azar) de o fazer, tinha dado de caras com uma Laura um bocadinho diferente do normal.
E pronto.Lá fui eu para casa torcer pelos Russos. Mas como a minha vida é cheia de uma grande alegria, eles perderam.
E acordei hoje, Domingo, esperançada de um dia esplendoroso. Mas não.Andei triste o dia todo por ter exame amanhã, de uma treta que eu devia saber de côr e não sei patavina, andei a cometer ilegalidades conduzindo sem carta, e ainda por cima o pisca-pisca estragou-se, boicotando-me a viagem magnifica até à Ericeira e quando cheguei a casa, vi a Suiça empatar com a Croácia e a Inglaterra perder com a França.
A coligação perdeu...não que eu tenha votado...ainda não me recenseei (isto não era para dizer)mas valores mais altos se levantam...mas mesmo assim, não sei em quem votava. Não gosto do Paulinho das Feiras, muito menos do Cherne. Sou mais Cavaquista.Mas enfim...pode ser que nas presidenciais, ele me faça esse favorzinho e concorra.
O tempo ajudou à abstenção, afinal as praias estavam cheias e as urnas vazias, e mais uma vez o povo vingou-se.
Terminei o meu dia com uma belissima indisposição, nervosa por causa da merda do exame, que só vou lá marcar presença, e já a pensar na quantidade de matéria que tenho que estudar para o proximo.
Os fins dos filmes nunca mudam, porque o "coiso" no Gladiador não devia morrer e sinto-me revoltada contra o sistema, porque a culpa é dele, porque ele é que fez esta porcaria toda funcional mal. E tenho calor. Não vou abrir a janela porque entram mosquitos e não quero ficar o resto da semana com comichão e andar a por pomada. Acho horrível e não deveria haver mosquitos, mas se não houvesse, os lagartos não tinham nada que comer, e depois morriam, e eu gosto muito dos lagartos e das osgas, para além de depois se quebrar uma cadeia alimentar altamente importante em todo o sistema vital da terra.
E vou-me mas é deitar que o meu mal é sono.
No sábado, lá me juntei com o grupinho de sempre, para ver a selecção.Selecção mal escolhida, logo à partida, mas como não sou eu que mando, não vou comentar nem dizer mais mal do que já foi dito.A esperança era muita. Mas os deuses gregos, lá fizeram das suas e o velho do Restelo, desta vez (só desta?) teve razão.
Fiquei chateada.Tinha investido muito: uma t-shirt de 7.50 e um cachecol do Portugal-Brasil em Alvalade que me custou 5.00, para além do meu Sábado numa possível festa. Tinha tirado o dia para não estudar (tenho andado a tirar os dias todos, como é possível?) e não fui recompensada.Que chatice. Mas é verdade. Fiquei mesmo furibunda.A sorte foi que ninguém se meteu comigo, porque se alguém tivesse tido a sorte (ou o azar) de o fazer, tinha dado de caras com uma Laura um bocadinho diferente do normal.
E pronto.Lá fui eu para casa torcer pelos Russos. Mas como a minha vida é cheia de uma grande alegria, eles perderam.
E acordei hoje, Domingo, esperançada de um dia esplendoroso. Mas não.Andei triste o dia todo por ter exame amanhã, de uma treta que eu devia saber de côr e não sei patavina, andei a cometer ilegalidades conduzindo sem carta, e ainda por cima o pisca-pisca estragou-se, boicotando-me a viagem magnifica até à Ericeira e quando cheguei a casa, vi a Suiça empatar com a Croácia e a Inglaterra perder com a França.
A coligação perdeu...não que eu tenha votado...ainda não me recenseei (isto não era para dizer)mas valores mais altos se levantam...mas mesmo assim, não sei em quem votava. Não gosto do Paulinho das Feiras, muito menos do Cherne. Sou mais Cavaquista.Mas enfim...pode ser que nas presidenciais, ele me faça esse favorzinho e concorra.
O tempo ajudou à abstenção, afinal as praias estavam cheias e as urnas vazias, e mais uma vez o povo vingou-se.
Terminei o meu dia com uma belissima indisposição, nervosa por causa da merda do exame, que só vou lá marcar presença, e já a pensar na quantidade de matéria que tenho que estudar para o proximo.
Os fins dos filmes nunca mudam, porque o "coiso" no Gladiador não devia morrer e sinto-me revoltada contra o sistema, porque a culpa é dele, porque ele é que fez esta porcaria toda funcional mal. E tenho calor. Não vou abrir a janela porque entram mosquitos e não quero ficar o resto da semana com comichão e andar a por pomada. Acho horrível e não deveria haver mosquitos, mas se não houvesse, os lagartos não tinham nada que comer, e depois morriam, e eu gosto muito dos lagartos e das osgas, para além de depois se quebrar uma cadeia alimentar altamente importante em todo o sistema vital da terra.
E vou-me mas é deitar que o meu mal é sono.
junho 12, 2004
Tempo
Às vezes, apetece tanto voltar atrás, reviver momentos bons ou alterar situações desagradáveis.
Já há muito tempo que não sentia isso: nostalgia. Melancolia de um passado não muito risonho, mas que mesmo assim não me arrependo de o ter vivido, de ter sido a sua peça fundamental. Como é obvio, eu sou o protagonista do meu passado, da minha vida. Ninguém o é por mim, mas pronto...
Andei a rever fotos, a relembrar presentes, a reviver momentos. Uns bons, outros maus. Uns que me fizeram feliz, outros que me fizeram chorar. Uns que gritei, outros que ri, que me exaltei, que brinquei, que me zanguei...tantos momentos. A vida é feita de momentos. Momentos esses que nos marcam. Que por eles, alteramos o rumo da nossa vida. Que nos levam a fazer escolhas, boas ou más, não interessa.
E depois, quando podemos e nos sentimos em paz, pelo menos, aparente, fazemos um replay de certos acontecimentos marcantes e avaliamos o que eles nos mudaram. (In)Felizmente, a minha vida foi marcada de escolhas. Radicais. Malignas ou benignas não sei. Algum dia hei-de olhar para trás, fazer o replay e tentar ter consciencia do que essas escolhas tiveram em mim maior ou menos importancia.
Agora, estas lembranças servem somente, para poder avaliar o dia-a-dia. Também, as recordações só devem servir isso. Para sabermos o que é bom ou o que é mau. Se gostamos ou não. Se nos magoa ou não. Dai que, estas minhas revivências de um passado não muito longinquo, só me fazem sentir qualquer coisa que não sei explicar. Que optimo! Sinto qualquer coisa que não sei, que me é dificil entender, que não quero compreender.Só sinto!
P.S.-Este post está ridiculo, mas enfim...aqui ficou ele.
Já há muito tempo que não sentia isso: nostalgia. Melancolia de um passado não muito risonho, mas que mesmo assim não me arrependo de o ter vivido, de ter sido a sua peça fundamental. Como é obvio, eu sou o protagonista do meu passado, da minha vida. Ninguém o é por mim, mas pronto...
Andei a rever fotos, a relembrar presentes, a reviver momentos. Uns bons, outros maus. Uns que me fizeram feliz, outros que me fizeram chorar. Uns que gritei, outros que ri, que me exaltei, que brinquei, que me zanguei...tantos momentos. A vida é feita de momentos. Momentos esses que nos marcam. Que por eles, alteramos o rumo da nossa vida. Que nos levam a fazer escolhas, boas ou más, não interessa.
E depois, quando podemos e nos sentimos em paz, pelo menos, aparente, fazemos um replay de certos acontecimentos marcantes e avaliamos o que eles nos mudaram. (In)Felizmente, a minha vida foi marcada de escolhas. Radicais. Malignas ou benignas não sei. Algum dia hei-de olhar para trás, fazer o replay e tentar ter consciencia do que essas escolhas tiveram em mim maior ou menos importancia.
Agora, estas lembranças servem somente, para poder avaliar o dia-a-dia. Também, as recordações só devem servir isso. Para sabermos o que é bom ou o que é mau. Se gostamos ou não. Se nos magoa ou não. Dai que, estas minhas revivências de um passado não muito longinquo, só me fazem sentir qualquer coisa que não sei explicar. Que optimo! Sinto qualquer coisa que não sei, que me é dificil entender, que não quero compreender.Só sinto!
P.S.-Este post está ridiculo, mas enfim...aqui ficou ele.
junho 09, 2004
Zen
Lá ando eu outra vez a pensar mais do que o que devia, mas não posso deixar de o fazer, o ambiente é propício para o fazer: Alentejo.
Tenho pensado muito.Aquilo que quero, o que devo fazer, o que me apoquenta, o que me faz feliz...tenho pensado demais e estudado de menos, mas às vezes é inevitável.
Hoje fui ao terço. Gosto de vir aqui à igreja. São só velhinhas beatas, mas gosto do ambiente, da meia-luz, das vozes em unissono a (des)dizer orações para algum santo qualquer. Gosto de olhar a arquitectura, já antiga (sec XII? XIII?...vou averiguar), as imagens que por mais belas, têm sempre em mim um sentimento algo macabro, e gosto daquele sentimento de fé...de crença. Será?
Não me vou alongar.Não estou a escrever no meu pc, o teclado é horrivel e parece que tou a martelar nas teclas...não gosto.Assim, despeço-me com a tv a dar raguebi na sport tv, um desporto viril e masculino, que deve andar nos desportos com maior percentagem de jogadores com mais de 100kgs.O que é fantastico!Deliciante! Já dizia a avó de uma amiga,que por sua vez também o diz; fraseando-a(s):
"homem é homem;bicho é rato"
Tenho pensado muito.Aquilo que quero, o que devo fazer, o que me apoquenta, o que me faz feliz...tenho pensado demais e estudado de menos, mas às vezes é inevitável.
Hoje fui ao terço. Gosto de vir aqui à igreja. São só velhinhas beatas, mas gosto do ambiente, da meia-luz, das vozes em unissono a (des)dizer orações para algum santo qualquer. Gosto de olhar a arquitectura, já antiga (sec XII? XIII?...vou averiguar), as imagens que por mais belas, têm sempre em mim um sentimento algo macabro, e gosto daquele sentimento de fé...de crença. Será?
Não me vou alongar.Não estou a escrever no meu pc, o teclado é horrivel e parece que tou a martelar nas teclas...não gosto.Assim, despeço-me com a tv a dar raguebi na sport tv, um desporto viril e masculino, que deve andar nos desportos com maior percentagem de jogadores com mais de 100kgs.O que é fantastico!Deliciante! Já dizia a avó de uma amiga,que por sua vez também o diz; fraseando-a(s):
"homem é homem;bicho é rato"
junho 06, 2004
junho 05, 2004
Tempo de Antena
Sinceramente, quero dar os meus parabéns ao "anuncio"...não sei como é que se chama...no tempo de antena, do Bloco de Esquerda. É que realmente, tá mesmo fixe. Aplausos!!!!
Fartei-me de rir!
E por lá a senhora Nazi do "Alô,Alô" a dizer para votar Bloco de Esquerda, demonstra a ridicularidade da situação, mas não interessa.
Gostei, apesar de ser de Direita!
Fartei-me de rir!
E por lá a senhora Nazi do "Alô,Alô" a dizer para votar Bloco de Esquerda, demonstra a ridicularidade da situação, mas não interessa.
Gostei, apesar de ser de Direita!
Clube da Europa
Um concurso engraçado, que nos dá a conhecer mais sobre este nosso velhinho continente.
Pena que o apresentador faça figura de urso, mas ele lá tenta ser simpatico.Que chatice, porque não consegue.
Pena que o concorrente, ganhou uma viagem à Hungria, e foi como se tivesse ido à casa de banho, pois nem um sorriso mostrou. Talvez quando eu vou à casa de banho, faça mais sorrisos e fique mais contente que ele...
P.S.- Este post ficou mesmo estupido, mas nao me apetece apagar, porque foi o que eu realmente pensei
Pena que o apresentador faça figura de urso, mas ele lá tenta ser simpatico.Que chatice, porque não consegue.
Pena que o concorrente, ganhou uma viagem à Hungria, e foi como se tivesse ido à casa de banho, pois nem um sorriso mostrou. Talvez quando eu vou à casa de banho, faça mais sorrisos e fique mais contente que ele...
P.S.- Este post ficou mesmo estupido, mas nao me apetece apagar, porque foi o que eu realmente pensei
maio 31, 2004
Consultório
É onde tenho que ir muitas vezes.Ao dentista, ao médico... a uma série de consultórios espalhados por ai. E por eles estão espalhadas revistas de conteudos pouco ou nada interessantes.
Hoje, como tive uma hora à espera do dentista, não que ele tenha chegado tarde, eu é que cheguei cedo demais, entretive-me a ler a Cosmopolitan e fiquei a saber que estou apaixonada, segundo os testes "mais respotas A", "mais respostas B".
Também fiquei a saber o que não dizer ao amante na hora "h".
Não há problema de irem para a cama no primeiro encontro, minhas amigas.Agora é moda dar uma queca pois desde que a virgindade esteja perdida, nada mais há a temer.
E falta os truques. "Como agradá-lo na cama".Titulo interessante sobre um tema que ocupa 2 pagina...só?? Pergunto eu. Os homens, segundo percebi, têm muitos pontos "g". Qualquer coisinha leva-os ao orgasmo (multiplo??? :P ).Funcionam muito com a visão e não gostam de ser comparados aos ex.
Mas que treta de cenas...será que ninguém sabe isso? É preciso uma revista que custa 2.90 para nos dizer estas barbaridades?
E quanto ao teste....estão enganados!He he he
Hoje, como tive uma hora à espera do dentista, não que ele tenha chegado tarde, eu é que cheguei cedo demais, entretive-me a ler a Cosmopolitan e fiquei a saber que estou apaixonada, segundo os testes "mais respotas A", "mais respostas B".
Também fiquei a saber o que não dizer ao amante na hora "h".
Não há problema de irem para a cama no primeiro encontro, minhas amigas.Agora é moda dar uma queca pois desde que a virgindade esteja perdida, nada mais há a temer.
E falta os truques. "Como agradá-lo na cama".Titulo interessante sobre um tema que ocupa 2 pagina...só?? Pergunto eu. Os homens, segundo percebi, têm muitos pontos "g". Qualquer coisinha leva-os ao orgasmo (multiplo??? :P ).Funcionam muito com a visão e não gostam de ser comparados aos ex.
Mas que treta de cenas...será que ninguém sabe isso? É preciso uma revista que custa 2.90 para nos dizer estas barbaridades?
E quanto ao teste....estão enganados!He he he
maio 29, 2004
Relações humanas são das coisas mais difíceis de definir.
Foi este o pensamento com que ficaste, depois de reler as cartas dele. Já passou tanto tempo, mas parece que foi ontem que ele te disse aquele “não” mais cobarde que alguma vez ouviste dito por alguém.
Hoje estás naqueles dias que só te apetece chorar, minha menina. O disco a tocar de Madredeus ainda te põe mais melancólica, do que já te encontras. Apesar de estar um dia bonito lá fora, (afinal começou a primavera) a tua caminha ainda por fazer é uma tentação irresistível. Vestes o pijama e deitas-te a pensar nele.
Mas já não é o ele anterior. É um “ele” comum. Um “ele” que engloba todos os homens no mundo. Cada vez que pensas nisto, te tornas mais feminista e uma arma pronta a disparar. Já não aguentas a pressão de “eles” te fazerem infeliz. São uns seres desprezíveis. Mas não conseguimos passar sem eles.
Levantas-te a rir dos teus pensamentos. Oh, tontinha, tens que ser superior a isso. És muito melhor que tudo. Nunca ninguém te há-de merecer. Serás sempre superior a tudo e todos, mas por vezes deixas-te levar e iludes-te sem piedade. Mas no depois, quando acordas, retomas a consciência e vês que ninguém merece esse teu esforço. És afinal, uma mulher de armas. És bonita, inteligente, culta e trabalhadora. Já viveste muito, mas sabes que essas experiências nunca serão em vão. Cada dia te torna mais forte para enfrentares o mundo com um olhar altivo e sabedor.
És jovem. És experiente. Mas és também imatura. Debates-te todos os dias com esse eterno dilema da vida. Não sabes para o que vives. Não sabes para quem vives. Somente para ti. Já pensaste em ter filhos, assim davas um sentido à vida. Mas já pensaste em desistir de viver. Já puseste todas as hipóteses sustentáveis. Pelo menos aquelas que te parecem mais viáveis. Já ponderaste deixar de estudar, abandonar tudo e correr o mundo. Até veio-te há ideia parar, e começares a trabalhar. Mas rapidamente essas ideias se esbatem, já que desde os teus 9 anos, quando realmente tiveste a percepção da crueldade do que os homens e mulheres são capazes, sempre disseste que serias uma juíza pronta a defender aquelas crianças que sofreram como tu.
Mas viver a idade que vives é difícil. É a idade mais incongruente da vida. É quando tudo te parece errado. É quando procuras um ideal e um bem para tudo. É quando decides ir em busca da perfeição. É quando te iludes que tens a força do mundo e mais além para lutar por uma utopia que só tu sabes qual é, diferente de tudo e de todos, que só no teu coração existe, que só tu sabes defini-la dentro da tua cabeça, quando tens todo o mundo ai presente e todas as ideias lutam em pequenos turbilhões, que te deixam exausta e cansada. Afinal, a luta é difícil. Não tem fim. Não tem principio. Não tem aliados. Não tem inimigos. É nada.
Hoje é dia do pai. 19 de Março. É um dia que te diz muito e nada. Lembras-te de fazer bonecos na escola sempre com muito tempo de antecedência, para levares para casa e ofereceres ao pai, que ficava contente. Mas agora não te diz quase nada. Ele é ausente. Não o podes abraçar. Não podes abraçar ninguém. Não tens ninguém para abraçar. Mulheres ou homens reparaste agora, que estás sozinha. Não tens ninguém. És sozinha. Sentes-te sozinha. Vives rodeada de gente mas sentes a solidão mais presente do que alguma vez pensaste senti-la. Não podes afirmar que essa gente não te ame. Não, eles amam-te. Tu, não te sentes amada como querias. Talvez, como necessites e como precisas. Mas vives tentando remediar isso que pensas que é algo inferior e sem grande relevo, tentando não mostrar esse medo que te atormenta e demonstras que és forte e imbatível. No fundo, vives como um ser duplo.
Não. Isso não é verdadeiro. Eu não sou um ser duplo. Sou somente um “eu”. Alguém que não quer ver maldade em ninguém e que vive tentando ver facilidades em tudo, pois a vida é para ser vivida com alegria. Ris-te. Fazes um sorriso daqueles em que mostras o aparelho com elásticos azuis, mas no fundo sabes, que isso é uma faceta.
Tens frio. De repente ficaste a tremer. Será que é porque escreves sobre um tema que te dá pavor, onde falas do teu intimo. Onde escreves sobre a tua essência, pondo-a no exterior, onde qualquer pessoa pode lê-la? Talvez…
Fazes “torcidas”, mastigas a pastilha, olhas para o telemóvel. Tentas esquecer isto. Olhar de maneira diferente, mas não consegues parar. Os óculos fazem-te doer atrás da orelha. Uma dor fraca, mas lenta, dolorosa, que se vai tornando crónica. Não te apetece ir por as lentes. Hoje não as puseste. Também não as vais por agora, no fim do dia.
Não sabes o que queres. Acendeste o candeeiro. Olhas para um cd do Rui Veloso, pois já estás cansada de ouvir Madredeus. Mas não te apetece levantar. Hoje estás bonita. Sentes-te bonita. Mas só para ti? E voltaste àquele tema. Perguntas o porque, a resposta para todas as tuas perguntas que pões em cada segundo que passa nessa tua cabecinha. Não tens descanso. Até os sonhos são pesadelos. As noites são uma tormenta. Custa-te adormecer e levantas-te cansada. Anseias por uma pausa. Um corte com esta realidade que te amedronta tanto. Será da idade? Será que tenho que passar por isto? Será que irei viver sem ter este mundo em convulsões dentro da minha cabeça?
Apetece-te ler, apetece-te ler História, apetece-te ouvir musica, escrever, comer, dormir, chorar, gritar, não fazer nada. Ficar a olhar para o céu eternamente à espera. A uma eterna espera. Sim, eterna, porque sabes que nunca ninguém te irá responder ao que procuras.
Tentas viver a pensar no futuro. A tentar lutar por esse futuro. Esse futuro onde esperas alcançar a glória que tanto desejas. “Esse futuro que há-de vir” onde nada nem ninguém te deterá. Onde te tornarás naquilo que sempre sonhaste. Mas o que sempre sonhaste? Não sabes? Não consegues explicar.
Por vezes pensas que não sabes nada. Que não interessa aquilo que pensas, aquilo que sabes. Vêem-te como alguém que não tem nenhuma importância. Que aquilo que diz não pode ser levado a sério. És dependente de todos. Não consegues viver sozinha. Não tens dinheiro. Não tens nada. Só te tens a ti. Será que isso chega?
Alguns dizem que sim. Que só tu sabes aquilo que és e o que vales. Mas eu valerei alguma coisa? Serei boa nalguma coisa? Talvez. Afinal, todos nós nascemos com alguma coisa na qual nos evidenciamos. A verdade é que ainda não descobri essa faceta na qual eu me evidencio. Ainda ando à procura de mim. Daquilo que eu sou. Daquilo que eu quero. Do que gosto. Pelo que eu quero lutar.
Há gente que anda em busca dessas respostas a vida toda. Espero que isso a mim não me aconteça. Quero saber que morri mas que soube para o que vivi. Quero morrer velhinha, rodeada de netos, que me chamem de Avó Laura. Quero que me amem, como eu os amarei e lhes darei presentes e atenção. Atenção de avó. Quando temos todo o tempo do mundo. Quando não temos já que lutar por nada, pois sentimo-nos satisfeitos e felizes com a vida. Quero dormir abraçada a alguém que me ame. Quero viver com alguém ao meu lado, alguém esse que seja bom, que seja amigo, que me acompanhe durante o resto da vida, nesse percurso silencioso que é o envelhecer.
Todos sabemos que a vida não é assim tão linear. Desejar esses fins, talvez seja o auge da felicidade, para alguns. Mas as coisas não são como se quer. Quando se pensa que tudo está bem, quando o chão se sente por baixo dos nossos pés e transmite segurança, é quando por vezes se abre um precipício e tudo o que parecia estar certo torna-se errado. Não há certezas. É tudo o que podes compreender. Mesmo a própria certeza é incerta. Tudo na vida são dilemas. São teorias que não passam disso mesmo: de teorias. Que podem dar certo, até vir alguém demonstrar o quanto estavam erradas e assim sucessivamente.
Por mais que penses que estejas correcta, por mais que sintas que ages com preceito, pode haver sempre algo que te faz recuar. Que te diz que estás mal. Mesmo quando a tua consciência nada diz de errado, há sempre alguém que se pode magoar, há sempre alguma coisa que se pode partir ou destruir. Por mais que se viva, certezas e verdadeiras realidades nunca existirão. Disso podes ter a certeza dentro da incerteza.
O interessante da vida, embora muitas vezes se torne dramático é viver na incerteza. A inexactidão do futuro. É disso que tens medo. De não teres o poder para que as coisas dêem certo. Para que nada dê errado. Para que tudo dê certo.
Oh, que ilusão a tua, minha menina. Ainda hoje leste no jornal uma frase que te fez pensar “grande paradoxo: o homem moderno imergiu no prazer, e no entanto é infeliz”. Como é verdade. Como resume aquilo que pensas, aquilo que sentes. Tens, ou pensas que tens, tudo aquilo que queres mas no fim, sentes-te infeliz. O paradoxo da idade moderna. Cada vez mais o homem tem todo o prazer que o mundo lhe consegue dar, mas a sua insatisfação é plena.
Foi este o pensamento com que ficaste, depois de reler as cartas dele. Já passou tanto tempo, mas parece que foi ontem que ele te disse aquele “não” mais cobarde que alguma vez ouviste dito por alguém.
Hoje estás naqueles dias que só te apetece chorar, minha menina. O disco a tocar de Madredeus ainda te põe mais melancólica, do que já te encontras. Apesar de estar um dia bonito lá fora, (afinal começou a primavera) a tua caminha ainda por fazer é uma tentação irresistível. Vestes o pijama e deitas-te a pensar nele.
Mas já não é o ele anterior. É um “ele” comum. Um “ele” que engloba todos os homens no mundo. Cada vez que pensas nisto, te tornas mais feminista e uma arma pronta a disparar. Já não aguentas a pressão de “eles” te fazerem infeliz. São uns seres desprezíveis. Mas não conseguimos passar sem eles.
Levantas-te a rir dos teus pensamentos. Oh, tontinha, tens que ser superior a isso. És muito melhor que tudo. Nunca ninguém te há-de merecer. Serás sempre superior a tudo e todos, mas por vezes deixas-te levar e iludes-te sem piedade. Mas no depois, quando acordas, retomas a consciência e vês que ninguém merece esse teu esforço. És afinal, uma mulher de armas. És bonita, inteligente, culta e trabalhadora. Já viveste muito, mas sabes que essas experiências nunca serão em vão. Cada dia te torna mais forte para enfrentares o mundo com um olhar altivo e sabedor.
És jovem. És experiente. Mas és também imatura. Debates-te todos os dias com esse eterno dilema da vida. Não sabes para o que vives. Não sabes para quem vives. Somente para ti. Já pensaste em ter filhos, assim davas um sentido à vida. Mas já pensaste em desistir de viver. Já puseste todas as hipóteses sustentáveis. Pelo menos aquelas que te parecem mais viáveis. Já ponderaste deixar de estudar, abandonar tudo e correr o mundo. Até veio-te há ideia parar, e começares a trabalhar. Mas rapidamente essas ideias se esbatem, já que desde os teus 9 anos, quando realmente tiveste a percepção da crueldade do que os homens e mulheres são capazes, sempre disseste que serias uma juíza pronta a defender aquelas crianças que sofreram como tu.
Mas viver a idade que vives é difícil. É a idade mais incongruente da vida. É quando tudo te parece errado. É quando procuras um ideal e um bem para tudo. É quando decides ir em busca da perfeição. É quando te iludes que tens a força do mundo e mais além para lutar por uma utopia que só tu sabes qual é, diferente de tudo e de todos, que só no teu coração existe, que só tu sabes defini-la dentro da tua cabeça, quando tens todo o mundo ai presente e todas as ideias lutam em pequenos turbilhões, que te deixam exausta e cansada. Afinal, a luta é difícil. Não tem fim. Não tem principio. Não tem aliados. Não tem inimigos. É nada.
Hoje é dia do pai. 19 de Março. É um dia que te diz muito e nada. Lembras-te de fazer bonecos na escola sempre com muito tempo de antecedência, para levares para casa e ofereceres ao pai, que ficava contente. Mas agora não te diz quase nada. Ele é ausente. Não o podes abraçar. Não podes abraçar ninguém. Não tens ninguém para abraçar. Mulheres ou homens reparaste agora, que estás sozinha. Não tens ninguém. És sozinha. Sentes-te sozinha. Vives rodeada de gente mas sentes a solidão mais presente do que alguma vez pensaste senti-la. Não podes afirmar que essa gente não te ame. Não, eles amam-te. Tu, não te sentes amada como querias. Talvez, como necessites e como precisas. Mas vives tentando remediar isso que pensas que é algo inferior e sem grande relevo, tentando não mostrar esse medo que te atormenta e demonstras que és forte e imbatível. No fundo, vives como um ser duplo.
Não. Isso não é verdadeiro. Eu não sou um ser duplo. Sou somente um “eu”. Alguém que não quer ver maldade em ninguém e que vive tentando ver facilidades em tudo, pois a vida é para ser vivida com alegria. Ris-te. Fazes um sorriso daqueles em que mostras o aparelho com elásticos azuis, mas no fundo sabes, que isso é uma faceta.
Tens frio. De repente ficaste a tremer. Será que é porque escreves sobre um tema que te dá pavor, onde falas do teu intimo. Onde escreves sobre a tua essência, pondo-a no exterior, onde qualquer pessoa pode lê-la? Talvez…
Fazes “torcidas”, mastigas a pastilha, olhas para o telemóvel. Tentas esquecer isto. Olhar de maneira diferente, mas não consegues parar. Os óculos fazem-te doer atrás da orelha. Uma dor fraca, mas lenta, dolorosa, que se vai tornando crónica. Não te apetece ir por as lentes. Hoje não as puseste. Também não as vais por agora, no fim do dia.
Não sabes o que queres. Acendeste o candeeiro. Olhas para um cd do Rui Veloso, pois já estás cansada de ouvir Madredeus. Mas não te apetece levantar. Hoje estás bonita. Sentes-te bonita. Mas só para ti? E voltaste àquele tema. Perguntas o porque, a resposta para todas as tuas perguntas que pões em cada segundo que passa nessa tua cabecinha. Não tens descanso. Até os sonhos são pesadelos. As noites são uma tormenta. Custa-te adormecer e levantas-te cansada. Anseias por uma pausa. Um corte com esta realidade que te amedronta tanto. Será da idade? Será que tenho que passar por isto? Será que irei viver sem ter este mundo em convulsões dentro da minha cabeça?
Apetece-te ler, apetece-te ler História, apetece-te ouvir musica, escrever, comer, dormir, chorar, gritar, não fazer nada. Ficar a olhar para o céu eternamente à espera. A uma eterna espera. Sim, eterna, porque sabes que nunca ninguém te irá responder ao que procuras.
Tentas viver a pensar no futuro. A tentar lutar por esse futuro. Esse futuro onde esperas alcançar a glória que tanto desejas. “Esse futuro que há-de vir” onde nada nem ninguém te deterá. Onde te tornarás naquilo que sempre sonhaste. Mas o que sempre sonhaste? Não sabes? Não consegues explicar.
Por vezes pensas que não sabes nada. Que não interessa aquilo que pensas, aquilo que sabes. Vêem-te como alguém que não tem nenhuma importância. Que aquilo que diz não pode ser levado a sério. És dependente de todos. Não consegues viver sozinha. Não tens dinheiro. Não tens nada. Só te tens a ti. Será que isso chega?
Alguns dizem que sim. Que só tu sabes aquilo que és e o que vales. Mas eu valerei alguma coisa? Serei boa nalguma coisa? Talvez. Afinal, todos nós nascemos com alguma coisa na qual nos evidenciamos. A verdade é que ainda não descobri essa faceta na qual eu me evidencio. Ainda ando à procura de mim. Daquilo que eu sou. Daquilo que eu quero. Do que gosto. Pelo que eu quero lutar.
Há gente que anda em busca dessas respostas a vida toda. Espero que isso a mim não me aconteça. Quero saber que morri mas que soube para o que vivi. Quero morrer velhinha, rodeada de netos, que me chamem de Avó Laura. Quero que me amem, como eu os amarei e lhes darei presentes e atenção. Atenção de avó. Quando temos todo o tempo do mundo. Quando não temos já que lutar por nada, pois sentimo-nos satisfeitos e felizes com a vida. Quero dormir abraçada a alguém que me ame. Quero viver com alguém ao meu lado, alguém esse que seja bom, que seja amigo, que me acompanhe durante o resto da vida, nesse percurso silencioso que é o envelhecer.
Todos sabemos que a vida não é assim tão linear. Desejar esses fins, talvez seja o auge da felicidade, para alguns. Mas as coisas não são como se quer. Quando se pensa que tudo está bem, quando o chão se sente por baixo dos nossos pés e transmite segurança, é quando por vezes se abre um precipício e tudo o que parecia estar certo torna-se errado. Não há certezas. É tudo o que podes compreender. Mesmo a própria certeza é incerta. Tudo na vida são dilemas. São teorias que não passam disso mesmo: de teorias. Que podem dar certo, até vir alguém demonstrar o quanto estavam erradas e assim sucessivamente.
Por mais que penses que estejas correcta, por mais que sintas que ages com preceito, pode haver sempre algo que te faz recuar. Que te diz que estás mal. Mesmo quando a tua consciência nada diz de errado, há sempre alguém que se pode magoar, há sempre alguma coisa que se pode partir ou destruir. Por mais que se viva, certezas e verdadeiras realidades nunca existirão. Disso podes ter a certeza dentro da incerteza.
O interessante da vida, embora muitas vezes se torne dramático é viver na incerteza. A inexactidão do futuro. É disso que tens medo. De não teres o poder para que as coisas dêem certo. Para que nada dê errado. Para que tudo dê certo.
Oh, que ilusão a tua, minha menina. Ainda hoje leste no jornal uma frase que te fez pensar “grande paradoxo: o homem moderno imergiu no prazer, e no entanto é infeliz”. Como é verdade. Como resume aquilo que pensas, aquilo que sentes. Tens, ou pensas que tens, tudo aquilo que queres mas no fim, sentes-te infeliz. O paradoxo da idade moderna. Cada vez mais o homem tem todo o prazer que o mundo lhe consegue dar, mas a sua insatisfação é plena.
maio 28, 2004
"Demoraste demasiado tempo e a própria natureza das coisas afastou-te do teu objectivo."
O Aprendiz desceu da árvore. Hoje chegara mais alto. Estava, a pouco e pouco, a perder o medo e a ganhar confiança. Cada ramo era mais familiar, cada salto impossível antes parecia agora de uma simplicidade estúpida. O medo da queda não existia porque aprendera a cair de pé ou, no mínimo, a saber cair sem se magoar. Desceu e sentou-se no chão. Adorava sentar-se no chão por se sentir bem e extremamente descontraído. O Mestre assomou por detrás dele, projectando sombra no chão.
"Sentes-te mais forte?". O Aprendiz deixou-se cair no chão, olhando na direcção do céu viu o rosto sorridente do Mestre. Não respondeu e por isso foi o Mestre a voltar a falar "Há muito tempo disseste que conseguirias chegar ao topo desta árvore. Cada dia que passa chegas mais alto, mas só um pouco mais alto. Eu diria que já conseguirias chegar lá acima, porque não conquistas esta árvore e te sentes mais forte e feliz?". O Aprendiz sentou-se novamente para não ver o sorriso do Mestre, tão indecifrável quanto perene. E mais uma vez nada disse. Levantou-se e começou novamente a subir à árvore. As horas de intenso treino já o levavam a não usar tanto assim os braços. A sequência de saltos foi perfeita e enquanto chegava ao fim da parte conhecida do percurso cerrou os dentes. A partir daqui ele sabia que era fácil mas não conhecia o caminho. Gestos tão simples que eram necessários e que ele sabia que tinha que fazer. Os saltos novos sentiam-se como velhos e o topo estava muito perto. O salto final... e enquanto voava em direcção ao último ramo finalmente feliz e de braços abertos para abraçar uma felicidade tão ansiada, aconteceu algo que ele talvez pudesse chamar de injusto. Uma rajada de vento, saída de entre tantas outras árvores soprou o ramo para fora do alcance do Aprendiz. Caiu. Bateu em dois ramos e depois no chão coberto de uma relva fofa mas dolorosa. As escoriações arderam em contacto com as lágrimas. O punho doeu quando atacou a árvore com um soco. O mestre não sorria, mas sabia o que tinha que dizer "Demoraste demasiado tempo e a própria natureza das coisas afastou-te do teu objectivo. Essa árvore nunca será, garanto, a árvore que vais conquistar." O aprendiz cerrou os dentes. Veria a árvore todos os dias a partir desse, na certeza que perdera ali uma oportunidade para ser feliz. Só se interrogava, enquanto caminhava para casa com o Mestre... ficariam marcas da sua passagem naquele tronco, naqueles ramos, em cada folha?...
(Zica, www.naoqueremouvir.blogspot.com)
Este conto não foi escrito por mim, mas gostei mt dele. Ainda há gente que escreve coisas fixes e bonitas!
A esperança mantém-se...
"Sentes-te mais forte?". O Aprendiz deixou-se cair no chão, olhando na direcção do céu viu o rosto sorridente do Mestre. Não respondeu e por isso foi o Mestre a voltar a falar "Há muito tempo disseste que conseguirias chegar ao topo desta árvore. Cada dia que passa chegas mais alto, mas só um pouco mais alto. Eu diria que já conseguirias chegar lá acima, porque não conquistas esta árvore e te sentes mais forte e feliz?". O Aprendiz sentou-se novamente para não ver o sorriso do Mestre, tão indecifrável quanto perene. E mais uma vez nada disse. Levantou-se e começou novamente a subir à árvore. As horas de intenso treino já o levavam a não usar tanto assim os braços. A sequência de saltos foi perfeita e enquanto chegava ao fim da parte conhecida do percurso cerrou os dentes. A partir daqui ele sabia que era fácil mas não conhecia o caminho. Gestos tão simples que eram necessários e que ele sabia que tinha que fazer. Os saltos novos sentiam-se como velhos e o topo estava muito perto. O salto final... e enquanto voava em direcção ao último ramo finalmente feliz e de braços abertos para abraçar uma felicidade tão ansiada, aconteceu algo que ele talvez pudesse chamar de injusto. Uma rajada de vento, saída de entre tantas outras árvores soprou o ramo para fora do alcance do Aprendiz. Caiu. Bateu em dois ramos e depois no chão coberto de uma relva fofa mas dolorosa. As escoriações arderam em contacto com as lágrimas. O punho doeu quando atacou a árvore com um soco. O mestre não sorria, mas sabia o que tinha que dizer "Demoraste demasiado tempo e a própria natureza das coisas afastou-te do teu objectivo. Essa árvore nunca será, garanto, a árvore que vais conquistar." O aprendiz cerrou os dentes. Veria a árvore todos os dias a partir desse, na certeza que perdera ali uma oportunidade para ser feliz. Só se interrogava, enquanto caminhava para casa com o Mestre... ficariam marcas da sua passagem naquele tronco, naqueles ramos, em cada folha?...
(Zica, www.naoqueremouvir.blogspot.com)
Este conto não foi escrito por mim, mas gostei mt dele. Ainda há gente que escreve coisas fixes e bonitas!
A esperança mantém-se...
maio 26, 2004
Amor
"O amor não se explica não se escolhe e não é algo a que possamos simplesmente renunciar. Sente-se apenas"
(António Mega Ferreira, in Amor)
Já li este livro, onde ele fala assim do "amor". Ofereceram-me este livro nos anos. É daqueles livros magrinhos, que se lê em duas horitas. Sinceramente, não me "tocou" muito, mas mesmo assim, não me esqueci dele.Fala de amor.
Há amores que duram para sempre e que têm um enorme significado na nossa vida. Outros que vivemos com paixão desenfreada, aos quais nos envolvemos a 100% e que se esvaiem, como se nunca tivessem acontecido.
Já senti esses tipos de amor. Já os vivi. Já os esqueci.
Neste momento falar de amor para mim, é algo extremamente doloroso e dificil. Por isso não me pronuncio nesse tema, pois, sem receio, assusta-me.
Viver esse sentimento para mim, agora, é quase ataraxia. Não me apetece sentir, não me apetece viver. Somente estar aqui. Saber que sim, sem querer saber quando e onde. Vivo sem querer amar alguém assim. Vivo vivendo. O dia-a-dia. Calmamente no meu poiso sem me preocupar com um futuro incerto nos braços de alguém. Alguém que só eu sinto, que só eu sei, que escondo de um mundo egoista de si mesmo.
Houve um dia que me disseram que o amor era egoista. Será? Já pensei nisso. Mas o verdadeiro amor não é egoista. O verdadeiro amor é querer ver quem amamos feliz, com um sorriso e a rir. E o amor não é insatisfeito. O amor enche-se com um olhar. Com um carinho. Ternura.
Oh! Tantas maneiras de caracterizar o amor. Tantas e tão belas. Tão crueis. Sentimento este que nos envolve e que nos absorve, devolvendo-nos a um mundo que não aceita tal como é, o amor.
P.S.- Ultimamente tenho despejado frases, textos, musicas aqui no blog. Não porque não goste delas, se não gostasse, não as punha, obvio.Mas as vezes não me apetece escrever e em vez de escrever qualquer coisa banal e sem valor, prefiro dar a conhecer algumas coisas a que dou importancia.
(António Mega Ferreira, in Amor)
Já li este livro, onde ele fala assim do "amor". Ofereceram-me este livro nos anos. É daqueles livros magrinhos, que se lê em duas horitas. Sinceramente, não me "tocou" muito, mas mesmo assim, não me esqueci dele.Fala de amor.
Há amores que duram para sempre e que têm um enorme significado na nossa vida. Outros que vivemos com paixão desenfreada, aos quais nos envolvemos a 100% e que se esvaiem, como se nunca tivessem acontecido.
Já senti esses tipos de amor. Já os vivi. Já os esqueci.
Neste momento falar de amor para mim, é algo extremamente doloroso e dificil. Por isso não me pronuncio nesse tema, pois, sem receio, assusta-me.
Viver esse sentimento para mim, agora, é quase ataraxia. Não me apetece sentir, não me apetece viver. Somente estar aqui. Saber que sim, sem querer saber quando e onde. Vivo sem querer amar alguém assim. Vivo vivendo. O dia-a-dia. Calmamente no meu poiso sem me preocupar com um futuro incerto nos braços de alguém. Alguém que só eu sinto, que só eu sei, que escondo de um mundo egoista de si mesmo.
Houve um dia que me disseram que o amor era egoista. Será? Já pensei nisso. Mas o verdadeiro amor não é egoista. O verdadeiro amor é querer ver quem amamos feliz, com um sorriso e a rir. E o amor não é insatisfeito. O amor enche-se com um olhar. Com um carinho. Ternura.
Oh! Tantas maneiras de caracterizar o amor. Tantas e tão belas. Tão crueis. Sentimento este que nos envolve e que nos absorve, devolvendo-nos a um mundo que não aceita tal como é, o amor.
P.S.- Ultimamente tenho despejado frases, textos, musicas aqui no blog. Não porque não goste delas, se não gostasse, não as punha, obvio.Mas as vezes não me apetece escrever e em vez de escrever qualquer coisa banal e sem valor, prefiro dar a conhecer algumas coisas a que dou importancia.
País
"Razões de ordem económica, de ordem operacional, ou ordem moral levaram à ideia de que o país é por vocação um projecto falhado em que todos somos responsáveis e ninguém o é. Essa desmotivação, essa perda de auto-estima, será provocada por uma carência de comunicação? Não creio. Talvez seja o contrário: a comunicação falha porque a desmotivação existe."
Eduardo Prado Coelho, in Publico, 19 Maio 2004
Eduardo Prado Coelho, in Publico, 19 Maio 2004
maio 24, 2004
PSD
" O PSD é um partido prático. Não inventa. Não imagina. Mas resolve problemas. Só que também os cria, e não são poucos. Gaba-se de não ter ideologia, nem doutrina, mas anda sempre à procura de causas. E gostava de ter um pensamento. Teve duas grandes lutas, de que saiu vencedor. Com Sá Carneiro, por um regime civil e uma Constituição livre. Com Cavaco, pela liberalização da economia e pela privatização de um obsoleto e absurdo sector público. Depois, faz esforços titânicos por não ter doutrina, pois percebeu que, se o fizer, afasta mais do que recruta."
António Barreto, in Público, 07-05-2004
António Barreto, in Público, 07-05-2004
FCP
Segundo um adepto do FCP, a equipa tem que se apresentar na final da liga dos campeoes contra o monaco, humilde, ou seja, igual a si propria.
Meu caro adepto...tem andado a ver a equipa certa?
Meu caro adepto...tem andado a ver a equipa certa?
maio 19, 2004
Suave Tristeza
Que suave é a tristeza
que sai desse teu olhar
desse rosto de Princesa
cansado de olhar o mar.
Dão as ondas a certeza
de a maré nunca acabar
fica-te uma esperança acessa
a de ver o amor voltar
a de ver o amor voltar.
Lá ao longe que beleza
põe-se o sol nasce o luar
mas nem por isso a Princesa
deixa de olhar o mar.
Amanhece um céu turquesa
as estrelas vão descansar
só não repousa a Princesa
escrava deste seu amar
na esperança de o amor voltar
escrava deste seu amar
na esperança de o amor voltar.
(Madredeus, Um Amor Infinito)
que sai desse teu olhar
desse rosto de Princesa
cansado de olhar o mar.
Dão as ondas a certeza
de a maré nunca acabar
fica-te uma esperança acessa
a de ver o amor voltar
a de ver o amor voltar.
Lá ao longe que beleza
põe-se o sol nasce o luar
mas nem por isso a Princesa
deixa de olhar o mar.
Amanhece um céu turquesa
as estrelas vão descansar
só não repousa a Princesa
escrava deste seu amar
na esperança de o amor voltar
escrava deste seu amar
na esperança de o amor voltar.
(Madredeus, Um Amor Infinito)
maio 16, 2004
Nunca fui muito dada a escrever poemas, mas no outro dia apeteceu-me. Não ficou grande coisa, mas mesmo assim, gosto dele.
Porquê este desejo efémero de te ver?
Este cruel anseio de te sentir?
E este devaneio absurdo de te falar?
Olhar-te! Saber que estás ai.
Sentir-te! A tocar-me clandestinamente.
Falar-te! Como uma imortal sem hora.
Saber que nada disto faz sentido.
Nem olhar, nem sentir, nem falar.
São cenas inúteis à deriva
de uma fria mente cansada de sofrer.
Porquê este desejo efémero de te ver?
Este cruel anseio de te sentir?
E este devaneio absurdo de te falar?
Olhar-te! Saber que estás ai.
Sentir-te! A tocar-me clandestinamente.
Falar-te! Como uma imortal sem hora.
Saber que nada disto faz sentido.
Nem olhar, nem sentir, nem falar.
São cenas inúteis à deriva
de uma fria mente cansada de sofrer.
maio 15, 2004
Sinais
Cheguei agora a casa, depois de mais uma reunião do GJM (Grupo de Jovens da Malveira). Como é costume, já há uma data de tempo, as minhas sextas-feiras são passadas assim: a falar sobre "alguém" que marcou a nossa historia e vida.
O tema era qualquer coisa relacionada com o partir do pão e cenas assim, mas começamos a divagar, e entretanto o padre passou pela sala e ficou connosco a falar.
Disse alguém, que Jesus se revelava através de sinais. Sinais, esses, que muitas vezes para os distinguirmos levamos algum tempo, e os proprios discipulos e amigos, levaram também para o reconhecerem. Ficou no ar, que a Igreja, instituição, era hoje um sinal vivo de Jesus. Talvez... Para mim, a Igreja, é toda aquela gente que vai lá, ouvir aquelas palavras que foram ditas à uma quantidade de anos, e que ainda hoje fazem sentido.É ouvir uma pinga de esperança, uma voz que nos faz pensar que a vida pode até ter algum singnificado, por mais que alguma vez pensemos que não tem. Mesmo quem não acredite na vida eterna (eu nao acredito), pode sempre ver naquelas frases, um sentido para andar a viver. São palavras que me fazem pensar que as coisas podem não ser tão absurdas como por vezes me parecem, mas que até têem algum sentido, mesmo que eu não saiba para quê.
Ver milagres hoje em dia é considerado uma coisa absurda. Algo surrealista, convidativo a chamar a TVI, para a reportagem de abertura do Jornal Nacional. Mas se calhar vemos milagres todos os dias e não damos conta disso. Temo que muitas pessoas pensem que milagres é por alguém a ver, alguém a andar...para mim isso é absurdo. Jesus não nos converte com isso, nem qualquer outra religião. Temos é que olhar para o mundo e agir-mos e não ficarmos à espera que as coisas caiam do céu.
Mas é interessante falar de religião. É um tema forte. Principalmente dentro da minha geração onde pouca gente acredita ou finge que acredita nalguma coisa. Também já me passou pela cabeça ser agnostica, ceptica...até budista! E também já disse que não acreditava em Jesus, como não acredito na vida eterna. Mas às vezes é mais fácil pensar que acreditamos nalguma coisa, assim completamos a nossa grande falha, talvez aquela que ninguém pode isolar, não sabermos o que virá depois disto. O que será o depois.
Torna-se mais facil crer nalguma coisa e talvez mentir e não ter a noção que a vida é somente esta e que não há continuação. Torna-se duro e pensamos o porquê deste esforço todo, desta luta diaria que nos atormenta, deste conflito interno à roda das nossas opções e de tudo.
Talvez por isso, os sinais são mais do que milagres. São chegarmos a casa e sabermos que alguém nos ama. É sairmos com alguém e sentirmo-nos bem. É estar em comunhão com tudo o que nos rodeia e sentirmos que realmente pertencemos ali ou a alguém.
Ou é não sentir nada...
Cada um sabe de si e....
O tema era qualquer coisa relacionada com o partir do pão e cenas assim, mas começamos a divagar, e entretanto o padre passou pela sala e ficou connosco a falar.
Disse alguém, que Jesus se revelava através de sinais. Sinais, esses, que muitas vezes para os distinguirmos levamos algum tempo, e os proprios discipulos e amigos, levaram também para o reconhecerem. Ficou no ar, que a Igreja, instituição, era hoje um sinal vivo de Jesus. Talvez... Para mim, a Igreja, é toda aquela gente que vai lá, ouvir aquelas palavras que foram ditas à uma quantidade de anos, e que ainda hoje fazem sentido.É ouvir uma pinga de esperança, uma voz que nos faz pensar que a vida pode até ter algum singnificado, por mais que alguma vez pensemos que não tem. Mesmo quem não acredite na vida eterna (eu nao acredito), pode sempre ver naquelas frases, um sentido para andar a viver. São palavras que me fazem pensar que as coisas podem não ser tão absurdas como por vezes me parecem, mas que até têem algum sentido, mesmo que eu não saiba para quê.
Ver milagres hoje em dia é considerado uma coisa absurda. Algo surrealista, convidativo a chamar a TVI, para a reportagem de abertura do Jornal Nacional. Mas se calhar vemos milagres todos os dias e não damos conta disso. Temo que muitas pessoas pensem que milagres é por alguém a ver, alguém a andar...para mim isso é absurdo. Jesus não nos converte com isso, nem qualquer outra religião. Temos é que olhar para o mundo e agir-mos e não ficarmos à espera que as coisas caiam do céu.
Mas é interessante falar de religião. É um tema forte. Principalmente dentro da minha geração onde pouca gente acredita ou finge que acredita nalguma coisa. Também já me passou pela cabeça ser agnostica, ceptica...até budista! E também já disse que não acreditava em Jesus, como não acredito na vida eterna. Mas às vezes é mais fácil pensar que acreditamos nalguma coisa, assim completamos a nossa grande falha, talvez aquela que ninguém pode isolar, não sabermos o que virá depois disto. O que será o depois.
Torna-se mais facil crer nalguma coisa e talvez mentir e não ter a noção que a vida é somente esta e que não há continuação. Torna-se duro e pensamos o porquê deste esforço todo, desta luta diaria que nos atormenta, deste conflito interno à roda das nossas opções e de tudo.
Talvez por isso, os sinais são mais do que milagres. São chegarmos a casa e sabermos que alguém nos ama. É sairmos com alguém e sentirmo-nos bem. É estar em comunhão com tudo o que nos rodeia e sentirmos que realmente pertencemos ali ou a alguém.
Ou é não sentir nada...
Cada um sabe de si e....
maio 11, 2004
Ridicularidades
Veio hoje no Publico, um artigo sobre a guerra no Iraque e a divisão de opiniões no seio da própria estrutura militar e politica dos EUA.
Diz um senhor: "aqui estou eu, 30 anos depois, a pensar que vamos vencer todas as batalhas e perder a guerra, porque não compreendemos a guerra em que estamos metidos".
Diz outro senhor, que as "tropas americanas deveriam sair o mais rapidamente possivel, mas antes é necessario ir à ONU com humildade e pedir apoio aos europeus e membros da organização".
Assim se vê que há um "consenso". Todos têm respostas e teorias. Ninguém sabe a verdade, mas a realidade está debaixo dos nossos olhos.
Este discurso faz-me lembrar, uma conversa que eu tive com o meu pai, onde disse que a invasão dos EUA no Iraque, foi uma antêntica palhaçada e que me fez lembrar as Invasões Napoleónicas, onde o objectivo principal era alcançar a "capital" e declarar a vitória! Vitória de quê? De quem?
A morte do tirano, a decapitação do rei, a revoluçao do sistema, são tudo coisas que já se viu. Que já fazem parte da História.
Acho piada, aos sacanos dos americanos,de terem a mania que podem e que fazem tudo. Mas então, porque não fazem? Têm medo? Não andam a matar tanta gente? Se calhar repetir-se Hiroshima era mais fácil e mais radical...não? Têm receio de quê? Das sanções de crimes contra os Dtos Humanos? Dos efeitos nocivos para a saude mundial?
Acho ridiculo a suma preocupação da aparência. Supostamente, na guerra vale tudo. Se querem acabar, usem o que têm. Ou é melhor não? Porque não se corta o mal pela raiz? Ah?
Porque o solo fica contaminado? Porque as próximas gerações irão nascer deficientes? Porquê não se usa aquilo que têm?
Se querem acabar de uma vez por todas com todo o Eixo do Mal, bolas, matem os palhaços que saem à rua. Façam tiro ao alvo. NAO! É melhor não.
Vamos deixar continuar esta guerra de aparências e preocuparmo-nos em esconder aquilo que se passa no nosso pais, nas nossas instituições, com os nossos cidadãos. Vamos esconder que temos armamento para mandar o mundo à vida, para acabar com os terroristas, pois a ONU cai-nos em cima. Mas nós invadimos o Iraque sozinhos...somos os melhores! Podemos fazer o que queremos! Temos os McDonals e vestimos o 40. Temos o Bush. Temos o Pentãgono. Temos um sistema democratississimo! Temos demasiadas coisas ridiculas e não temos bom senso. Somos mesmo bons!
Diz um senhor: "aqui estou eu, 30 anos depois, a pensar que vamos vencer todas as batalhas e perder a guerra, porque não compreendemos a guerra em que estamos metidos".
Diz outro senhor, que as "tropas americanas deveriam sair o mais rapidamente possivel, mas antes é necessario ir à ONU com humildade e pedir apoio aos europeus e membros da organização".
Assim se vê que há um "consenso". Todos têm respostas e teorias. Ninguém sabe a verdade, mas a realidade está debaixo dos nossos olhos.
Este discurso faz-me lembrar, uma conversa que eu tive com o meu pai, onde disse que a invasão dos EUA no Iraque, foi uma antêntica palhaçada e que me fez lembrar as Invasões Napoleónicas, onde o objectivo principal era alcançar a "capital" e declarar a vitória! Vitória de quê? De quem?
A morte do tirano, a decapitação do rei, a revoluçao do sistema, são tudo coisas que já se viu. Que já fazem parte da História.
Acho piada, aos sacanos dos americanos,de terem a mania que podem e que fazem tudo. Mas então, porque não fazem? Têm medo? Não andam a matar tanta gente? Se calhar repetir-se Hiroshima era mais fácil e mais radical...não? Têm receio de quê? Das sanções de crimes contra os Dtos Humanos? Dos efeitos nocivos para a saude mundial?
Acho ridiculo a suma preocupação da aparência. Supostamente, na guerra vale tudo. Se querem acabar, usem o que têm. Ou é melhor não? Porque não se corta o mal pela raiz? Ah?
Porque o solo fica contaminado? Porque as próximas gerações irão nascer deficientes? Porquê não se usa aquilo que têm?
Se querem acabar de uma vez por todas com todo o Eixo do Mal, bolas, matem os palhaços que saem à rua. Façam tiro ao alvo. NAO! É melhor não.
Vamos deixar continuar esta guerra de aparências e preocuparmo-nos em esconder aquilo que se passa no nosso pais, nas nossas instituições, com os nossos cidadãos. Vamos esconder que temos armamento para mandar o mundo à vida, para acabar com os terroristas, pois a ONU cai-nos em cima. Mas nós invadimos o Iraque sozinhos...somos os melhores! Podemos fazer o que queremos! Temos os McDonals e vestimos o 40. Temos o Bush. Temos o Pentãgono. Temos um sistema democratississimo! Temos demasiadas coisas ridiculas e não temos bom senso. Somos mesmo bons!
maio 06, 2004
Ando a ler "O homem e o rio" de Faulkner.
Ando a imaginar a realidade dos prisioneiros dos nos EUA.
Ando a sonhar que um dia os nossos presos terão condições melhores.
Ando a lutar para que a Justiça seja encarada de outra forma.
Ando a divagar pelo mundo na esperança ignobil de encontrar um caminho.
Ando por ai... a viver...
Ando a imaginar a realidade dos prisioneiros dos nos EUA.
Ando a sonhar que um dia os nossos presos terão condições melhores.
Ando a lutar para que a Justiça seja encarada de outra forma.
Ando a divagar pelo mundo na esperança ignobil de encontrar um caminho.
Ando por ai... a viver...
abril 29, 2004
Sinto-me inútil quando não consigo dizer nem escrever aquilo que sinto, aquilo que penso, aquilo que vivo. Enfurece-me. Torno-me num ser que se fecha em si proprio tentando encontrar no exterior aquilo que lhe vai dentro, como um automato, sem objectivo, sem metas, sem destino...
Por isso, só quero acrescentar, não a 100%, mas a 95%, que me identifico com os poemas que alguém os escreveu por mim. Alguém que de um modo ou de outro, parece que remexeu naqueles sentidos mais escondidos do meu ser, que fez vir à tona aquilo que eu pensava já ter esquecido, aquilo que eu quero esquecer, que não quero lembrar.
Obrigada...
Por isso, só quero acrescentar, não a 100%, mas a 95%, que me identifico com os poemas que alguém os escreveu por mim. Alguém que de um modo ou de outro, parece que remexeu naqueles sentidos mais escondidos do meu ser, que fez vir à tona aquilo que eu pensava já ter esquecido, aquilo que eu quero esquecer, que não quero lembrar.
Obrigada...
"tenho medo que diluas toda a ilusão que criei"
Um dia...talvez.
Sol...
Raio de luz que me invade
sofrega e repentinamente.
Explicar não sei
mas sinto que estás perto.
Não te vejo!
Volto a olhar.
Sento-me.
Não vens tal como esperava.
Fico assim várias horas
e sei sinceramente que não virás
porque não sabes que te espero.
Lua...
Anoitece e continuas sem vir
as horas passam lentamente.
Atribuo a cada estrela um simples sonho
A cada maré um sentido.
Continuas sem aparecer mas eu espero
paciente e esperançosamente.
Penso na invisibilidade dos sentimentos...
Não os podemos esconder eternamente,
Mas ás vezes mostrá-los não resulta.
Mesmo que to diga, não entendes...
Não queres entender...
Amanhece...
A noite não te trouxe
Desejo,então, que este dia o faça.
O meu coração fechou-se
Em lágrimas que não conheces.
Enquanto isso tu continuas
vivendo na desesperante solidão...
Saio á rua!
Costumas estar naquela praça
Mas logo hoje não estás.
Queria dizer-te algo
Queria guardar na memória
A profundidade da tua vontade
Que guardas com ansiedade
E que estando no teu olhar
Tu não sabes e pensas não mostrar.
Pôr do sol...
E passou-se mais um dia
E sem te ter visto
Continuas em mim prisioneiro.
Cativo dono dos meus sonhos.
Talvez um dia vejas
Que não és para mim uma recordação
Mas sim, o desejo da realização da mortífera ilusão
que permanece comigo
Pois tenho medo que diluas toda a ilusão que criei.
Um dia...
Sim, talvez um dia me vejas
Ou quem sabe...talvez um dia te encontre.
Talvez um dia te diga.
Talvez um dia entendas.
Talvez um dia queiras entender...
Mas até esse dia espero
sem qualquer sinal de fadiga.
Talvez um dia me encontres.
Talvez um dia me digas.
Espero não tarde demais...
Talvez um dia!
(Cláudia)
Sol...
Raio de luz que me invade
sofrega e repentinamente.
Explicar não sei
mas sinto que estás perto.
Não te vejo!
Volto a olhar.
Sento-me.
Não vens tal como esperava.
Fico assim várias horas
e sei sinceramente que não virás
porque não sabes que te espero.
Lua...
Anoitece e continuas sem vir
as horas passam lentamente.
Atribuo a cada estrela um simples sonho
A cada maré um sentido.
Continuas sem aparecer mas eu espero
paciente e esperançosamente.
Penso na invisibilidade dos sentimentos...
Não os podemos esconder eternamente,
Mas ás vezes mostrá-los não resulta.
Mesmo que to diga, não entendes...
Não queres entender...
Amanhece...
A noite não te trouxe
Desejo,então, que este dia o faça.
O meu coração fechou-se
Em lágrimas que não conheces.
Enquanto isso tu continuas
vivendo na desesperante solidão...
Saio á rua!
Costumas estar naquela praça
Mas logo hoje não estás.
Queria dizer-te algo
Queria guardar na memória
A profundidade da tua vontade
Que guardas com ansiedade
E que estando no teu olhar
Tu não sabes e pensas não mostrar.
Pôr do sol...
E passou-se mais um dia
E sem te ter visto
Continuas em mim prisioneiro.
Cativo dono dos meus sonhos.
Talvez um dia vejas
Que não és para mim uma recordação
Mas sim, o desejo da realização da mortífera ilusão
que permanece comigo
Pois tenho medo que diluas toda a ilusão que criei.
Um dia...
Sim, talvez um dia me vejas
Ou quem sabe...talvez um dia te encontre.
Talvez um dia te diga.
Talvez um dia entendas.
Talvez um dia queiras entender...
Mas até esse dia espero
sem qualquer sinal de fadiga.
Talvez um dia me encontres.
Talvez um dia me digas.
Espero não tarde demais...
Talvez um dia!
(Cláudia)
Cores da vida... minha ou tua
Tenho desprezado o blog. Sei que não tenho dado a atenção que julgo que ele merece, mas vivo tempos conturbados para me dedicar a isto.
Por isso, como poeta não sou nem serei, apesar de achar a poesia uma arte sublime e bem me esforçar por tentar ser artista, não consigo, mas dou-lhe bastante relevo na minha vida.
Assim aqui vou deixo uns poemas de alguém que me tem surpreendido com o seu dom.
Cores da vida... minha ou tua.
Vi-te entre folhas e flores
Parecias tu...talvez não fosses.
Castanho dos teus cabelos
ou do tronco das antigas árvores
Que sustentam a terra castanha dos teus olhos.
Verde das vastas folhas
da tua ou da minha vontade.
Vermelho das camélias
da minha ou da tua paixão.
O azul do rio que corre como a vida
Pois entao te digo:
O passado não volta!
A mesma água não retorna!
Vê com a luz do sol os actos que ofuscas
Com o cinzento de um céu madrugador.
O deleito imaginário de uma floresta encantada
de mil cores que são os outros e
do amarelo do sol que somos nós.
Vejo uma pedra suja da terra castanha
recordo-te, desejo rever-te.
As sombras de um vale que esconde
a mim ou a ti...
Fugimos um do outro ou de nós próprios?
Não fugimos... viajamos em busca de um sonho
Meu ou teu... talvez nosso.
(Cláudia)
Por isso, como poeta não sou nem serei, apesar de achar a poesia uma arte sublime e bem me esforçar por tentar ser artista, não consigo, mas dou-lhe bastante relevo na minha vida.
Assim aqui vou deixo uns poemas de alguém que me tem surpreendido com o seu dom.
Cores da vida... minha ou tua.
Vi-te entre folhas e flores
Parecias tu...talvez não fosses.
Castanho dos teus cabelos
ou do tronco das antigas árvores
Que sustentam a terra castanha dos teus olhos.
Verde das vastas folhas
da tua ou da minha vontade.
Vermelho das camélias
da minha ou da tua paixão.
O azul do rio que corre como a vida
Pois entao te digo:
O passado não volta!
A mesma água não retorna!
Vê com a luz do sol os actos que ofuscas
Com o cinzento de um céu madrugador.
O deleito imaginário de uma floresta encantada
de mil cores que são os outros e
do amarelo do sol que somos nós.
Vejo uma pedra suja da terra castanha
recordo-te, desejo rever-te.
As sombras de um vale que esconde
a mim ou a ti...
Fugimos um do outro ou de nós próprios?
Não fugimos... viajamos em busca de um sonho
Meu ou teu... talvez nosso.
(Cláudia)
abril 23, 2004
Cada vez mais aqui (Toranja)
Cada vez mais aqui
Queres lutar com quem?
Para doer aonde?
Para ser o quê?
Achas que ninguém vê?...
E p'ra quê fingir?
Porquê mentir e remar na dor?
Achas que ninguém vê?...
Também eu queria parar...
chorar... cair...
p'ra me levantar, p'ra te puxar!
Te fazer sorrir, não voltar a cair!...
Não me olhes assim,
continuo a ser quem fui!
Cada vez mais aqui...
Não dances tão longe que eu já te vi...
Também eu queria parar...
chorar... cair...
p'ra me levantar, p'ra te puxar!
Te fazer sorrir, não voltar a cair!...
Queres lutar com quem?
Para doer aonde?
Para ser o quê?
Achas que ninguém vê?...
E p'ra quê fingir?
Porquê mentir e remar na dor?
Achas que ninguém vê?...
Também eu queria parar...
chorar... cair...
p'ra me levantar, p'ra te puxar!
Te fazer sorrir, não voltar a cair!...
Não me olhes assim,
continuo a ser quem fui!
Cada vez mais aqui...
Não dances tão longe que eu já te vi...
Também eu queria parar...
chorar... cair...
p'ra me levantar, p'ra te puxar!
Te fazer sorrir, não voltar a cair!...
abril 21, 2004
Vontade!
Encontrei ou fizeram-me encontrar, este poema. Foi uma amiga que o mandou, que o escreveu, que o sentiu, tal como eu sinto que preciso encontrar a Vontade que tanta falta me faz. O dificil é quando deixamos de sonhar e mais tarde de viver.
"Encontrei-a onde pensei nunca a poder ver.
Lá estava ela... adulterada, retorcida.
Não era coisa nenhuma.
Não era quase nada mas fracamente dardejava...
Escondida numa toca de 3 essências,
um talismã envolvido num só odor.
Era o nariz-de-cera que o espelho não reflectia,
a força que os magros braços não mostram.
Lá estava ela... bem mais perto do que imaginei.
Lado a lado com o sonho e a vida, a vontade."
(Cláudia)
"Encontrei-a onde pensei nunca a poder ver.
Lá estava ela... adulterada, retorcida.
Não era coisa nenhuma.
Não era quase nada mas fracamente dardejava...
Escondida numa toca de 3 essências,
um talismã envolvido num só odor.
Era o nariz-de-cera que o espelho não reflectia,
a força que os magros braços não mostram.
Lá estava ela... bem mais perto do que imaginei.
Lado a lado com o sonho e a vida, a vontade."
(Cláudia)
abril 14, 2004
É a promessa de vida no teu coração
Em comemoração com o lançamento de uma colectanea de músicas de Elis Regina, aqui fica uma que gosto muito...
Águas de março- Elis Regina
(Tom Jobim)
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
É peroba no campo, é o nó da madeira
Caingá candeia, é o matita-pereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira
É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumeeira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mao, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão
É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto um desgosto, é um pouco sozinho
É um estepe, é um prego, é uma conta, é um conto
É um pingo pingando, é uma conta, é um ponto
É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manha, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada
É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguicado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato na luz da manhã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É uma cobra, é um pau, é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um belo horizonte, é uma febre terçã
São as aguas de março fechjando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É um resto de mato na luz da manhã
Águas de março- Elis Regina
(Tom Jobim)
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
É peroba no campo, é o nó da madeira
Caingá candeia, é o matita-pereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira
É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumeeira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mao, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão
É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto um desgosto, é um pouco sozinho
É um estepe, é um prego, é uma conta, é um conto
É um pingo pingando, é uma conta, é um ponto
É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manha, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada
É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguicado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato na luz da manhã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É uma cobra, é um pau, é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um belo horizonte, é uma febre terçã
São as aguas de março fechjando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É um resto de mato na luz da manhã
Metáforas
"As metáforas são perigosas. O amor começa com uma metáfora. Ou por outras palavras, o amor começa no preciso instante em que, com uma das suas palavras, uma mulher se inscreve na nossa memória poética." Sendo a memória poética o seguinte: " poderia chamar-se memória poética uma zona perfeitamente especifica no cerebro e que regista aquilo que nos encantou, aquilo que nos comoveu, aquilo que dá à nossa vida a sua beleza própria."
Aproveitando estas palavras do senhor Kundera, já que me "obrigaram" a ler um dos seus livros, posso dizer que nas suas paginas tenho encontrado aquilo em que eu já pensei e que nunca disse a ninguém. É como se o mais intimo de nós, aquilo que nos vem à mente e que pensamos que não faz sentido, começasse a fazer, pois alguém transpôs para o papel. Certas coisas que não revelam importância, naquelas paginas revestem-se de uma beleza diferente. Há algo que nos faz identificar com aquelas frases, com aqueles pensamentos.
Falar das decisões, falar dos passos que damos na nossa vida de uma maneira tão simples, faz-nos compreender que há que dar o maior valor a tudo o que nos rodeia, tirar o máximo partido daquilo em que estamos no Presente, e não pensar no "se" ou no "ou". A vida não é feita de indecisões. Não é feita de meias realidades, de meias-verdades. Há uma verdade, há uma realidade. Aquela em que estamos, aquela em que acreditamos.
Eu identifico-me com aquilo que transcrevi do livro. Eu sou assim. Vivo assim. Vivo bem? Vivo mal? Não sei. Sei que vivo. Não posso comparar esta minha vida com outra que vivi. Não posso pensar em "ses", tenho que viver segundo as minhas opções num "tem que ser". Não com conformismo, mas com paixão. Com amor pela vida, pelos outros e por mim. Tenho que viver, sentindo que tal como a mulher entra na memória poética de alguém, eu também entrarei na minha própria memória e talvez, quem sabe, um dia, serei a metáfora de alguém que não tem medo de brincar com as palavras e nem medo das metáforas.
Aproveitando estas palavras do senhor Kundera, já que me "obrigaram" a ler um dos seus livros, posso dizer que nas suas paginas tenho encontrado aquilo em que eu já pensei e que nunca disse a ninguém. É como se o mais intimo de nós, aquilo que nos vem à mente e que pensamos que não faz sentido, começasse a fazer, pois alguém transpôs para o papel. Certas coisas que não revelam importância, naquelas paginas revestem-se de uma beleza diferente. Há algo que nos faz identificar com aquelas frases, com aqueles pensamentos.
Falar das decisões, falar dos passos que damos na nossa vida de uma maneira tão simples, faz-nos compreender que há que dar o maior valor a tudo o que nos rodeia, tirar o máximo partido daquilo em que estamos no Presente, e não pensar no "se" ou no "ou". A vida não é feita de indecisões. Não é feita de meias realidades, de meias-verdades. Há uma verdade, há uma realidade. Aquela em que estamos, aquela em que acreditamos.
Eu identifico-me com aquilo que transcrevi do livro. Eu sou assim. Vivo assim. Vivo bem? Vivo mal? Não sei. Sei que vivo. Não posso comparar esta minha vida com outra que vivi. Não posso pensar em "ses", tenho que viver segundo as minhas opções num "tem que ser". Não com conformismo, mas com paixão. Com amor pela vida, pelos outros e por mim. Tenho que viver, sentindo que tal como a mulher entra na memória poética de alguém, eu também entrarei na minha própria memória e talvez, quem sabe, um dia, serei a metáfora de alguém que não tem medo de brincar com as palavras e nem medo das metáforas.
abril 09, 2004
Doce Páscoa
Mais uma Sexta-feira Santa. Mais 3 filmes por dia nas televisões. Mais filmes de época daqueles que nem os avós se lembram de quando estrearam...mas não interessa. Mesmo com esta programação, gosto das épocas festivas. Faz-me lembrar as férias de Natal, quando tinha 10 anos que passava a semana de Natal a ver filmes, bonecos e tudo e mais alguma coisa, como a Heidi. Gostava de me embrulhar na manta, com o pijama, vir para a sala e passar o dia inteiro assim. Talvez desde esses tempos venha este meu capricho de passar as férias em casa, à frente à tv, de pijama e com um livro como companhia para quando a tv está sem qualidade. Agora tenho o pc. É mais uma distracção, como tantas outras. Mas a tv velhinha continua a ter a minha concentração.
Ontem, depois de muitos dias em que mantive um horário nocturno decente, deitei-me às 05h. Estava contente. Há muito tempo que não tinha insónias e crises de horários trocados, como é costume na minha pessoa. Mas depois de tanto tempo a tentar ter uma vida normal, não consegui. Fiquei petrificada com um filme sobre Ludwing van Beethoven. Gostei muito. Mais uma vez a demonstração que os génios são sempre incompreendidos e nunca são felizes. O que me deixa algum pingo de esperança de felicidade, pois génia, eu, só da lamparina.
E é assim com esta frase interessante sobre o meu fado, que deixo um beijinho de Feliz Páscoa para quem tem coragem ainda de me "visitar".
O Alentejo é fixe. Dá paz de espirito. Dá um luar sobre nós proprios. Dá a esperança de alguma batalha a preparar nesta guerra imortal. Mas neste momento o que me menos apetece é planear alguma coisa. Vou voltar para a lareira e para o sofá....
Ontem, depois de muitos dias em que mantive um horário nocturno decente, deitei-me às 05h. Estava contente. Há muito tempo que não tinha insónias e crises de horários trocados, como é costume na minha pessoa. Mas depois de tanto tempo a tentar ter uma vida normal, não consegui. Fiquei petrificada com um filme sobre Ludwing van Beethoven. Gostei muito. Mais uma vez a demonstração que os génios são sempre incompreendidos e nunca são felizes. O que me deixa algum pingo de esperança de felicidade, pois génia, eu, só da lamparina.
E é assim com esta frase interessante sobre o meu fado, que deixo um beijinho de Feliz Páscoa para quem tem coragem ainda de me "visitar".
O Alentejo é fixe. Dá paz de espirito. Dá um luar sobre nós proprios. Dá a esperança de alguma batalha a preparar nesta guerra imortal. Mas neste momento o que me menos apetece é planear alguma coisa. Vou voltar para a lareira e para o sofá....
abril 06, 2004
Ler...
"O homem constrói casa porque está vivo, mas escreve livros porque sabe que é mortal.Vive em sociedade porque é gregário,mas lê porque se sente só. A leitura constitui para ele uma companhia que não ocupa o lugar de nenhuma outra, mas que nenhuma outra poderia substituir. Não lhe oferece nenhuma explicação definitiva acerca do seu destino, mas tece uma apertada rede de conivências entre a vida e ele. Ínfimas e secretas conivências que falam da paradoxal alegria de viver, mesmo quando referem o trágico absurdo da vida. Por isso as razões que temos para ler são tão estranhas como as que temos para viver"
março 31, 2004
Acordei...
Tenho andado sem tempo, ou pelo menos, não tenho tido paciência para o blog.
Hoje cheguei a casa e liguei a aparelhagem para ouvir Toranja. Lá pus na música que mais gosto:
Adormecido
No cenário da tua vida
aclamas noites alucinantes
de gentes estonteantes
que são tanto como tu
No teatro do teu olhar
há quem note que a coragem
não passa de uma miragem
com preguiça de gritar
No repetir do teu mostrar
inventas-te uma história
que em ti não há memória
porque sabes que não é tua...
Houve alguém que te conheceu
Que te faz tremer ao passar
porque nunca a deixaste de amar...
Continuas a ensaiar
a conveniência do sorriso
o planear do improviso
que te faz sentir maior
no artifício dos teus gestos
pensas abraçar o mundo
quando nem por um segundo
te abraças a ti mesmo
e assim vais vivendo
e assim vais andando aí
e assim vais perdendo em ti
tudo aquilo que nunca foste...
Houve alguém que te conheceu
Que te faz tremer ao passar
porque nunca a deixas-te de amar
Quando um dia acordares
numa noite sem mentira
e te vires onde não estás
vais querer voltar para trás.
Gosto desta música. Tem um ritmo bom e a letra melhor ainda. Conheço muita gente que se enquadra perfeitamente nestes versos. Às vezes, conseguimos encontrar certas letras, poemas, frases, coisas tipicas como signos, que felizmente ou infelizmente conseguem caracterizar alguém. Hoje aconteceu-me isso.
Hoje fui passear a pé por Lisboa. Foi um passeio interessante, apesar do cansaço. Fui do Rato à Estrela, Campo de Ourique e Marques de Pombal. Amanhã, é do outro lado da cidade. Somos estudantes para alguma coisa. Temos que aproveitar enquando pudemos. He he he.
Hoje cheguei a casa e liguei a aparelhagem para ouvir Toranja. Lá pus na música que mais gosto:
Adormecido
No cenário da tua vida
aclamas noites alucinantes
de gentes estonteantes
que são tanto como tu
No teatro do teu olhar
há quem note que a coragem
não passa de uma miragem
com preguiça de gritar
No repetir do teu mostrar
inventas-te uma história
que em ti não há memória
porque sabes que não é tua...
Houve alguém que te conheceu
Que te faz tremer ao passar
porque nunca a deixaste de amar...
Continuas a ensaiar
a conveniência do sorriso
o planear do improviso
que te faz sentir maior
no artifício dos teus gestos
pensas abraçar o mundo
quando nem por um segundo
te abraças a ti mesmo
e assim vais vivendo
e assim vais andando aí
e assim vais perdendo em ti
tudo aquilo que nunca foste...
Houve alguém que te conheceu
Que te faz tremer ao passar
porque nunca a deixas-te de amar
Quando um dia acordares
numa noite sem mentira
e te vires onde não estás
vais querer voltar para trás.
Gosto desta música. Tem um ritmo bom e a letra melhor ainda. Conheço muita gente que se enquadra perfeitamente nestes versos. Às vezes, conseguimos encontrar certas letras, poemas, frases, coisas tipicas como signos, que felizmente ou infelizmente conseguem caracterizar alguém. Hoje aconteceu-me isso.
Hoje fui passear a pé por Lisboa. Foi um passeio interessante, apesar do cansaço. Fui do Rato à Estrela, Campo de Ourique e Marques de Pombal. Amanhã, é do outro lado da cidade. Somos estudantes para alguma coisa. Temos que aproveitar enquando pudemos. He he he.
março 27, 2004
março 25, 2004
TU
"Nas portas que abres e nas que fechas, nas surpresas que nem sempre entendo, és TU que me maravilhas no teu permanente desejo de me fazer feliz.
Mesmo sem me perguntar se posso, mesmo sem saber se me apetece, sem me perguntar se quero, quero o que TU queres, agora e sempre"
Mesmo sem me perguntar se posso, mesmo sem saber se me apetece, sem me perguntar se quero, quero o que TU queres, agora e sempre"
Triste vida esta...
"quando a merda tiver valor, os pobres nascerão sem rabo"
(Gabriel Garcia Marquez)
Será que o mundo continuará a reger-se assim? Que a desigualdade continuará a reinar eternamente?
Desejo profundamente que não. Que algo mude. Que os Sonhos mudem! Que a força aconteça!
(Gabriel Garcia Marquez)
Será que o mundo continuará a reger-se assim? Que a desigualdade continuará a reinar eternamente?
Desejo profundamente que não. Que algo mude. Que os Sonhos mudem! Que a força aconteça!
março 21, 2004
Boas ou más...
Em primeiro lugar, quero agradecer, mais que tudo, ao blog www.naoqueremouvir.blogspot.com por terem adicionado este blog à sua lista de outros blogs. OBRIGADA!
Em segundo lugar, estou muito triste com a minha equipa. 4 secos é muito mau para uma equipa supostamente importante. Melhores tempos virão...já dizia o outro.
Em terceiro lugar, a Primavera começa hoje mas com muito frio e vento. Eu pelo menos não gostei deste teu inicio ó Primavera!Podias ter arranjado uma solução mais bonita.Espero que os dias melhorem!
...
Sexta-feira foi o Dia do Pai. Como filha amável, mandei ao meu papá, um postal todo bonito. Adoro-te muito Pai! (como sei que costumas vir aqui ler isto, aqui um Muito Obrigada por seres quem és e pela tua importância fundamental na minha vida).
Hoje fiquei muito desiludida. Voltando uns dias atrás, escrevi um post que falava sobre as pessoas não serem sinceras. E é verdade. Infelizmente, hoje tive mais uma prova dessa podridão humana de pessoas que julgamos amigas. Espero um dia perdoá-las. Deus me dê coração e fé para isso.
Assim, acabo este post de hoje.De uma maneira algo religiosa mas sentida, afinal estive numa reunião de catequistas e isto tem que servir para alguma coisa! Se acreditamos não temos que ter medo de demonstrar e defender esta nossa fé.
Em segundo lugar, estou muito triste com a minha equipa. 4 secos é muito mau para uma equipa supostamente importante. Melhores tempos virão...já dizia o outro.
Em terceiro lugar, a Primavera começa hoje mas com muito frio e vento. Eu pelo menos não gostei deste teu inicio ó Primavera!Podias ter arranjado uma solução mais bonita.Espero que os dias melhorem!
...
Sexta-feira foi o Dia do Pai. Como filha amável, mandei ao meu papá, um postal todo bonito. Adoro-te muito Pai! (como sei que costumas vir aqui ler isto, aqui um Muito Obrigada por seres quem és e pela tua importância fundamental na minha vida).
Hoje fiquei muito desiludida. Voltando uns dias atrás, escrevi um post que falava sobre as pessoas não serem sinceras. E é verdade. Infelizmente, hoje tive mais uma prova dessa podridão humana de pessoas que julgamos amigas. Espero um dia perdoá-las. Deus me dê coração e fé para isso.
Assim, acabo este post de hoje.De uma maneira algo religiosa mas sentida, afinal estive numa reunião de catequistas e isto tem que servir para alguma coisa! Se acreditamos não temos que ter medo de demonstrar e defender esta nossa fé.
março 17, 2004
Teoria, talvez eficaz, não sei...
Não tentes anestesiar-te face aos sofrimentos que a vida te possa trazer.
Nem te deixes esmagar de tal maneira pela dureza que te afogues no desespero.
Em vez disso, enfrenta a dor ao mesmo tempo que extrais consolo e conforto dessa realidade.
Em seguida, deixa que o sofrimento te mude, te torne sensível e te encha de compaixão.
Não te esqueças que, mais tarde, o sofrimento te dará acesso a uma alegria mais profunda.
Encontrei este texto num daqueles livrinhos de bolso, que têm frases feitas, mas achei interessante passar esta para aqui, porque resume a minha maneira de encarar a vida, naquelas alturas mais dificeis, já que normalmente digo para mim mesma: "o que não nos mata torna-nos mais fortes".
Nem te deixes esmagar de tal maneira pela dureza que te afogues no desespero.
Em vez disso, enfrenta a dor ao mesmo tempo que extrais consolo e conforto dessa realidade.
Em seguida, deixa que o sofrimento te mude, te torne sensível e te encha de compaixão.
Não te esqueças que, mais tarde, o sofrimento te dará acesso a uma alegria mais profunda.
Encontrei este texto num daqueles livrinhos de bolso, que têm frases feitas, mas achei interessante passar esta para aqui, porque resume a minha maneira de encarar a vida, naquelas alturas mais dificeis, já que normalmente digo para mim mesma: "o que não nos mata torna-nos mais fortes".
março 16, 2004
O calor parece que chegou!
Chegou com as altas temperaturas e com o contexto politico alarmante do pais vizinho.
Ainda não me tinha debruçado nesse assunto, pois sinto-me pouco à vontade nessa matéria, mas tal como vinha no DN de hoje, "Foi o medo - e não a mentira- que decidiu as eleições. Um precedente preocupante". Também partilho a opinião deste senhor.
Talvez de um modo camuflado, o medo tem vindo a instalar-se aqui e além, cobrindo as brestas que ainda estavam arejadas. Os noticiários só falam em ataques em Junho, coisa que a mim nunca me suscitou grande duvida, devido à enorme percentagem de figuras públicas que o nosso pais vai suportar e também, claro está, aos muitos anónimos que virão passar férias.
Ontem recebi um email de um amigo que me escreveu:"Nunca desistas das pessoas, senão acabas velhinha e a tagarelar com o periquito."
Excluindo a piada ao piriquito, como queres que eu não desista das pessoas?
De um modo algo fatalista, como já disse alguma vezes, as pessoas já não têm dignidade. Os extremistas vieram para ficar e as suas atitudes radicais impuseram-se.
Pensar que as "bombinhas" estavam lá tão longe, e que os desacatos internos nos vizinhos era coisa que a nós não nos dizia respeito, agora a situação alterou-se um "bocadinho".
Mas a Primavera está quase a chegar. O calor faz-se sentir. Pode ser que com os passarinhos a cantar e a nascer, este meu pessimismo e fatalismo se altere.
Afinal, ainda há coisas boas para as quais vale a pena lutar?
Ainda não me tinha debruçado nesse assunto, pois sinto-me pouco à vontade nessa matéria, mas tal como vinha no DN de hoje, "Foi o medo - e não a mentira- que decidiu as eleições. Um precedente preocupante". Também partilho a opinião deste senhor.
Talvez de um modo camuflado, o medo tem vindo a instalar-se aqui e além, cobrindo as brestas que ainda estavam arejadas. Os noticiários só falam em ataques em Junho, coisa que a mim nunca me suscitou grande duvida, devido à enorme percentagem de figuras públicas que o nosso pais vai suportar e também, claro está, aos muitos anónimos que virão passar férias.
Ontem recebi um email de um amigo que me escreveu:"Nunca desistas das pessoas, senão acabas velhinha e a tagarelar com o periquito."
Excluindo a piada ao piriquito, como queres que eu não desista das pessoas?
De um modo algo fatalista, como já disse alguma vezes, as pessoas já não têm dignidade. Os extremistas vieram para ficar e as suas atitudes radicais impuseram-se.
Pensar que as "bombinhas" estavam lá tão longe, e que os desacatos internos nos vizinhos era coisa que a nós não nos dizia respeito, agora a situação alterou-se um "bocadinho".
Mas a Primavera está quase a chegar. O calor faz-se sentir. Pode ser que com os passarinhos a cantar e a nascer, este meu pessimismo e fatalismo se altere.
Afinal, ainda há coisas boas para as quais vale a pena lutar?
março 11, 2004
Não, não se tornou numa tradição pôr aqui músicas, mas esta lá vai.
my immortal
i'm so tired of being here
suppressed by all of my childish fears
and if you have to leave
i wish that you would just leave
because your presence still lingers here
and it won't leave me alone
these wounds won't seem to heal
this pain is just too real
there's just too much that time cannot erase
when you cried i'd wipe away all of your tears
when you'd scream i'd fight away all of your fears
and i've held your hand through all of these years
but you still have all of me
you used to captivate me
by your resonating light
but now i'm bound by the life you left behind
your face it haunts my once pleasant dreams
your voice it chased away all the sanity in me
these wounds won't seem to heal
this pain is just too real
there's just too much that time cannot erase
when you cried i'd wipe away all of your tears
when you'd scream i'd fight away all of your fears
and i've held your hand through all of these years
but you still have all of me
i've tried so hard to tell myself that you're gone
and though you're still with me
i've been alone all along
my immortal
i'm so tired of being here
suppressed by all of my childish fears
and if you have to leave
i wish that you would just leave
because your presence still lingers here
and it won't leave me alone
these wounds won't seem to heal
this pain is just too real
there's just too much that time cannot erase
when you cried i'd wipe away all of your tears
when you'd scream i'd fight away all of your fears
and i've held your hand through all of these years
but you still have all of me
you used to captivate me
by your resonating light
but now i'm bound by the life you left behind
your face it haunts my once pleasant dreams
your voice it chased away all the sanity in me
these wounds won't seem to heal
this pain is just too real
there's just too much that time cannot erase
when you cried i'd wipe away all of your tears
when you'd scream i'd fight away all of your fears
and i've held your hand through all of these years
but you still have all of me
i've tried so hard to tell myself that you're gone
and though you're still with me
i've been alone all along
" É a fantasia do mundo em que me escondo, é o encantamento da magia que não tenho, é uma imaginação crescente que me prende"
Esta frase vinha no blog da minha colega que passo a citar (espero q ela não se zangue) :
www.azulmagenta.blogspot.com
Tinha-me esquecido que ela tinha escrito isso dando-me resposta quando visitou este blog.Mas é a verdade...
Esta frase vinha no blog da minha colega que passo a citar (espero q ela não se zangue) :
www.azulmagenta.blogspot.com
Tinha-me esquecido que ela tinha escrito isso dando-me resposta quando visitou este blog.Mas é a verdade...
Tristeza
Já há algum tempo que aqui não escrevo. O tempo tem sido pouco e a revolução que ia na minha cabeça estagnou, ficando somente uma triste ideia: as pessoas são más e cruéis. Não consigo olhar à minha volta sem ver maldade nos seus olhares. Já não conheço ninguém puro que tenha um olhar doce e não corrompido.
Há sempre alguma coisa por detrás das suas palavras, há sempre algo escondido, a verdade nunca é dita de livre vontade e sem medo.
Eu não sou assim. Talvez por isso sofra mais e me magoe mais. Mas não consigo esconder nada. Não consigo dizer meias-palavras nem meias-verdades.
C´est la vie.
Já há algum tempo que aqui não escrevo. O tempo tem sido pouco e a revolução que ia na minha cabeça estagnou, ficando somente uma triste ideia: as pessoas são más e cruéis. Não consigo olhar à minha volta sem ver maldade nos seus olhares. Já não conheço ninguém puro que tenha um olhar doce e não corrompido.
Há sempre alguma coisa por detrás das suas palavras, há sempre algo escondido, a verdade nunca é dita de livre vontade e sem medo.
Eu não sou assim. Talvez por isso sofra mais e me magoe mais. Mas não consigo esconder nada. Não consigo dizer meias-palavras nem meias-verdades.
C´est la vie.
março 05, 2004
"A primeira condição para sair do subdesenvolvimente não é uma politica económica acertada nem sequer o funcionamento de um sistema eleitoral que permita expressar a vontade popular sem burlas nem acertos. É um sistema judicial eficiente, de juizes honestos, ao qual os cidadãos possam recorrer quando os seus direitos são atacados e onde os delinquentes, burlões, vigaristas e bandidos de qualquer espécie possam ser sancionados. Enquanto isto não acontecer, nenhuma outra instituição funcionará, pois todas se verão mais tarde ou mais cedo contaminadas pela putrfacção que emana do Poder Judicial"
Mario Vargas Llosa, DN, 5-3-04
Mario Vargas Llosa, DN, 5-3-04
março 03, 2004
O que é uma exibição à Benfica?
Por mais Sportinguista que seja, fiquei feliz pelos vizinhos da 2ª circular terem passado à fase seguinte na Taça UEFA. Não só porque assim têm mais com que se preocupar, mas também, porque vejo os benfiquistas tristonhos com a vida e sem ânimo nenhum. E afinal, o SLB fica em Lisboa e Lisboa é Portugal. Já os outros, são "outra nação. Os belos comentários dos comentadores é que são completamente estapafúrdios. O que dá definitivamente o prazer de ver um jogo sem som.
Achei piada pela tentativa de imitação do Nuno Gomes do João Pinto. Mas ainda lhe falta comer muita sopa para chegar aos seus calcanhares, já que teve a pouca sorte de ter sido apanhado!
O Moreira é que fez um grande jogo. Sim senhor! O Ricardo que se cuide!
Mas mesmo assim, os meus parabéns ao Rockenborg ou lá como se escreve que fez jogo bonito e deu um grande baile ao Benfica.
Como disseram os senhores comentadores, fico ainda à espera de ver uma exibição à Benfica!
Por mais Sportinguista que seja, fiquei feliz pelos vizinhos da 2ª circular terem passado à fase seguinte na Taça UEFA. Não só porque assim têm mais com que se preocupar, mas também, porque vejo os benfiquistas tristonhos com a vida e sem ânimo nenhum. E afinal, o SLB fica em Lisboa e Lisboa é Portugal. Já os outros, são "outra nação. Os belos comentários dos comentadores é que são completamente estapafúrdios. O que dá definitivamente o prazer de ver um jogo sem som.
Achei piada pela tentativa de imitação do Nuno Gomes do João Pinto. Mas ainda lhe falta comer muita sopa para chegar aos seus calcanhares, já que teve a pouca sorte de ter sido apanhado!
O Moreira é que fez um grande jogo. Sim senhor! O Ricardo que se cuide!
Mas mesmo assim, os meus parabéns ao Rockenborg ou lá como se escreve que fez jogo bonito e deu um grande baile ao Benfica.
Como disseram os senhores comentadores, fico ainda à espera de ver uma exibição à Benfica!
março 01, 2004
Mais um dia...
Hoje descobri que afinal não sou a única alma que deambula por ai com uma visão pessimista da realidade que nos rodeia. Vinha eu muito bem e contente para o autocarro, depois de uma manhã muito cansativa de aulas, quando encontrei um "velho" amigo. Assim, deste encontro, fiquei a saber que não sou a única mente com ideias abstractas e irreais. Afinal há gente que partilha não o mesmo, mas parecido modo de pensar.
Gosto de andar de autocarro. Faz-me bem andar de autocarro. Acontecem sempre coisas diferentes e quando não acontecem, é um bom sítio para pensar na vida e meditar. E também um bom sitio para dizer as maiores parvoices que se pode imaginar. Mas isso é de manhã às 08h. Mas a verdade é que quando venho sozinha, encostada ao vidro da janela, a ver a bela paisagem da periferia, consigo ter umas ideias engraçadas e sensacionais sobre a vida. Ridiculo? Talvez. Mas a vida é ela propria ridicula!
Hoje descobri que afinal não sou a única alma que deambula por ai com uma visão pessimista da realidade que nos rodeia. Vinha eu muito bem e contente para o autocarro, depois de uma manhã muito cansativa de aulas, quando encontrei um "velho" amigo. Assim, deste encontro, fiquei a saber que não sou a única mente com ideias abstractas e irreais. Afinal há gente que partilha não o mesmo, mas parecido modo de pensar.
Gosto de andar de autocarro. Faz-me bem andar de autocarro. Acontecem sempre coisas diferentes e quando não acontecem, é um bom sítio para pensar na vida e meditar. E também um bom sitio para dizer as maiores parvoices que se pode imaginar. Mas isso é de manhã às 08h. Mas a verdade é que quando venho sozinha, encostada ao vidro da janela, a ver a bela paisagem da periferia, consigo ter umas ideias engraçadas e sensacionais sobre a vida. Ridiculo? Talvez. Mas a vida é ela propria ridicula!
fevereiro 29, 2004
Fim (dias que passam)
Porque será que nós ainda nos damos ao trabalho de rebuscar o passado, na esperança ignóbil de ficarmos um pouco mais miseráveis do que aquilo que somos ou estamos?! Para quê associar musicas, filmes, actos a pessoas, momentos tristes, ou outras situações menos agradáveis... Não é certo que tudo o que é triste é suposto ser esquecido?! Então porquê esta necessidade masoquista... .
"O tempo tudo destroi", acho.Do teu lado, do meu lado, de lado nenhum... Não vale apena atribuir culpas, uma vez que nada há para mostrar, nem nada de mal foi feito que não tivesse sido perdoado.
Como este texto não é de minha autoria, fica apenas como uma pequena introdução à música que se segue.
- Fim (dias que passam) -
Neste infinito fim que nos alcançou
guardo uma lágrima vinda do fundo
guardo um sorriso virado para o mundo
guardo um sonho que nunca chegou
Na minha casa de paredes caídas
penduro espelhos cor de prata
guardo reflexos do canto que mata
guardo uma arca de rimas perdidas
Na praia deserta dos dias que passam
Falo ao mar de coisas que vi
Falo ao mar do que conheci...
No mundo onde tudo parece estar certo
guardo os defeitos que me atam ao chão
guardo muralhas feitas de cartão
guardo um olhar que parecia tão perto
Para o país do esquecer o nunca nascido
levo a espada e a armadura de ferro
levo o escudo e o cavalo negro
levo-te a ti... levo-te a ti para sempre comigo...
Na praia deserta dos dias que passam
Falo ao mar de coisas que vi.
Falo ao mar do que nunca perdi.
Toranja
Porque será que nós ainda nos damos ao trabalho de rebuscar o passado, na esperança ignóbil de ficarmos um pouco mais miseráveis do que aquilo que somos ou estamos?! Para quê associar musicas, filmes, actos a pessoas, momentos tristes, ou outras situações menos agradáveis... Não é certo que tudo o que é triste é suposto ser esquecido?! Então porquê esta necessidade masoquista... .
"O tempo tudo destroi", acho.Do teu lado, do meu lado, de lado nenhum... Não vale apena atribuir culpas, uma vez que nada há para mostrar, nem nada de mal foi feito que não tivesse sido perdoado.
Como este texto não é de minha autoria, fica apenas como uma pequena introdução à música que se segue.
- Fim (dias que passam) -
Neste infinito fim que nos alcançou
guardo uma lágrima vinda do fundo
guardo um sorriso virado para o mundo
guardo um sonho que nunca chegou
Na minha casa de paredes caídas
penduro espelhos cor de prata
guardo reflexos do canto que mata
guardo uma arca de rimas perdidas
Na praia deserta dos dias que passam
Falo ao mar de coisas que vi
Falo ao mar do que conheci...
No mundo onde tudo parece estar certo
guardo os defeitos que me atam ao chão
guardo muralhas feitas de cartão
guardo um olhar que parecia tão perto
Para o país do esquecer o nunca nascido
levo a espada e a armadura de ferro
levo o escudo e o cavalo negro
levo-te a ti... levo-te a ti para sempre comigo...
Na praia deserta dos dias que passam
Falo ao mar de coisas que vi.
Falo ao mar do que nunca perdi.
Toranja
fevereiro 24, 2004
Carnaval
A menos de 24h do regresso à capital, fica demonstrado que cá no sitio o povo vive o carnaval de um modo completamente diferente do resto do planeta. Onde nos outros sitios a fantasia e as máscaras prevalecem, manda a tradição o povo vestir-se a rigor para a noite de gala, onde o coliseu de Ponta Delgada era o destino privilegiado. Como o Coliseu está para obras, este ano os destinos multiplicaram-se tentando imitar as tão honradas festas do já dito. Fica então o desejo que para o Carnaval 2005, o mesmo já se encontre bem de saúde para o Carnaval não continuar a ser a palhaçada que já é.
A menos de 24h do regresso à capital, fica demonstrado que cá no sitio o povo vive o carnaval de um modo completamente diferente do resto do planeta. Onde nos outros sitios a fantasia e as máscaras prevalecem, manda a tradição o povo vestir-se a rigor para a noite de gala, onde o coliseu de Ponta Delgada era o destino privilegiado. Como o Coliseu está para obras, este ano os destinos multiplicaram-se tentando imitar as tão honradas festas do já dito. Fica então o desejo que para o Carnaval 2005, o mesmo já se encontre bem de saúde para o Carnaval não continuar a ser a palhaçada que já é.
fevereiro 20, 2004
De onde vimos? O que somos? Para onde vamos? (Gauguin)
Paisagem
Já experimentaram deitar-se na relva e olhar para o céu em eterna partilha com tudo, como se o ser não existisse como indivíduo, mas como um todo?
E levantar? Desfazer essa união? Causa vertigens…é estranho.
“ Da terra vieste à terra voltarás”. Essa máxima prevalece.
Paisagem
Já experimentaram deitar-se na relva e olhar para o céu em eterna partilha com tudo, como se o ser não existisse como indivíduo, mas como um todo?
E levantar? Desfazer essa união? Causa vertigens…é estranho.
“ Da terra vieste à terra voltarás”. Essa máxima prevalece.
Suposto modernismo
Este ano é o 7º ano que sai da ilha. O que posso eu dizer sobre isso?
Pois bem… de acordo com os cartazes do PS, já que aqui na região o povo se prepara para as eleições autónomas, “Facto é facto. Hoje nos Açores vive-se melhor”.
E é verdade. Ninguém pode dizer o contrário. A ilha teve um desenvolvimento estrondoso face às outras regiões do país, tanto a nível de infra-estruturas, como turismo, habitação, etc, etc. De acordo com as estatísticas últimas, calcula-se que residam 100 mil pessoas num pedaço de terra no meio do mar. Nestes dois últimos anos foi um só de construir hotéis todos modernos e “xpto´s”. O nível de vida desta gente aumentou imenso. Só desejo que se mantenha e que se arraste às restantes ilhas, não concentrando tudo na mesma. Como aumente também o nível de Cultura, o que daria imenso jeito.
Não sei a que se deve, se ao Estado, se ao Governo Regional, se às Câmaras, mas deve-se a alguém ou a um trabalho conjunto. Portanto, os meus parabéns a esse “alguém”.
Só lamento imenso que ainda se veja a região como um tanto sub-desenvolvida, mas não será de facto essa a verdadeira realidade? Não escondamos a indecência desta terra por detrás de hotéis “5 stars” e estradas arranjadas. Que esse “alguém” a quem eu atrás agradeci que actue de modo a não se olhar mais para os açorianos como um “bando de pardais à solta” quando vão ao “continente”.
Onde anda a Educação?
Aproveitando o raciocínio anterior, a educação tem que mudar. Alguma coisa tem que mudar.
Talvez o mundo tenha todo que mudar. Uma nova Arca de Noé podia-se construir e apenas se guardariam os animais, já que nós não mereceríamos ser salvos. Gasta-se milhões de euros em coisas inúteis, em festas, em negócios milionários e como é possível que haja crianças de 15 anos que mal consigam escrever o seu nome? Onde andam as assistentes sociais, toda essa gentinha ligada ao bem-estar dos mais carentes?
Peço desculpa por este meu discurso politicoide, sei que só falta dizer a tão bela frase, não “inverdadeira”: “gasta-se milhões com o Euro2004 e continua a haver listas de esperas nos hospitais”. Mas como mentiras não digo, este lamento inalterado pode ser. Soa num tom Manuela Moura Guedes, mas infelizmente é o que consta.
Parece-me, de tantas histórias que ouvi contar como todas aquelas que presenciei, que os nossos queridíssimos governantes só se preocupam que nas estatísticas deste país à beira mar plantado, apareça um baixo nível de insucesso escolar, baseado na entrega de diplomas de escolaridade obrigatória concluída. E depois admiram-se e contesta-se que o 12º ano deve ser obrigatório. É claro que deve. Mas por favor… isto já é degradante. Não destruam por completo o sistema de ensino, isto se, ele não se auto destruir por si, já que o nível de preparação infelizmente é extremamente baixo.
Como é possível que os alunos consigam passar anos seguidos com negativas a Português e Matemática? Como é possível que se um aluno tiver uma negativa a uma disciplina nuclear e mais duas ou três, ou lá como as normas estão estabelecidas, consiga acabar o 9º ano sem problema algum? Seria mais fácil que ao nascermos os nossos papás, quando nos fossem registar, encomendassem e deixassem reservado logo o canudo. Que bom era a vida! Já que não vale a pena trabalhar, então não se trabalhe mesmo nada.
A minha mãe teve no ano passado uma bela turma de um tal programa recorrente chamado Pop. Segundo ela, eram alunos que chegaram ao 2º ciclo, pois a idade assim o reclamava. Agora digam-me… será justo alunos que mal sabem ler ficarem com o 6º ano e iniciarem o 7º ano para em 2 anos ficarem com as mesmas habilitações que um aluno que tem um percurso normal de 5 anos? Não seria mais adequado dar uma diferente instrução a estes miúdos, algo que os preparasse para um futuro profissional e que lhes indicasse ao menos um norte? Onde andam as escolas profissionais, os subsídios da Europa?
Afinal, onde anda a Educação?
Este ano é o 7º ano que sai da ilha. O que posso eu dizer sobre isso?
Pois bem… de acordo com os cartazes do PS, já que aqui na região o povo se prepara para as eleições autónomas, “Facto é facto. Hoje nos Açores vive-se melhor”.
E é verdade. Ninguém pode dizer o contrário. A ilha teve um desenvolvimento estrondoso face às outras regiões do país, tanto a nível de infra-estruturas, como turismo, habitação, etc, etc. De acordo com as estatísticas últimas, calcula-se que residam 100 mil pessoas num pedaço de terra no meio do mar. Nestes dois últimos anos foi um só de construir hotéis todos modernos e “xpto´s”. O nível de vida desta gente aumentou imenso. Só desejo que se mantenha e que se arraste às restantes ilhas, não concentrando tudo na mesma. Como aumente também o nível de Cultura, o que daria imenso jeito.
Não sei a que se deve, se ao Estado, se ao Governo Regional, se às Câmaras, mas deve-se a alguém ou a um trabalho conjunto. Portanto, os meus parabéns a esse “alguém”.
Só lamento imenso que ainda se veja a região como um tanto sub-desenvolvida, mas não será de facto essa a verdadeira realidade? Não escondamos a indecência desta terra por detrás de hotéis “5 stars” e estradas arranjadas. Que esse “alguém” a quem eu atrás agradeci que actue de modo a não se olhar mais para os açorianos como um “bando de pardais à solta” quando vão ao “continente”.
Onde anda a Educação?
Aproveitando o raciocínio anterior, a educação tem que mudar. Alguma coisa tem que mudar.
Talvez o mundo tenha todo que mudar. Uma nova Arca de Noé podia-se construir e apenas se guardariam os animais, já que nós não mereceríamos ser salvos. Gasta-se milhões de euros em coisas inúteis, em festas, em negócios milionários e como é possível que haja crianças de 15 anos que mal consigam escrever o seu nome? Onde andam as assistentes sociais, toda essa gentinha ligada ao bem-estar dos mais carentes?
Peço desculpa por este meu discurso politicoide, sei que só falta dizer a tão bela frase, não “inverdadeira”: “gasta-se milhões com o Euro2004 e continua a haver listas de esperas nos hospitais”. Mas como mentiras não digo, este lamento inalterado pode ser. Soa num tom Manuela Moura Guedes, mas infelizmente é o que consta.
Parece-me, de tantas histórias que ouvi contar como todas aquelas que presenciei, que os nossos queridíssimos governantes só se preocupam que nas estatísticas deste país à beira mar plantado, apareça um baixo nível de insucesso escolar, baseado na entrega de diplomas de escolaridade obrigatória concluída. E depois admiram-se e contesta-se que o 12º ano deve ser obrigatório. É claro que deve. Mas por favor… isto já é degradante. Não destruam por completo o sistema de ensino, isto se, ele não se auto destruir por si, já que o nível de preparação infelizmente é extremamente baixo.
Como é possível que os alunos consigam passar anos seguidos com negativas a Português e Matemática? Como é possível que se um aluno tiver uma negativa a uma disciplina nuclear e mais duas ou três, ou lá como as normas estão estabelecidas, consiga acabar o 9º ano sem problema algum? Seria mais fácil que ao nascermos os nossos papás, quando nos fossem registar, encomendassem e deixassem reservado logo o canudo. Que bom era a vida! Já que não vale a pena trabalhar, então não se trabalhe mesmo nada.
A minha mãe teve no ano passado uma bela turma de um tal programa recorrente chamado Pop. Segundo ela, eram alunos que chegaram ao 2º ciclo, pois a idade assim o reclamava. Agora digam-me… será justo alunos que mal sabem ler ficarem com o 6º ano e iniciarem o 7º ano para em 2 anos ficarem com as mesmas habilitações que um aluno que tem um percurso normal de 5 anos? Não seria mais adequado dar uma diferente instrução a estes miúdos, algo que os preparasse para um futuro profissional e que lhes indicasse ao menos um norte? Onde andam as escolas profissionais, os subsídios da Europa?
Afinal, onde anda a Educação?
Asneiras
Finalmente já percebi o porque do “contigente”. Não estou a baixar a imagem a ninguém, muito menos aos açorianos que como toda a gente, também têm direito à vida e coisas boas, mas a realidade não pode ser desmentida. Ainda não consigo ter conversa nenhuma interessante com ninguém.
A boa conversa de café é estar uma hora sem dizer nada e quando se abre a boca ou é para beber ou dizer asneiras. Será que, algum dia, conseguirei fazer parte destas conversas? Ou sou assim tão básica que não consigo estar com um copo na boca, ou que me calhe ter que começar a divertir-me com uma palhinha, a queimá-la na vela redondinha que ardia estupidamente em cima da mesa?
E depois admiro-me que me olhem com cara de enjoada dramática. Não se faz nada.
Ao menos é Carnaval. Alguém tem que fazer de palhaço. Desta vez calhou-me a mim.
Moda
Em Outubro abriu cá na ilha o 1º grande centro comercial dos Açores: Parque Atlântico. Mais um tentáculo do grupo Sonae que já cá se fazia representar com hipermercados Modelo.
Mas o que é engraçado e não pondo de parte o valor das peças e a sua beleza, principalmente, porque tendo em conta as minhas poucas ou nenhumas capacidades económicas, é o que uso no meu “corpinho”, as micaelenses agora andam todas muito jeitosas a passear as suas novas peças de Zaras, Breskas, Mangos, Stradivarius, etc, etc. Os meninos por incrível que possa parecer, gostam agora de se armar em betinhos e diga-se, que lhes fica muito melhor do que com os trajes antigos que fardavam.
Ou seja, os espanhóis vieram para ficar e qualquer dia começam a aleanar estes nossos compatriotas. A língua não é impedimento, já que a diferença entre perceber espanhol e micaelense é mínima. Venha o diabo e escolha!
A boa conversa de café é estar uma hora sem dizer nada e quando se abre a boca ou é para beber ou dizer asneiras. Será que, algum dia, conseguirei fazer parte destas conversas? Ou sou assim tão básica que não consigo estar com um copo na boca, ou que me calhe ter que começar a divertir-me com uma palhinha, a queimá-la na vela redondinha que ardia estupidamente em cima da mesa?
E depois admiro-me que me olhem com cara de enjoada dramática. Não se faz nada.
Ao menos é Carnaval. Alguém tem que fazer de palhaço. Desta vez calhou-me a mim.
Moda
Em Outubro abriu cá na ilha o 1º grande centro comercial dos Açores: Parque Atlântico. Mais um tentáculo do grupo Sonae que já cá se fazia representar com hipermercados Modelo.
Mas o que é engraçado e não pondo de parte o valor das peças e a sua beleza, principalmente, porque tendo em conta as minhas poucas ou nenhumas capacidades económicas, é o que uso no meu “corpinho”, as micaelenses agora andam todas muito jeitosas a passear as suas novas peças de Zaras, Breskas, Mangos, Stradivarius, etc, etc. Os meninos por incrível que possa parecer, gostam agora de se armar em betinhos e diga-se, que lhes fica muito melhor do que com os trajes antigos que fardavam.
Ou seja, os espanhóis vieram para ficar e qualquer dia começam a aleanar estes nossos compatriotas. A língua não é impedimento, já que a diferença entre perceber espanhol e micaelense é mínima. Venha o diabo e escolha!
Terra
Sabem aquela frase de Sócrates que diz “Não sou ateniense nem grego mas sim um cidadão do mundo”? Se a quiserem ler, podem dirigir-se à estação de metro da Cidade Universitária, que lá está ela escrita em letras garrafais.
Hoje li uma outra frase que me fez pensar: “ Onde se nascia era um acidente; a verdadeira pátria era a que se escolhia, com o corpo e a alma”.
Vim duas horas no avião a pensar nisto, interessante, não?
Eu sinto-me assim. Não tenho terra, não tenho nada. Por vezes sinto-me como uma vagabunda a deambular por ai, sem poiso. Mas é a verdade. Já vivi em tanto sítio que não sei como me considerar. Não me sinto da terra de ninguém, mas sim de toda a terra.
Tenho a leve sensação que ainda não encontrei a minha terra. Talvez somente quando assentar de vez e constituir família consiga afeiçoar-me a algum sitio e ao qual eu tenha a felicidade de chamar “a minha terra”.
Passar 18 anos dividida, sempre a andar de um lado para o outro, tem as suas vantagens, mas garanto que tem imensas desvantagens. Talvez a minha necessidade de alcançar uma certa estabilidade emocional se deva a isso precisamente: a nunca ter tido estabilidade.
É engraçado que vamos crescendo e ganhamos máscaras que nos estereotipam para o resto da vida. A minha é a de uma teenager inconsciente que não sabe nada da vida e que só diz asneiras. Viva as máscaras!
Hoje li uma outra frase que me fez pensar: “ Onde se nascia era um acidente; a verdadeira pátria era a que se escolhia, com o corpo e a alma”.
Vim duas horas no avião a pensar nisto, interessante, não?
Eu sinto-me assim. Não tenho terra, não tenho nada. Por vezes sinto-me como uma vagabunda a deambular por ai, sem poiso. Mas é a verdade. Já vivi em tanto sítio que não sei como me considerar. Não me sinto da terra de ninguém, mas sim de toda a terra.
Tenho a leve sensação que ainda não encontrei a minha terra. Talvez somente quando assentar de vez e constituir família consiga afeiçoar-me a algum sitio e ao qual eu tenha a felicidade de chamar “a minha terra”.
Passar 18 anos dividida, sempre a andar de um lado para o outro, tem as suas vantagens, mas garanto que tem imensas desvantagens. Talvez a minha necessidade de alcançar uma certa estabilidade emocional se deva a isso precisamente: a nunca ter tido estabilidade.
É engraçado que vamos crescendo e ganhamos máscaras que nos estereotipam para o resto da vida. A minha é a de uma teenager inconsciente que não sabe nada da vida e que só diz asneiras. Viva as máscaras!
fevereiro 16, 2004
Pessimismo Extremo
Ave da Esperança
Passo a noite a sonhar o amanhecer.
Sou a ave da esperança.
Pássaro triste que na luz do sol
Aquece as alegrias do futuro,
O tempo que há-de vir sem este muro
De silêncio e negrura.
A cercá-lo de medo e de espessura
Maciça e tumular;
O tempo que há-de vir – esse desejo
Com asas, primavera e liberdade.
Tempo que ninguém há-de
Corromper
Com palavras de amor, que são a morte
Antes de se morrer.
Só tenho pena de não ter sido eu a escrever este poema. Mas Miguel Torga escreveu-o. Talvez por nestas poucas palavras caracterizar o meu intimo tão perfeitamente, é o meu poeta de eleição. Se houvesse uma enciclopédia para a minha pessoa, no prefácio estaria este poema. Ou então seria uma espécie de resumo.
Palavras de amor…. O maior veneno que existe. Mata-nos. Leva-nos à loucura. À desilusão. À existência sem sentido. São palavras simples que nos contorcem, que nos moldam todos os sentimentos interiores, que são profanadas por ai sem qualquer significado e valor. Crucificam palavras belas ditas em possíveis situações especiais sem ter medo, como se a importância que lhes é revestida não interessasse para nada. Já ninguém espera para dizer “gosto de ti” ou algo mais especial… usam-nas logo, como de um brinquedo se tratasse. Com as palavras não se brinca. Sejam ouvidas ou ditas, elas ficam sempre na memória. Badalando a cada sinal ou gesto menos normal. Olha-se ao redor e estragam-se as palavras, já ninguém ama somente por amar.
A violência e a agressão fazem parte do dia a dia dos novos casais. Namora-se com alguém e há mais discussões que abraços. Grita-se com o outro, chama-se nomes à pessoa da qual se gosta. Onde está o afecto, o carinho?
Isto é inaceitável, mas é o pão de cada dia. Faz-me confusão ver amigos que namoram e andam sempre a discutir, humilham-se, gritam, e que no final para pedir desculpa quando têm consciência que erraram ou nem isso têm, dizem “amo-te muito” e pronto, fica tudo bem.
As pessoas já não têm respeito por elas próprias nem por ninguém. A espécie humana decaiu num tal grau de vergonha, que já não há salvação. As amizades são por conveniência, os casamentos por dinheiro e a compaixão é pela herança. Tornamo-nos tão frios e tão cruéis que ofendemos e magoamos a toda a hora, não damos conta do que dizemos, das acções que temos, nem do que pensamos.
Talvez tenha criado uma barreira como Torga. Um muro. Uma muralha. Não sei. Só gostar já não importa. Já não interessa. É preciso mais. É preciso saber gostar e já ninguém sabe. Não nos compadecemos com o próximo e olhamos de cima para a indiferença prevalecer. “Gostar” não é só andar aos namoricos e beijinhos mas é mais. É haver preocupação, ver os defeitos e o que é bom, rir quando tem piada e chamar a atenção quando está mal, é respeitar, é lutar, é conversar, ouvir, e fazer entender. É pensar num futuro. É ter planos. Não há relação perfeita, mas há uma boa relação. E isso já há pouco.
Chamem medo a estas minhas palavras que eu não me importo. Quem não tem medo de sofrer? Eu tenho. As pessoas já não são sinceras. É isso que me revolta. Às vezes a vida mais parece que não existe. Mas sonho. Continuo a tentar aquecer-me ao sol, para num futuro não magoar nem sofrer. Sim, porque nesse futuro, onde serei esse tal pássaro, já não terei a minha muralha e já não estarei fechada e nem terei medo de voar.
Passo a noite a sonhar o amanhecer.
Sou a ave da esperança.
Pássaro triste que na luz do sol
Aquece as alegrias do futuro,
O tempo que há-de vir sem este muro
De silêncio e negrura.
A cercá-lo de medo e de espessura
Maciça e tumular;
O tempo que há-de vir – esse desejo
Com asas, primavera e liberdade.
Tempo que ninguém há-de
Corromper
Com palavras de amor, que são a morte
Antes de se morrer.
Só tenho pena de não ter sido eu a escrever este poema. Mas Miguel Torga escreveu-o. Talvez por nestas poucas palavras caracterizar o meu intimo tão perfeitamente, é o meu poeta de eleição. Se houvesse uma enciclopédia para a minha pessoa, no prefácio estaria este poema. Ou então seria uma espécie de resumo.
Palavras de amor…. O maior veneno que existe. Mata-nos. Leva-nos à loucura. À desilusão. À existência sem sentido. São palavras simples que nos contorcem, que nos moldam todos os sentimentos interiores, que são profanadas por ai sem qualquer significado e valor. Crucificam palavras belas ditas em possíveis situações especiais sem ter medo, como se a importância que lhes é revestida não interessasse para nada. Já ninguém espera para dizer “gosto de ti” ou algo mais especial… usam-nas logo, como de um brinquedo se tratasse. Com as palavras não se brinca. Sejam ouvidas ou ditas, elas ficam sempre na memória. Badalando a cada sinal ou gesto menos normal. Olha-se ao redor e estragam-se as palavras, já ninguém ama somente por amar.
A violência e a agressão fazem parte do dia a dia dos novos casais. Namora-se com alguém e há mais discussões que abraços. Grita-se com o outro, chama-se nomes à pessoa da qual se gosta. Onde está o afecto, o carinho?
Isto é inaceitável, mas é o pão de cada dia. Faz-me confusão ver amigos que namoram e andam sempre a discutir, humilham-se, gritam, e que no final para pedir desculpa quando têm consciência que erraram ou nem isso têm, dizem “amo-te muito” e pronto, fica tudo bem.
As pessoas já não têm respeito por elas próprias nem por ninguém. A espécie humana decaiu num tal grau de vergonha, que já não há salvação. As amizades são por conveniência, os casamentos por dinheiro e a compaixão é pela herança. Tornamo-nos tão frios e tão cruéis que ofendemos e magoamos a toda a hora, não damos conta do que dizemos, das acções que temos, nem do que pensamos.
Talvez tenha criado uma barreira como Torga. Um muro. Uma muralha. Não sei. Só gostar já não importa. Já não interessa. É preciso mais. É preciso saber gostar e já ninguém sabe. Não nos compadecemos com o próximo e olhamos de cima para a indiferença prevalecer. “Gostar” não é só andar aos namoricos e beijinhos mas é mais. É haver preocupação, ver os defeitos e o que é bom, rir quando tem piada e chamar a atenção quando está mal, é respeitar, é lutar, é conversar, ouvir, e fazer entender. É pensar num futuro. É ter planos. Não há relação perfeita, mas há uma boa relação. E isso já há pouco.
Chamem medo a estas minhas palavras que eu não me importo. Quem não tem medo de sofrer? Eu tenho. As pessoas já não são sinceras. É isso que me revolta. Às vezes a vida mais parece que não existe. Mas sonho. Continuo a tentar aquecer-me ao sol, para num futuro não magoar nem sofrer. Sim, porque nesse futuro, onde serei esse tal pássaro, já não terei a minha muralha e já não estarei fechada e nem terei medo de voar.
fevereiro 08, 2004
Mais um Domingo. Um excelente dia da semana. Pena que quando é Domingo pensamos logo em Segunda-feira.
Mas que tenho eu a dizer...hoje, felizmente nada de especial, a não ser que sou uma anulidade em desenho. Digo isto porque esta noite fui para casa de um amigo jogar Diciopinta ou lá o que é, uma especie de Pictonary. Pode-se dizer que a minha equipa não conseguiu ganhar, o que é fascinante. Mas foi uma boa noite de serão. Espero voltar a ter noites fixes assim. Ri-me bastante e foi engraçado. Sou da opinião que uma noite assim é muito mais fixe que longas jornadas de disco até as 07h.
Por hoje é tudo, na esperança de aperfeiçoar o meu dom artistico.
Mas que tenho eu a dizer...hoje, felizmente nada de especial, a não ser que sou uma anulidade em desenho. Digo isto porque esta noite fui para casa de um amigo jogar Diciopinta ou lá o que é, uma especie de Pictonary. Pode-se dizer que a minha equipa não conseguiu ganhar, o que é fascinante. Mas foi uma boa noite de serão. Espero voltar a ter noites fixes assim. Ri-me bastante e foi engraçado. Sou da opinião que uma noite assim é muito mais fixe que longas jornadas de disco até as 07h.
Por hoje é tudo, na esperança de aperfeiçoar o meu dom artistico.
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